Sônia Andrade fala sobre as ações do Vasco no combate à violência contra a mulher

Sônia Andrade, vice-presidente do Vasco da Gama, falou sobre as ações do Clube pelo fim da violência contra a mulher.

Sônia Andrade
Sônia Andrade (Foto: Divulgação)

Neste domingo, dia 6 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A data representa um importante avanço no Brasil na luta pela extinção dessa agressão e na busca pelo estabelecimento da igualdade de gênero em todas as esferas da sociedade, inclusive no futebol, um esporte tradicionalmente machista.

Um clube que vem combatendo este problema nos últimos anos é o Vasco da Gama. Através da iniciativa de sua vice-presidente, Sonia Andrade, o time desenvolveu uma série de projetos voltados para a questão da violência contra a mulher e como ela se manifesta no esporte.

“Quando entrei para o Vasco, me deparei com a triste realidade não só de torcedoras, mas também de atletas que, ao invés de serem acolhidas, eram violentadas dentro de casa. Então entendi que deveríamos utilizar o clube e o futebol para chamar a atenção para essa dura realidade”, afirma Sonia.

“As mulheres em cargos de futebol são vistas como objetos estranhos. Quando eu entrei, torcedores perguntavam de que cozinha eu tinha saído. E durante a gestão, alguns homens se dirigiam a mim de maneira indelicada. Aí eu decidi conversar com eles e trazê-los para o meu lado para que pudessem propagar a não violência contra a mulher, e obtive muito êxito com isso”, relata.

Com essa ideia em mente, o clube realizou ações como a adesão à campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”. Na partida contra o Atlético-GO, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, o uniforme utilizado pelo Vasco foi estampado com os dois traços vermelhos em forma de “X”, símbolo da campanha. Além disso, durante o minuto de silêncio em homenagem às vítimas da covid-19, os jogadores do Cruz-Maltino levantaram a palma da mão, que continha o “X” pintado nela.

Sonia ainda elaborou uma iniciativa de conscientização com as mulheres que trabalham internamente em São Januário (estádio do Vasco), possibilitando que elas se sentissem representadas e ganhassem segurança para frequentar as arquibancadas. Também desenvolveu projetos para torcidas organizadas com o apoio dos presidentes desses grupos, que normalmente são homens.

Como resultado, seu trabalho serviu de inspiração para a criação de uma diretoria social gerida por uma mulher em uma das torcidas contempladas, o que ilustra a importância de sua atitude e como esse problema pode ser combatido através do esporte.

“Nada melhor do que o futebol para levar essa mensagem, porque a gente mexe com a paixão. Uma vez vendo o clube encabeçar uma ação desse tipo, todas as pessoas apaixonadas vão repensar a questão da violência. Então a gente tem que usar o futebol para isso”, finaliza Sonia.

Reforçando o combate pelo Brasil

O problema da violência contra a mulher é, infelizmente, algo muito presente ao longo do território nacional. Neste cenário, Sonia colabora para que os projetos criados pelo clube sejam levados para outras regiões do país.

“Eu vou conversar sobre essas ações com a Secretaria da Mulher no dia 16 de dezembro, pois o órgão tem a pretensão de desenvolver as iniciativas do Vasco pelo Brasil inteiro”, explica a vice-presidente.

Dessa forma, a bela atitude de Sonia acaba ganhando o reconhecimento que merece por conta de sua incessante luta contra o preconceito e em defesa de uma sociedade mais igualitária. “É uma forma de dizer que valeu a pena, que conseguimos chamar a atenção e que isso será propagado em outros times. E é algo super positivo, porque o futebol pode mudar a realidade desse país”, completa.

Fonte: Gazeta Esportiva

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