São Januário completa 96 anos; conheça a história do Estádio
São Januário, Estádio Vasco da Gama e construído por torcedores apaixonados, completa 96 anos neste 21 de abril de 2023.
Símbolo de luta e resistência, uma obra monumental, forjada pela paixão de milhares que viraram milhões. Há 96 anos, nosso caldeirão era inaugurado e, de presente, contamos um pouco da sua história, com conteúdos e imagens INÉDITAS.
Introdução
O Estádio Vasco da Gama, nosso querido estádio da rua São Januário, completa 96 anos neste 21 de abril de 2023. Sua construção se deu na sequência da luta do Club de Regatas Vasco da Gama por um futebol democrático e inclusivo, uma demonstração incontestável da força desse colosso do esporte mundial, que mesmo possuindo o maior número de torcedores e já tendo sido campeão do Rio de Janeiro, então maior metrópole do Brasil, ainda era visto com preconceito pelos rivais, sendo tratado como um clube de menor importância sob a “justificativa” de não possuir uma arena esportiva. A resposta do Vasco da Gama não poderia ser mais eloquente e vascaína. O Vasco não construiria apenas uma praça esportiva, mas o então maior Stadium da América do Sul! O Estádio de São Januário, inaugurado em 1927, foi construído com as lágrimas, o suor e o dinheiro dos vascaínos. Um verdadeiro templo do povo, construído para reafirmar a grandeza do Vasco e os ideais que o Clube defende desde a sua Fundação. O estádio vascaíno é uma obra monumental, que, assim como a “Resposta Histórica”, materializa a alma do Vasco da Gama que desafiou seus rivais ao ficar ao lado dos seus atletas, enfrentando o racismo, o preconceito social e a xenofobia. São Januário foi a resposta definitiva dos vascaínos aos poderosos da época. Sua construção acabou por demolir a estrutura racista e preconceituosa que dominava o futebol. A realização desse grande feito, um marco para o esporte do Brasil, não seria possível sem a união da imensa colônia portuguesa do Rio de Janeiro com os milhares de brasileiros que passaram a admirar e seguir o C.R. Vasco da Gama.
O terreno
No dia 28 de março de 1925, o C.R. Vasco da Gama adquiriu o terreno para a construção do seu estádio. A área foi comprada da Sociedade Anonima Lameiro. O valor do terreno, uma área de 55.445 m2, foi de 609:895$000 (seiscentos e nove contos e oitocentos e noventa e cinco mil réis). O responsável pela busca do terreno foi o dirigente vascaíno Manoel Joaquim Pereira Ramos. Ele encontrou a grande área onde hoje está erguido São Januário, na encosta do Morro do Pedregulho, no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.
A colina histórica / o Gigante da Colina
No local onde hoje encontra-se a Barreira do Vasco havia um casarão da antiga “Chácara do Bastos”, também chamada de “Chácara do Pedregulho”, popularmente conhecida pelos vascaínos como “Chacrinha do Imperador”. Essa elevação de terra teria inspirado a alcunha “Colina Histórica” ou “Gigante da Colina”, que inicialmente fazia referência ao estádio e, ao longo do tempo, ao próprio Club de Regatas Vasco da Gama. Entre as décadas de 20 e 30 do século XX, a colina foi desbastada. A Chácara do Bastos leva o sobrenome de Antônio José Gomes Pereira Bastos, o Barão Pereira Bastos, dono da Imperial Fábrica de Cerveja. Bastos era proprietário da área no final da primeira metade e início da segunda metade do século XIX. O vasto terreno servia para a produção de diversos frutos e plantas, como a cevada.
Hasteamento da bandeira do Vasco
No dia 20 de dezembro de 1925, o Vasco hasteou o pavilhão do Clube no terreno em que construiria o seu estádio. O mastro de ferro foi doado por Manoel Joaquim Pereira Ramos, responsável por encontrar o terreno. A bandeira teria sido doada por Raul da Silva Campos.
A filiação à AMEA
Em 1925, o Vasco foi novamente convidado a participar da Associação Metropolitana de Sports Athleticos (AMEA), sendo alçado à figura de fundador da entidade. O convite não foi fruto de qualquer arrependimento da solicitação de exclusão dos atletas vascaínos, pois mais uma vez tentaram impedir que atuassem alguns dos Camisas Negras, como ficou conhecido o histórico time do Vasco, Campeão Carioca de 1923. O retorno do Vasco se deu por pressão popular e financeira. Como o Vasco tinha a maior e mais engajada torcida do Rio de Janeiro, os lucros obtidos nos jogos contra a agremiação vascaína fizeram falta aos cofres dos clubes da Zona Sul ligados às elites da época, que em 1924 não contaram com a massa vascaína abarrotando os estádios em jogos da AMEA. Dessa forma, o Vasco, graças à sua torcida e jogadores, se impôs dentro do campo esportivo do futebol carioca e a inauguração do Estádio de São Januário foi a resposta definitiva à afronta contra o Clube, bem como fortaleceu a posição da agremiação vascaína contra os preconceitos em voga no esporte e na sociedade.
O futebol nesse período
No período de compra de terreno e construção do estádio (1925-1927), os resultados do futebol não trouxeram novamente a conquista do Campeonato Carioca. Concentrados na gigantesca missão de erguer seu stadium, os dirigentes vascaínos tiveram de lidar com conflitos internos com o técnico Ramón Platero, que inclusive envolveu os jogadores. A conquista do Torneio Início (1926) e o vice-campeonato Carioca (1926) não amenizaram a situação. O técnico uruguaio foi substituído pelo inglês Harry Welfare, cujo trabalho somente daria melhores frutos em 1929, com a conquista do Campeonato Carioca. Em 1928, o Vasco conquistou o vice-campeonato da competição.
Formas de arrecadação para a construção
O Estádio de São Januário é fruto do amor e da generosidade dos vascaínos. O Vasco da Gama fora desafiado, mais uma vez, pelas elites da época, e a resposta dos vascaínos foi avassaladora. Uma jornada épica, que envolveu milhares de sócios e torcedores.
Estão registradas, além das contribuições financeiras, a doação de pequenas e grandes quantidades de materiais de construção, e até mesmo de mão de obra, com vascaínos disponibilizando horas de trabalho voluntário ao seu Clube.
Era comum naqueles dias ver vascaínos humildes subindo a rua São Januário em carroças ou com seus “burros sem rabo” para doar cimento, pedra e areia para a construção.
A força de trabalho contratada para a grande obra foi complementada por voluntários de todos as áreas. Eram pedreiros, serventes, carpinteiros, marceneiros, vidraceiros, bombeiros hidráulicos, engenheiros e projetistas orgulhosos em servir ao seu Clube e à nobre missão de colocar de pé o “Gigante da Colina”.
Nos finais de semana, centenas de vascaínos e suas famílias vinham a São Cristóvão testemunhar com emoção o avanço das obras.
Faziam pic-nis na colina, próximo do casarão do Bastos, e observavam o desenvolvimento da obra.
