Souza relembra tentativa de retorno ao Vasco no início de 2019
O volante Souza, revelado pelo Vasco, ainda falou sobre conversas com Alan Kardec, Coutinho e Alex Teixeira sobre retorno.
Um ídolo da torcida vascaína esteve perto de retornar ao clube em fevereiro de 2019. O volante Souza revelou em Live na Vasco TV, nesta quinta-feira, que chegou a tentar o empréstimo junto ao Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita, seu atual clube, para retornar ao Cruz-Maltino. Na época, o jogador de 31 anos escolheu o clube que o revelou para se recuperar de um problema no púbis. Os árabes, no entanto, barraram o negócio pelo risco de lesões.
– Conversei com meu clube para me liberar para vir tratar a lesão. Tinha na cabeça que até eu voltar a treinar meu clube teria que inscrever outro jogador no meu lugar, então poderia ficar liberado pelo menos até o meio do ano por não estar inscrito nas competições. Imaginei que pudessem me ceder até a minha volta, mas ao conversar com eles, acharam muito arriscado porque o investimento que fizeram foi alto e não queriam que eu tivesse o risco de jogar por um clube emprestado com o risco de me lesionar. Foi o que acabou acontecendo – revelou Souza.
O jogador que já teve passagens por Porto (POR), Grêmio, São Paulo e Fenerbahçe (TUR) tem contrato com o clube árabe até maio de 2021. Ele não escondeu o desejo de voltar a vestir a camisa do Vasco ao término do compromisso.
– No futebol as coisas mudam muito rápido. Na hora que meu contrato estiver acabando são necessárias algumas coisas para que possa retornar. O desejo existe, mas temos que dar tempo ao tempo. Tenho contrato e pretendo cumprir, respeito o clube que paga meu salário. Espero que o Vasco continue se organizando e possa fazer uma equipe competitiva. O contrato é até maio 2021, mas o clube tem a opção de fazer a renovação por mais um ano. É questão de conversar. O Vasco só tem um caminho que é crescer e voltar para onde nunca deveria ter saído. Vou ficar torcendo por isso.
A transmissão teve a participação de Andrey, Caio Lopes e Rodrigo, todos crias da base, como Souza. Além de dar conselhos aos garotos, disse compartilhar com eles o sentimento de gratidão pelo Cruz-Maltino.
– O meu sentimento pelo Vasco é o mesmo do Caio, Rodrigo e Andrey. Um sentimento de gratidão. É difícil explicar para quem está de fora. Torcedores de outros clubes ficam com ciúmes. Por essa gratidão, quando voltar, no Rio de Janeiro, só quero jogar no Vasco, e mais em lugar nenhum. Foi o clube que me deu colégio, casa. O que sou hoje como homem tenho que agradecer ao Vasco pela formação que me deu como ser humano.
Outras respostas de Souza:
Retorno ao Vasco:
No dia que voltar pro Vasco ainda vou ter muita lenha pra queimar. Se eu estiver prejudicando o clube dentro de campo serei o primeiro a pedir pra sair. Me cuido muito para, quando voltar, ajudar o Vasco dentro de campo.Contratei um fisioterapeuta que faz trabalhos comigo na minha casa. Pretendo jogar até os 39, 40. Quando chegar a uns 36 devo dar uma recuada para a zaga porque se corre menos.
Conselhos aos mais jovens:
As coisas passam muito rápido. Essa garotada tem que aproveitar essa oportunidade de representar o clube. Estou com 31 anos e lembro que dez anos atrás estava saindo para o Porto. Agora estou iniciando uma nova fase da minha carreira, mas ainda tem muita coisa para acontecer. Hoje em dia tem muitos recursos que te possibilitam jogar mais tempo. Tenho certeza que eles querem dar o melhor no Vasco e jogar em um grande clube da Europa. A gente fica muito ansioso pelo futuro e esquece de aproveitar o presente. É maravilhoso jogar no Vasco da Gama e representar essa torcida. É também preciso ter humildade para trabalhar. O cara tem que trabalhar e fazer o dele mesmo nos dias difíceis. Tem dias que tudo dá errado, mas quando a gente sabe do nosso potencial sabe que de um dia para o outro isso vai mudar. Com a qualidade e o talento deles vão conseguir dar os próximos passos na carreira.
Gol contra o ABC em 2009:
Foi meu primeiro gol no Vasco e o único em São Januário. O Primeiro gol a gente nunca esquece. Foi uma bola daqueles que nos mostram que não podemos nunca desistir. É legal rever garotos como Kardec e Coutinho que estavam ali no banco vindo me abraçar. O ano de 2008 foi começou bem para mim na Copa São Paulo. O Alfredo Sampaio me levou para o profissional. Depois com o Antônio Lopes comecei a jogar como titular, mas quebrei o quinto metatarso em agosto e não consegui voltar. Vi o Vasco cair e foi muito triste ver tudo de fora. Em 2009, comecei sem jogar ainda pela lesão e só fui voltar em abril. Tive algumas oportunidades e quando engatei não saí mais. Foi uma emoção muito grande. Passou um filme na minha cabeça de todos aqueles anos de Vasco. Era um sonho que se realizava.
Conversas com Alan Kardec, Philippe Coutinho e Alex Teixeira sobre retorno:
É um desejo de todos nós voltar. A gente tem contrato não é tão fácil. A gente conversa sobre o assunto. Daqui a pouco vou na casa do Alex jantar. A minha situação com contrato acabando ano que vem e a mais viável. Mas na teoria tudo é muito tranquilo. Na prática, não é bem assim, tão fácil. A galera pretende voltar. Eu tenho esse desejo mas existem muitas coisas que envolvem uma contratação e estamos sujeitos a elas
Sobre ser referência para jovens da base:
A gente sempre procura pessoas que jogam na nossa posição para tirar coisas boas e acrescentar para a gente. Me sinto lisonjeado e as vezes nem temos a dimensão daquilo que representamos. A garotada olha para nós e vê alguma referência. É preciso sempre passar uma boa imagem , ter cuidado, me preocupo muito com isso. Que não sigam apenas o Souza jogador de futebol, mas o ser humano. Eu buscava sempre isso. Mas dentro de campo sempre tento ajudar a equipe.
Lancenet