O Vasco da Gama se utilizou de cinco principais formas para arrecadar recursos para a construção de seu estádio:
- Doações de vascaínos (De associados mais humildes aos mais abastados);
- A Campanha dos 10 mil (Eliminação do pagamento da joia para associar-se, com a intenção de ampliar o quadro associativo. Era para chegar a 10 mil sócios, e chegou);
- Empréstimos internos e bancários;
- Lançamento de debêntures no mercado;
- Aumento da mensalidade dos sócios de 10 réis para 15 réis.
“A campanha de arrecadação de dinheiro para a construção do Estádio começou praticamente depois da carta do Presidente José Augusto Prestes, que incendiou os vascaínos. Essa carta é de abril de 1924.
Mas, efetivamente a campanha só tomou corpo em 1926, às vésperas da construção do Estádio, com a participação geral dos vascaínos. As listas corriam entre humildes funcionários, gente de bares e restaurantes, pessoa que trabalhava nos bondes, enfim a gente humilde do Rio. O dinheiro era arrecadado pelos três cobradores da época e entregue à Tesouraria do Clube. Era uma espécie de empréstimo, o primeiro empréstimo compulsório que ouvi falar, prazo de dez meses e a quantia máxima de 10 mil réis. Portanto, foi o povo que construiu o estádio do Vasco, revoltado contra o racismo dos outros clubes e contra a tentativa de marginalizar o Vasco (…).
Adriano Rodrigues dos Santos. iretor de Futebol de 1923. Jornal Vasco, maio de 1977, p. 6
A concorrência para a construção do Stadium
A grande Comissão “Pró-Stadium” era presidida por Jayme Sotto Mayor, que passou o cargo para Raul da Silva Campos, devido a sua ida para Europa, e havia uma Subcomissão Técnica, que tinha como chefe Leonídio Gomes, proprietário da construtora Leonídio Gomes e Cia., que ficou responsável por montar o projeto e as plantas do “Stadium“. No dia 02 de abril de XX, foi realizada a primeira concorrência pública para escolha da construtora. O Clube pedia a melhor proposta financeira para a construção da arquibancada Social. Participaram as seguintes firmas: Eduardo V. Pederneiras, Companhia Constructora Nacional, Christiani & Nielsen, E. Kemnitz & Cia., Andrade Lima e Cia. e Souza Oliveira & Santos. A proposta mais vantajosa foi da Christiani & Nielsen, mas a Subcomissão Técnica entendia que seria melhor a escolha da firma Eduardo V. Pederneiras. A concorrência foi cancelada e convocada uma nova, a ser realizada no dia 17 de abril, foram escolhidas as seguintes empresas: Christiani & Nielsen Eduardo V. Pederneiras, Companhia Constructora Nacional e Leonídio Gomes e Cia. Na segunda concorrência, o Clube pedia a proposta mais vantajosa para a construção da Arquibancada Social, a Arquibancada Pública, muros de fechamento do campo, portão posterior e revestimento do portão. A Companhia Constructora Nacional não enviou proposta. Venceu a firma dinamarquesa Christiani & Nielsen.
Assinatura do contrato
O contrato entre o Vasco e a construtora Christiani & Nielsen foi firmado em 17 de abril de 1926, assinando-o pelo Vasco o então presidente Raul da Silva Campos, e Harald Broe, pela empresa construtora. A Christiani & Nielsen tem origem dinamarquesa, e seus fundadores foram o engenheiro Rudolf Christiani e capitão de Marinha Aage Nielsen. Alguns anos antes (1923/1924), a empresa foi responsável pela construção da sede do Jockey Club (atual Jockey Club Brasileiro).
O início das obras: O lançamento da pedra fundamental
O Lançamento da Pedra Fundamental do Estádio, no dia 06 de junho de 1926, reuniu, entre outras autoridades, os dirigentes do Vasco da Gama, torcedores e o então prefeito do Distrito Federal, Alaor Prata Leme Soares (hoje, no Rio de Janeiro, dá-se nome ao Túnel Velho de Alaor Prata, em homenagem ao antigo mandatário da cidade). Além da assinatura da Ata de Lançamento pelo prefeito e dirigentes vascaínos, houve a inserção de uma espécie de “cápsula do tempo” no subsolo do futuro estádio.
A cápsula do tempo existe?
Sim. Houve a instalação de uma “cápsula do tempo”, que contém jornais de época e, talvez, outros objetos. Ela foi colocada na altura da saída da arquibancada social para o gramado do estádio. Não há relatos de que tenha sido retirada até os dias atuais. No ano do Centenário do Estádio de São Januário (2027), o Clube planeja promover a retirada da antiga cápsula e instalação de uma nova, levando uma mensagem para os vascaínos do futuro.
Várias fases da construção do Estádio
O caso do cimento belga
Em 1926, no contexto de construção do estádio, o Vasco solicitou a isenção de impostos da importação do cimento belga da marca Portland. O Ministério da Fazenda não autorizou, impondo a dificuldade de utilizar o cimento nacional, à época de qualidade inferior, que exigiria mais pedra e areia para compor a liga de concreto. O Estádio de São Januário foi construído exclusivamente com o dinheiro e o suor dos vascaínos, sem qualquer ajuda financeira pelo Estado e, mesmo a importação do melhor cimento, permitida em outras construções, foi negada ao Clube. O Vasco da Gama deu ao Brasil o maior estádio da América do Sul, sem nada em troca.
A inauguração: A primeira fase
Iniciada as obras, o processo de erguimento do “Gigante de concreto” entrou em ritmo acelerado. Um pouco mais de 10 meses depois do Lançamento da Pedra Fundamental, o Vasco da Gama dava ao Brasil o maior estádio da América do Sul. A área construída foi de 11 mil m², com capacidade inicial de 30 mil pessoas (apenas a Social e a Arquibancada que é oposta). A obra custou 1 mil e 200 contos de réis, sem o fornecimento de cimento e armação, que ficaram por conta do Vasco. O Clube forneceu 252 toneladas de ferro e 6.600 barris de cimento, para erguer uma estrutura excepcional de concreto (uma parte de cimento, duas e meia de areia e três e meia de pedra britada). De um refinado estilo neocolonial, a imponente fachada, do colossal stadium, obra do arquiteto português Ricardo Severo, chamava a atenção do público carioca. Uma multidão foi assistir a partida inaugural, um Vasco x Santos, no dia 21 de abril de 1927. O major português Manoel Joaquim Sarmento de Beires, comandante do avião Argos, cortou a fita inaugural ao lado do presidente do Vasco, Raul da Silva Campos, e do presidente da CBD, Oscar Rodrigues da Costa. Também estava presente o presidente da República, Washington Luís, que assistiu aos eventos da Tribuna de Honra. Na preliminar do jogo principal, houve um embate entre a equipe vascaína de basquete contra o time da Associação Cristã, saindo vencedor o Cruzmaltino. Além disso, também foi disputada uma partida de tênis com duplas mistas. No grande encontro do dia, Vasco e Santos apresentaram um grande espetáculo. O primeiro gol vascaíno no estádio foi de Negrito, aos 44′ do 1º tempo, empatando a partida. O Santos havia saído na frente, com o gol de Evangelista, aos 19′ da primeira etapa. Inaugurado São Januário, o estádio era então o maior palco de esporte da América do Sul, posto que somente viria a perder em 1930, quando o governo uruguaio construiu o Estádio Centenário, em Montevidéu, para sediar a primeira Copa do Mundo. O estádio vascaíno continuou sendo o maior estádio do Brasil, até a inauguração do Pacaembu, em 1940, construído com recursos públicos do estado de São Paulo. São Januário permaneceu como maior palco do futebol no Rio de Janeiro até 1950, quando foi inaugurado o Maracanã, construído com impostos recolhidos pela Prefeitura do Distrito Federal (Rio de Janeiro) para sediar a Copa do Mundo. São Januário, ao contrário dos demais estádios citados, foi erguido graças à união de sua torcida em prol da demonstração da grandeza do Vasco e uma resposta aos rivais e às elites da época, que objetivavam um futebol apenas para jogadores brancos de boa condição social.
O major aviador José Manuel Sarmento de Beires
José Manuel Sarmento de Beires, nasceu em Lisboa, no dia 04 de setembro de 1892. No dia 16 de março de 1927, às 19h08, acompanhado de Jorge de Castilho, Manuel Gouveia e Duvalle Portugal, deixou Bubaque, na Guiné, rumo ao Brasil a bordo do “Argos”, um avião de 3.100 kg com capacidade para 3.600 litros de combustível.
Os tripulantes chegaram a Fernando de Noronha no dia seguinte, após percorrerem 2.595 km sobre o oceano Atlântico, em 18 horas e 11 minutos. Foi a primeira viagem transatlântica em voo noturno.
No Brasil, Sarmento de Beires e os demais membros do Argos foram muito festejados. A partir da sua estada no Rio de Janeiro, surgiu o convite para que o aviador português rompesse a fita inaugural do estádio vascaíno.
Sarmento de Beires já havia entrado para a história da aviação em 1924, ao realizar a primeira ligação aérea entre Lisboa e Macau (na época uma dependência de Portugal, hoje incorporado à China).
O aviador faleceu na cidade do Porto, em 8 de junho de 1974, aos 81 anos.
A terceira da curva: A segunda fase
No dia 13 de novembro de 1927, o Estádio ganhou a “curva” da arquibancada. O primeiro jogo com a nova área foi realizado entre a Seleção Carioca e a Seleção Paulista, na final do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, vencida pelos cariocas por 2 a 1. O Estádio Vasco da Gama voltou a receber o presidente da República, Washington Luís. Com a inauguração da curva, a capacidade do estádio vascaíno elevou-se para 50 mil lugares.
A terceira fase, a curva para a Rua Dom Carlos
A terceira fase da obra de construção do estádio vascaíno seria a curva voltada em direção à Rua Dom Carlos. Devido ao imenso esforço econômico para a construção do estádio, cujo terreno e obra foram adquiridos com o dinheiro dos vascaínos, tal fase não veio a ser efetivada.
O atual projeto de reforma do Estádio de São Januário vem com a proposta de resgatar o desejo de um estádio fechado, sonho dos dirigentes da década de 20 do Novecentos.
A inauguração dos refletores
O Amistoso Internacional disputado entre o C.R. Vasco da Gama e o Montevideo Wanderers, do Uruguai, foi realizado em 31 de março de 1928. Essa foi a partida que inaugurou os refletores.
O adversário uruguaio era esperado no ano anterior para participar do jogo inaugural do estádio, mas a federação uruguaia não liberou, o que ocasionou a remarcação da inauguração de São Januário, que seria no dia 10/04 para o dia 21/04 e o adversário foi o Santos/SP.
Além disso, constituiu-se como a primeira partida noturna de São Januário e a primeira partida internacional do Clube no local. O Vasco venceu o amistoso por 1 a 0, com um gol olímpico do ponta-esquerda Sant’Ana. Este foi o primeiro gol dessa natureza de que se tem notícia no futebol brasileiro.
São Januário foi o primeiro estádio no Brasil a realizar partidas à luz de refletores próprios.
Por que Estádio de São Januário?
Apesar de o nome oficial ser Estádio Vasco da Gama, a casa vascaína passou a ser conhecida pelo nome de uma das suas principais vias de acesso: a rua São Januário.
Na época de sua construção, era muito comum que um campo ou estádio ficassem conhecidos por sua via de acesso.
Exemplo: Estádio da rua Figueira de Melo (São Cristóvão), Campo da rua Payssandu (Flamengo), Campo da rua Ferrer (Bangu) e rua Bariri (Olaria).
Capacidade de público
O Gigante da Colina foi inaugurado para ser o maior estádio do Brasil e da América do Sul. Na segunda década do século passado não havia regulamentações oficiais detalhadas para estabelecer a capacidade de público em arenas esportivas.
Em realidade as agremiações se baseavam nas parcas regras existentes e buscavam referências nacionais e internacionais para estabelecer seus projetos.
Quando da inauguração da curva de São Januário, no final de 1927, os registros do clube mostram capacidade de público de 50.000 espectadores.
O recorde extraoficial de público em São Januário é de 60.000 espectadores no amistoso internacional Vasco da Gama x Arsenal, em 25 de maio de 1949, quando o Expresso da Vitória derrotou o campeão inglês e melhor time da Europa por 1 x 0.
Já o recorde de público oficial do estádio foi alcançado na partida Vasco x Londrina, em 19 de fevereiro de 1978, com 40.209 espectadores.
Ao longo do tempo as autoridades públicas foram aumentando as restrições para acomodar público nos estádios.
Hoje, a capacidade oficial de público no Estádio de São Januário, aprovada pelo Corpo de Bombeiros, é de 24.000 espectadores. Porém, por conta de exigências de separação entre torcida local e visitante, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro somente autoriza a disponibilização de 22.000 ingressos.
Fachada de São Januário
A fachada principal, no estilo neocolonial, é obra do arquiteto lusitano Ricardo Severo da Fonseca e Costa (Ricardo Severo). Ocupa 274 metros da frente do estádio vascaíno para a Avenida Roberto Dinamite.
A fachada de São Januário é patrimônio histórico e artístico do Rio de Janeiro e tombada pela Prefeitura.
Painéis azulejados da fachada
Os painéis azulejados da fachada, assim como o pórtico da entrada da Social, foram produzidos pelo artista português Jorge Rey Colaço. As obras de arte foram instaladas somente em 1928.
Painel azulejado de Vasco da Gama e Adamastor
O pórtico da entrada da Social de São Januário é um painel azulejado, produzido por Jorge Colaço, que retrata o grande Almirante Vasco da Gama desbravando o caminho rumo à Índia, enfrentando pelo caminho os perigos que os mares ofereciam. O navegador português enfrenta as intempéries climáticas representada pela figura mitológica de Adamastor. O personagem é um mítico gigante baseado na mitologia greco-romana. O poeta Luís de Camões cita-o em sua grande obra Os Lusíadas.
Adamastor representa as forças da natureza contra o navegador Vasco da Gama sob a forma de uma tempestade, ameaçando a ruína daquele que tentasse dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico, os “domínios de Adamastor”.
Busto do Almirante Vasco da Gama
Patrono do Clube, o Almirante Vasco da Gama ganhou um busto em sua homenagem, inaugurado em 30 de agosto de 1942. Inicialmente conhecido como “Monumento a Vasco da Gama”, a obra de arte foi produzida pelo escultor Manoel de Oliveira.
Busto de Raul da Silva Campos
O busto de Raul da Silva Campos foi inaugurado no dia 9 de outubro de 1927, e reinaugurado no dia 30 de agosto de 1942. É uma obra produzida pelo escultor e professor José Maria Oscar Rodolfo Bernardelli (Guadalajara, México 1852 – Rio de Janeiro-RJ 1931), mexicano naturalizado brasileiro. Um grande artista de sua época. O busto homenageia o dirigente com mais mandatos como Presidente do Clube, o grande protagonista da inserção do futebol no Vasco da Gama e do erguimento do Estádio de São Januário. Raul Campos, nascido em Póvoa de Varzim, em Portugal, no dia 2 de outubro de 1886, entrou para o Clube em 1903, atuando na ginástica. Português que veio para o Brasil e prosperou, era proprietário da Casa Campos e depois comprou a Casa Sportman, destinada à venda de material esportivo. A sua primeira presidência foi em 1915, quando foi fundamental para a inserção do futebol na agremiação vascaína. Raul Campos usou o discurso de uma fusão com o Luzitania Sport Club, um clube de futebol constituído por imigrantes portugueses no Rio de Janeiro, como subterfúgio para vencer a barreira imposta pelos “homens do remo”. Raul Campos, ao lado do irmão, Antonio Campos, forneceu a estabilidade necessária para o feito dos Camisas Negras em 1923. Além disso, foi o principal articulador para colocar José Augusto Prestes na Presidência do Vasco, no ano de 1924. Raul Campos também foi um dos principais responsáveis pela construção do Estádio de São Januário e comandou a primeira viagem da equipe vascaína para a Europa, em 1931. No ano de 1933, Raul Campos, lutando ao lado dos defensores do profissionalismo, tornou-se o primeiro presidente de uma liga profissional de futebol: Liga Carioca de Football.
Busto de Antonio de Almeida Filho
O busto de Antonio de Almeida Pinho foi inaugurado no dia 30 de agosto de 1942, em conjunto com os bustos do navegador português Vasco da Gama (Busto do Almirante), patrono do Clube, e do grande dirigente e atleta do remo Joaquim Carneiro Dias. No mesmo dia, houve a reinauguração do busto de Raul da Silva Campos, peça originalmente inaugurada em 09 de outubro de 1927. Esses eventos fizeram parte das comemorações do 44.° aniversário de fundação do Club de Regatas Vasco da Gama (1898-1942). O busto de Almeida Pinho foi produzido pelo escultor brasileiro Modestino Kanto. Ele rende homenagem a um dos principais dirigentes vascaínos na primeira metade do século XX: o Comendador Antonio de Almeida Pinho. Nascido em Macieira de Cambra, Portugal, Almeida Pinho tornou-se dono da grande Fundição Progresso, produtora de aço e diversos objetos metálicos. Tornou-se o primeiro Grande Benemérito do Vasco. Doou incontável quantia de ferro e dinheiro para a construção do estádio vascaíno. Além disso, fez a doação do pouco conhecido cofre para guardar a arrecadação do dinheiro para a construção de São Januário.
Busto de Joaquim Carneiro Dias
O busto de Joaquim Carneiro Dias, histórico remador e dirigente vascaíno, foi inaugurado em 30 de agosto de 1942. A obra que homenageia Carneiro Dias foi produzida pelo escultor Modestino Kanto, que também produziu o busto de Antonio de Almeida Pinho.
Joaquim Carneiro Dias chegou ao Club de Regatas Vasco da Gama na primeira década do século XX. Notável atleta, com força física invejável, rapidamente, destacou-se entre os remadores vascaínos.
Várias vezes campeão defendendo as cores do Cruzmaltino nas águas da Guanabara, Carneiro Dias, ao lado do remador Claudionor Provenzano e do patrão/timoneiro Arnaldo Fernando Guedes, fez parte da guarnição mais vitoriosa a conduzir a histórica embarcação IBIS (“O barco invencível”), que se manteve invicto por 19 páreos seguidos (1912-1918) nas competições náuticas.
O grande remador vascaíno ocupou diversos cargos de diretoria no Vasco da Gama, alcançando a benemerência em 18 de dezembro de 1912. Aquele a quem muitos se referiam como “Carneiro Burro”, em decorrência da sua fabulosa resistência e força muscular inesgotável, marcou a sua vida social, até a morte, pelo mais acurado amor ao Clube.
A fidelidade à comunidade vascaína, somada aos seus feitos esportivos e às ações empreendidas enquanto dirigente, legitimaram a honra de ter o seu busto, em bronze, ornando as dependências da agremiação vascaína. Joaquim Carneiro Dias faleceu no dia 14 de janeiro de 1942.
O Busto de Carneiro Dias foi transferido para a Sede Náutica da Lagoa na década de 1950, retornando para São Januário no dia 9 de dezembro de 2021, quando da inauguração do Espaço Experiência CRVG.
Busto de Antonio da Silva Campos
O Busto de Antonio da Silva Campos foi inaugurado em 06 de agosto de 1950. A obra foi produzida pelo escultor brasileiro Honorio Peçanha. O busto rende homenagem ao abnegado sócio e dirigente vascaíno, presidente no ano de glória dos Camisas Negras, em 1923, Antonio da Silva Campos, irmão de Raul da Silva Campos.
Português, dono de casa comercial voltada para a venda de calçados, ao lado de Raul Campos foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso do futebol vascaíno. Em decorrência dos investimentos na equipe, Antonio Campos se doou tanto ao clube que amava que acabou com suas próprias economias, tendo que trabalhar para o irmão (Raul Campos).
Atualmente, o busto em sua homenagem encontra-se próximo à Capela Nossa Senhora das Vitórias.
Salão de troféus / Espaço de Experiência CRVG
O Salão de Troféus do Club de Regatas Vasco da Gama, localizado no Estádio de São Januário, à direita da entrada principal do estádio, foi inaugurado em 21 de agosto de 1951, como uma das principais solenidades referentes ao 53º Aniversário de Fundação do Clube. O Salão de Troféus foi inaugurado sob a presidência de Otávio Menezes Póvoa.
O espaço que abrigava as conquistas vascaínas era chamado de “Museu de Troféus”.
No dia 19 de agosto de 1960, o Salão de Troféus reabriu as suas portas após um processo de reforma que fora administrado especialmente pelo Grande benemérito Antônio Ceppas e pelo Benemérito Joaquim Melo da Cunha.
Na década de 1980, o Salão de Troféu passou por outro processo de reforma, na administração do presidente Antonio Soares Calçada, sendo reinaugurado no dia 1º de agosto de 1983, como parte das comemorações do mês de aniversário do Clube.
Em 23 de agosto de 1997, o Salão de Troféus do Vasco passou por sua última grande reforma.
No dia 9 de dezembro de 2021, o clube com a história mais bonita do futebol inaugurou um espaço digno da sua grandeza.
O Espaço Experiência CRVG, que ocupa o espaço do antigo Salão de Troféus, surgiu para ser um local de cultura para que toda a torcida vascaína e os amantes do esporte em geral possam contemplar a gigantesca contribuição do Vasco da Gama para o esporte mundial e para a sociedade brasileira.
Organizado pelo Centro de Memória do Club de Regatas Vasco da Gama, o Espaço Experiência do CRVG busca conectar as pessoas ao passado através da trajetória vascaína. Mas também traz elementos que servem de inspiração para o futuro.
Os feitos e as conquistas do Vasco da Gama, motivos de orgulho dos vascaínos, estão expostos de forma moderna, lúdica e acessível a todos. Esse equipamento tem o objetivo de disseminar a cultura, despertar a curiosidade, inspirar, emocionar e, naturalmente, preservar e divulgar a história e a memória do nosso Clube.
Atualmente, o local é administrado pela Vasco da Gama SAF.
Painéis azulejados de Manoel Felix Igrejas
Dentro das dependências da arquibancada social do estádio, há vários painéis azulejados produzidos pelo artista lusitano Manoel Feliz Igrejas, no ano de 1990.
Tribuna de honra
A Tribuna de Honra ocupa uma posição central na arquibancada social de São Januário e se destaca como local reservado às autoridades e convidados da Diretoria Administrativa.
Ao longo da história do estádio, autoridades políticas e militares, nacionais e estrangeiras, estiveram presentes na “Casa Vascaína”, ocupando a Tribuna de Honra em datas comemorativas e eventos diversos. Podemos citar os ex-presidentes da República, Washington Luiz, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e Eurico Gaspar Dutra, e os ex-presidentes de Portugal Mário Soares e Jorge Sampaio.
Além disso, a Tribuna de Honra recebeu figuras ilustres como Osvaldo Aranha (que foi presidente da primeira sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1947), que era irmão do ex-presidente do Vasco da Gama Cyro Aranha, e representantes diplomáticos de diversos países, entre outros.
São Januário: Um palco nacional
Para além do futebol e de outras práticas esportivas, São Januário foi sede de eventos políticos que marcaram o Brasil. O Presidente Washington Luís chegou a ensaiar o uso político do estádio no final da década de 20. No contexto da Revolução de 1930, que depôs o mandatário da nação e colocou no poder o Governador do Rio Grande do Sul Getúlio Vargas, São Januário serviu de local para acomodar as tropas revolucionárias que vieram do Norte do país, ficando alojadas por várias semanas.
Os estádios de futebol já eram vistos como o espaço de lazer das massas populares e os líderes políticos da nação passaram a utilizá-los para dar demonstrações de popularidade e servir de local de manifestação de suas ideologias. A partir de 1939, São Januário passou a ser utilizado de forma regular como palco para grandes eventos cívicos e políticos do país.
No estádio vascaíno, Getúlio Vargas pronunciou vários discursos, especialmente, no Dia do Trabalhador (1º de Maio) e no Dia da Independência (7 de Setembro). Geralmente, na comemoração da Independência, o maestro Heitor Villa Lobos regia corais orfeônicos com milhares de jovens e crianças de escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro.
O líder comunista Luís Carlos Prestes se candidatou ao senado pelo PCB e, em discurso histórico realizado no dia 23 de maio de 1945, no Estádio Vasco da Gama, que contou com a presença de mais de 100 mil pessoas, comemorou a anistia, que considerava uma grande conquista de todos os brasileiros que lutaram contra o nazismo. Jornais da época, tais como a Tribuna Popular e o Gazeta de Notícia, prevendo grande participação popular, anunciavam o comício e informavam à população os melhores meios de transporte para chegar ao estádio. No comício, o líder comunista pediu unidade nacional e convergência entre as classes.
Em 1951 e 1952, mesmo após a inauguração do Maracanã, um estádio que à época possuía capacidade para 200 mil pessoas, Vargas decidiu fazer os seus discursos de 1.º de Maio no Estádio de São Januário. Nos anos de 1956 e 1957, Juscelino Kubitschek esteve no estádio vascaíno com o seu vice-presidente, João Goulart, para comemorar o Dia do Trabalhador. Isso demonstra a ligação do estádio vascaíno, grande espaço de lazer das massas, com os principais líderes da nação brasileira nas décadas de 1940 e 1950.
Principais eventos culturais, cívicos e políticos realizados em São Januário
07/09/1939 – Comemorações do Dia da Independência, realização da Hora da Independência.
01/05/1940 – Discurso proferido pelo Presidente da República, Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador. Neste evento, houve a instituição do salário mínimo pelo Decreto-Lei nº 2.162, de 1º de Maio de 1940.
01/05/1941 – Discurso proferido pelo presidente da República, Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador. Neste evento houve a instalação oficial da Justiça do Trabalho no Brasil.
01/05/1942 – Discurso proferido pelo Ministro do Trabalho, Marcondes Filho, em nome do Presidente Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador. Vargas sofreu um acidente vindo de Petrópolis e não pode comparecer.
07/09/1942 – Comemorações do Dia da Independência, realização da Hora da Independência.
20/01/1943 – Desfile promovido pela primeira-dama Darcy Vargas, em benefício aos soldados e famílias dos combatentes brasileiros na Segunda Guerra Mundial.
07/09/1943 – Comemoração do Dia da Independência, Hora da Independência.
07/09/1944 – Comemorações do Dia da Independência, realização da Hora da Independência.
07/02/1945 – Desfile Oficial de Carnaval das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.
01/05/1945 – Discurso proferido pelo presidente da República, Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador.
23/05/1945 – Comício de Luís Carlos Prestes.
12/08/1950 – Comício de Getúlio Vargas, candidato à presidência da República.
01/05/1951 – Discurso proferido pelo presidente da República, Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador.
01/05/1952 – Discurso proferido pelo presidente da República, Getúlio Vargas, por ocasião do Dia do Trabalhador.
01/05/1956 – Discursos proferidos pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek, e pelo Vice-Presidente da República, João Goulart, por ocasião do Dia do Trabalhador.
01/05/1957 – Discurso proferido pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek, por ocasião do Dia do Trabalhador.
Os direitos trabalhistas e São Januário
O Estádio de São Januário guarda a memória de ter sido um dos principais locais de manifestações políticas na década de 1940 e 1950 do século XX, bem como ser o palco dos principais atos ligados ao Dia do Trabalho (1º de Maio) e aos direitos do trabalhador no Brasil. São Januário testemunhou a criação do salário mínimo e a instalação da Justiça do Trabalho, entre outros importantes marcos para a sociedade brasileira.
Calçada da fama
A Calçada da Fama vascaína foi inaugurada em 28 de agosto de 2004, contendo 50 nomes de associados que participaram de um projeto sócio-torcedor desenvolvido à época para arrecadação de recursos para o Clube. Ao todo foram 1.300 sócios que participaram dessa ação.
Principais eventos esportivos realizados em São Januário
15/05/1927 – Vasco 3×1 Flamengo/RJ – Primeiro Vasco e Flamengo em São Januário. A equipe vascaína “sobrou em campo”. Mesmo estando em processo de reformulação de seu elenco e ainda sentindo os efeitos de todo o esforço financeiro para erguer o maior estádio da América do Sul, o “Gigante da Colina” venceu a partida por 3 a 1 e conquistou sobre o Flamengo o troféu “O Pregão da Victoria”.
31/03/1928 – Partida de inauguração dos refletores do Estádio. Primeira partida noturna de São Januário e primeira partida internacional do Vasco no estádio. Vasco 1×0 Montevideo Wanderers/URU. Gol olímpico do ponta-esquerda Sant’Ana, o primeiro de que se tem notícia no futebol brasileiro.
09/11/1930 – Vasco 6×0 Fluminense/RJ. Partida válida pelo Campeonato Carioca de 1930. Maior goleada do Vasco contra o Fluminense/RJ.
26/04/1931 – Vasco 7×0 Flamengo/RJ. Na tarde de 26 de abril de 1931, em partida válida pelo 1º turno do Campeonato Carioca daquele ano, o Vasco venceu o Flamengo pelo placar de 7 a 0, estabelecendo uma marca que até os dias atuais é a maior goleada do “Clássico dos Milhões”.
25/05/1949 – Vasco 1×0 Arsenal, da Inglaterra (Amistoso Internacional). Na noite de 25 de maio de 1949, São Januário recebeu um dos maiores públicos de sua história, no Amistoso Internacional entre o Vasco e o Arsenal. Estima-se que 60 mil torcedores tenham acompanhado a partida. O famoso clube londrino, um dos mais tradicionais e populares da Inglaterra, fundado em 1886 e várias vezes campeão inglês, havia se sagrado mais uma vez campeão na temporada de 1947/48 e era exaltado como um dos melhores times do mundo. Foi derrotado pelo Expresso da Vitória.
06/12/1992 – Vasco 1×1 Flamengo/RJ. O Vasco ratifica a conquista do Campeonato Carioca de 1992, ao terminar a campanha de forma invicta.
12/08/1998 – Vasco 2×0 Barcelona (Equador). Primeira partida da Final da Libertadores. Vasco 2×0 Barcelona (Equador). Donizete 7′ e Luizão 33′ no 1º tempo.
06/12/2000 – Vasco 2×0 Palmeiras/SP. Primeira partida da final da Copa Mercosul.
20/05/2007 – Vasco 3×1 Sport/PE. Partida do milésimo gol do Romário. O gol foi marcado aos 2′ do 2º Tempo, de pênalti.
01/06/2011 – Vasco 1×0 Coritiba/PR. Primeiro jogo da final da Copa do Brasil. O Vasco dava o pontapé inicial para a conquista inédita da Copa do Brasil. Vasco 1×0 Coritiba/PR. Gol: Alecsandro 5′ do 2º Tempo.
24/07/2011 – Brasil 5×0 Alemanha. Final do Futebol Feminino nos Jogos Mundiais Militares.
São Januário e jogos da Seleção Brasileira
São Januário recebe jogos da Seleção Brasileira de Futebol desde 1939. No estádio vascaíno, o selecionado brasileiro disputou partidas e foi campeão da Copa Roca (contra a Argentina) e da Copa Rio Branco (contra o Uruguai), e conquistou a Copa América de 1949 (Campeonato Sul-Americano de Seleções).
Além da Seleção Brasileira, a Seleção do Distrito Federal atuou várias vezes no estádio, sendo campeã do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.
São Januário para outros clubes
O estádio vascaíno já foi alugado para diversos clubes ao longo de sua história, especialmente para as agremiações cariocas. Antes do Maracanã, o colosso de São Januário era o principal estádio de futebol da então capital do Brasil. Os clubes coirmãos que antes diminuíram o Vasco pelo fato de não ter um estádio, por diversas vezes optaram por mandar os seus jogos no estádio vascaíno.
Mastro do Tymbira
O mastro do Tymbira foi instalado no campo do Estádio de São Januário no dia 23 de agosto de 1936, para ser o mastro principal do estádio. Ele foi doado pela Marinha do Brasil através do seu ministro à época, o almirante Alexandrino de Alencar.
A doação ocorreu na presidência administrativa de Jorge Bhering de Oliveira Mattos. O mastro pertenceu ao cruzador torpedeiro Tymbira da esquadra brasileira. O navio era movido a vapor e foi construído no estaleiro Germânia, em Kiel (Alemanha).
Incorporado à Marinha brasileira no ano de 1896, inicialmente, recebeu o nome de Caramuru, mas o rebatizaram como Tymbira, em homenagem a um guerreiro indígena. O cruzador torpedeiro possuía 86.04 m de comprimento total, era munido com dez canhões (2 de 100 mm, 6 de 57 mm e 2 de 37 mm), mais duas metralhadoras de 25 mm e três tubos lança torpedos, tinha uma tripulação de 155 pessoas e alcançava uma velocidade média de até 22.5 nós (41,67 quilômetros por hora).
O mastro monstro (nome dado pela imprensa na época) foi inaugurado no dia 23 de agosto de 1936, e as obras para erguê-lo foram iniciadas em maio do mesmo ano.
O engenheiro geral da Cidade do Rio de Janeiro João Gualberto Marques Porto foi o responsável pelas obras e afirmou que o mastro não era apenas uma obra particular e sim um monumento para cidade e um símbolo para o esporte como um todo.
Foram precisos dois guindastes de concreto para erguer o monumento de nove toneladas no Estádio São Januário. Ao final, o mastro Tymbira ficou com 50 metros de altura e, na época, passou a ser o maior mastro da América do Sul e ficou popularmente conhecido como Mastro do Relógio.
Seguindo a tradição do Clube, no mastro obrigatoriamente tremulam as bandeiras do Brasil, Portugal, Rio de Janeiro e do Vasco da Gama.
Estátua de Romário
Inaugurada em 18 de agosto de 2008, a Estátua do Gol Mil, popularmente conhecida como Estátua do Romário, faz referência ao milésimo gol marcado pelo “Baixinho” no jogo Vasco 3 x 1 Sport/PE, no dia 20 de maio de 2007. A estátua está localizada atrás do gol em que o atacante balançou as redes.
A inauguração da homenagem ocorreu 22 anos após o primeiro gol de Romário como profissional, defendendo a camisa do Vasco, na goleada por 6 a 0 sobre o Nova Venécia, do Espírito Santo, em 1985.
A Estátua de Roberto Dinamite
A Estátua de Roberto Dinamite foi inaugurada no dia 28 de abril de 2022, com uma grande festa. A obra de arte, produzida pelo escultor Mário Pitanguy, rende homenagem ao maior ídolo do Club de Regatas Vasco da Gama: Carlos Roberto Dinamite de Oliveira.
Em outubro de 2021, em homenagem aos 50 anos do primeiro gol do Garoto Dinamite com a camisa do Vasco, o Clube lançou uma campanha de arrecadação para homenagear seu maior artilheiro.
Em apenas seis horas, a torcida bateu a meta do projeto, garantindo a produção da estátua do “Maior de Todos”, aquele que é o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro, do Campeonato Carioca, do Vasco, de São Januário e de todos os clássicos regionais.
O novo endereço
Por ocasião do falecimento de Roberto Dinamite, em 8 de janeiro de 2023, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro homenageou o maior ídolo e artilheiro do Vasco renomeando o logradouro público em frente ao Complexo de São Januário. Assim, o endereço oficial do Estádio e da Sede Administrativa do CRVG mudou de Rua General Almério de Moura para Avenida Roberto Dinamite, 10.
Pista de Atletismo
Existente desde a inauguração do estádio, primeiro feita de terra e carvão, e depois pavimentada, a pista de atletismo de São Januário foi local de várias competições esportivas. Na pista de São Januário treinou e competiu o lendário atleta do atletismo vascaíno Adhemar Ferreira da Silva, primeiro bicampeão Olímpico do Brasil (Helsinque 1952 e Melbourne 1956), recordista mundial do salto triplo por 5 vezes e único brasileiro no Hall da Fama da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Além disso, foi nesse local que a Portela e demais escolas de samba desfilaram no Carnaval de 1945, quando a Águia de Madureira conquistou o título do carnaval carioca. A retirada da pista de atletismo, visando um aumento do espaço ocupado pelo gramado, ocorreu em agosto de 1990.
Centro de comunicação Álvaro do Nascimento Rodrigues
A área reservada à imprensa em São Januário surgiu em 1949, na esteira das reformas empreendidas no Estádio para ser sede do Campeonato Sul-Americano de Seleções (Copa América).
No dia 27 de Agosto de 1982, em cerimônia conduzida pelo ex-presidente Cyro Aranha, foi inaugurado pela gestão do presidente Alberto Pires Ribeiro o Centro de Comunicação Álvaro do Nascimento Rodrigues. Assim, o Clube buscava ter em seu estádio um espaço moderno para o trabalho dos jornalistas e radialistas da época, que seriam os responsáveis por divulgar as partidas de futebol do Vasco.
O novo espaço foi inaugurado com 14 cabines de transmissão, divididas em 2 andares, contando ainda com um elevador. O local rende homenagem ao jornalista Alvaro do Nascimento Rodrigues, grande figura vascaína, que veio a falecer um dia após a inauguração.
Português, nascido em Valença do Minho, Alvaro Nascimento, também conhecido como “Cascadura”, no Vasco da Gama, e “Zé de São Januário”, pseudônimo com o qual assinava a coluna “Uma pedrinha na Shooteira”, pelo Jornal dos Sports, foi um jornalista que teve grande participação na história do Clube.
Participou ativamente da campanha de arrecadação para a obra do Estádio Vasco da Gama, além de encabeçar a campanha para a construção da Capela de Nossa Senhora das Vitórias, para a criação do Parque Aquático e para doação de livros à Biblioteca do Departamento Infanto-Juvenil.
Em 1947, foi o idealizador da mascote do Corvo. Alvaro Nascimento divulgava diariamente assuntos relacionados à história do Vasco ou o dia a dia da agremiação.
Além da coluna “Uma pedrinha na Shooteira”, ele assinava a coluna “O Vasco em Dia”, para o mesmo periódico carioca. Em 1957, “Cascadura” se tornou membro do Conselho Deliberativo do Vasco e foi agraciado com o título de Benemérito, no ano de 1962.
Estúdio Abelardo ‘Chacrinha’ Barbosa e Sala Chico Anysio
Em março de 2021, foi construído no estádio um estúdio para a produção da programação da Vasco TV. Localizado ao lado da entrada do vestiário do futebol profissional, o estúdio ancora as transmissões ao vivo da VascoTV e as produções especiais da emissora.
Em setembro de 2021, o Vasco da Gama inaugurou em São Januário a ampliação do estúdio da Vasco TV e lhe deu o nome de Abelardo “Chacrinha” Barbosa. Chacrinha era vascaíno apaixonado e comandou durante 40 anos os programas populares de maior audiência da TV Brasileira, onde passaram grandes nomes da música como Roberto Carlos, Clara Nunes, Raul Seixas e tantos outros.
Durante sua longa e exitosa carreira, Chacrinha sempre divulgou o nome do Vasco da Gama e seus feitos para todo o Brasil. O estúdio Abelardo “Chacrinha” Barbosa conta com dois ambientes para gravação, câmeras de 4K, telão LED e sistemas de iluminação e captação de som de última geração.
Em setembro de 2022, o Clube inaugurou sua nova Sala de Imprensa em São Januário, que ganhou o nome de Chico Anysio, um dos maiores humoristas do Brasil e apaixonado pelo Vasco. Entre suas dezenas de personagens de grande sucesso, sempre encontrava espaço para, com graça e humor, divulgar o Vasco da Gama e seus valores para uma audiência nacional.
A Sala Chico Anysio fica localizada ao lado dos estúdios da Vasco TV e dispõe de toda a infraestrutura para o trabalho dos jornalistas, assim como para abrigar as coletivas de imprensa e anúncios oficiais do Clube.
Alambrado
Os antigos alambrados de São Januário foram instalados originalmente em 1949, quando o estádio sediou o Campeonato Sul-Americano de Seleções (Copa América). A colocação do alambrado foi uma exigência da federação argentina de futebol para a participação da sua seleção na competição. A seleção argentina acabou não participando do torneio.
Novos alambrados foram instalados na década de 1960, substituindo a “gaiola” implantada em 1949.
Em 2012, houve a retirada dos alambrados de ferro e a colocação de uma estrutura de vidro temperado e laminado.
Centro de prevenção e reabilitação esportiva
No dia 22 de julho de 2016, foi inaugurado o Centro Avançado de Prevenção e Reabilitação Esportiva (Caprres). O evento contou com a presença dos então presidente da CBF Marco Polo Del Nero, do vice-presidente da entidade Antonio Carlos Nunes, do diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, do presidente da FERJ Rubens Lopes, da Diretoria Administrativa do Vasco e dos Poderes do Clube.
O projeto foi idealizado pelo gerente científico do Vasco, Alex Evangelista, com objetivo de prevenção de lesões e a reabilitação de atletas. O Caprres possui 600 metros quadrados, dividindo-se em vários ambientes em um ângulo de 360 graus. O espaço recebeu equipamentos de alta tecnologia.
Atualmente, o local é utilizado pelo Departamento de Futebol Profissional e da Base.
Campo anexo
Localizado atrás das arquibancadas do Estádio, o Campo Anexo de Treinamento de Futebol foi inaugurado no dia 09 de agosto de 2016. O gramado possui a mesma qualidade do campo principal. Atualmente, serve de espaço para treinamentos da base e do futebol feminino.
No muro lateral do campo está registrada a histórica frase, cuja memória de muitos vascaínos atribuem ao ex-presidente Cyro Aranha: “Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”.
Colégio Vasco da Gama
O Colégio Vasco da Gama foi inaugurado em São Januário no dia 8 de março de 2004. Desde a sua estruturação e início de funcionamento, o Clube mantém integralmente o Colégio e todas as suas despesas, como fornecimento de uniforme, de material didático e de alimentação. Considerado um marco na história dos clubes de futebol do Brasil, o Colégio Vasco da Gama surgiu da necessidade de se criar uma escola regular, com registro oficial na Secretaria de Educação, na qual o planejamento anual das atividades escolares seria feito em comum acordo com o planejamento dos departamentos profissional e amador. Assim, procura-se solucionar as dificuldades enfrentadas pelos atletas em conciliar o esporte com os estudos, tendo o objetivo de facilitar a vida educacional dos esportistas de todas as modalidades, acompanhando-os integralmente. Essa verdadeira ação social garante a assiduidade dos alunos às aulas, contribui para um melhor desempenho escolar e auxilia na construção de uma consciência de cidadania por parte dos atletas vascaínos. O Colégio Vasco da Gama é um grande orgulho dos vascaínos, e remonta uma tradição que vem do início do século passado, quando o Vasco alfabetizava seus atletas de origem humilde para que lhes fosse garantido o direito de representar o Clube nos torneios de futebol. Fiel aos seus valores e princípios, o Vasco da Gama provê educação de qualidade aos seus jovens atletas, colaborando decisivamente para que possam construir suas vidas como desportistas e cidadãos. No Colégio Vasco da Gama já se formaram vários atletas, como Alan Kardec, Alex Teixeira, Luan, Philippe Coutinho e Souza.
Pousada do Almirante
O Vasco da Gama mantém em São Januário uma pousada para abrigar jovens atletas provenientes de outras cidades e estados, ou em condição de risco social. Inaugurada em 5 de maio de 1987, a Pousada do Almirante possui muita história. Reservada para servir dormitório e estadia aos jovens da base do futebol vascaíno, o local acolheu os jogadores da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950.
No dia 2 de junho de 2015, após um amplo processo de reforma, o espaço foi rebatizado para Pousada do Almirante – Amadeu Pinto da Rocha, em homenagem ao grande benemérito Amadeu Pinto da Rocha. No local, há espaço para receber cerca de 60 atletas, em quartos com ar-condicionado, sala de internet, auditório, copa e salas de direção do futebol amador.
Capela Nossa Senhora das vitórias
A Capela Nossa Senhora das Vitórias foi oficialmente inaugurada no dia 26 de agosto de 1961. Nesse dia foi celebrada, com a licença especial da Câmara Eclesiástica do Arcebispado do Rio de Janeiro, a primeira missa no local, que contou com a presença de inúmeros associados.
Na data 15 de agosto há a comemoração litúrgica da Santa. Não por acaso, em 15 de agosto de 1955, foi realizada a benção à instalação da Pedra Fundamental da Capela, pelo então bispo Dom Hélder Câmara, ao lado do presidente do Clube, Arthur Braga Rodrigues Pires, dando início às obras da Capela.
Sala da presidência da diretoria administrativa
Coração da vida administrativa do Clube, de onde saem as mais importantes decisões do Vasco, a Sala da Presidência é ocupada pelo presidente da Diretoria Administrativa, atualmente o Jorge Salgado.
No local, além da rotina diária de assinaturas e despachos, o Presidente recebe os demais presidentes dos poderes do Clube, autoridades diversas e realiza a Reunião de Diretoria.
A Sala da Presidência situava-se onde hoje é a sua sala de reuniões. Em 1998, foi significativamente ampliada, ganhando a estrutura atual.
Mega loja
Inaugurada em 15 de dezembro de 2011, a Mega Loja do Vasco está localizada ao lado da fachada do Estádio, de frente para a avenida Roberto Dinamite. Em um espaço de cerca de 500m2, decorado com imagens e símbolos do Clube, o torcedor vascaíno encontrará toda linha de produtos licenciados do Clube.
Além disso, poderá sentir a emoção de entrar no túnel com gritos da torcida e obter o serviço de personalização de nome e número na camisa oficial do futebol do Vasco.
Estatísticas
1.640
Partidas do Vasco
1.056
Vitórias
348
Empates
236
Derrotas
3.657
Gols Marcados
1.507
Gols Sofridos
2.150
Saldo de Gols
Títulos conquistados pelo Vasco
- 31/3/1929 – Campeão do Torneio Início. Vasco 1×0 América/RJ. Primeiro título da equipe principal do Vasco no Estádio de São Januário.
- 23/3/1930 – Campeão do Torneio Início. Vasco 1×0 Bangu/RJ.
- 17/4/1932 – Campeão do Torneio Início. Vasco 1×0 Botafogo/RJ.
- 14/1/1940 – Campeão do Torneio Luiz Aranha. Vasco 0x0 C.A. San Lorenzo de Almagro (ARGENTINA) – 1×0 nos escanteios.
- 29/3/1942 – Campeão do Torneio Início. Vasco 0x0 Madureira/RJ – 2×0 nos escanteios.
- 23/4/1944 – Campeão do Torneio Início. Vasco 3×1 Flamengo/RJ.
- 22/4/1945 – Campeão do Torneio Início. Vasco 2×0 Botafogo/RJ.
- 11/11/1945 – Campeão Carioca (Invicto). Vasco 4×0 Madureira/RJ. Com uma rodada de antecedência.
- 26/6/1946 – Campeão do Torneio Municipal. Vasco 1×0 Fluminense/RJ.
- 07/12/1947 – Campeão Carioca (Invicto). Vasco 0x0 Botafogo/RJ.
- 26/11/1980 – Campeão da Taça Gustavo de Carvalho (2º Turno do Estadual). Vasco 2×1 Americano F.C. (Campos/RJ).
- 07/3/1990. Campeão da Taça Guanabara (Invicto) (1º Turno do Estadual). Vasco 6×0 Campo Grande/RJ.
- 02/8/1992. Campeão da Copa Rio de Janeiro – Invicto.Vasco 2×1 Fluminense/RJ.
- 04/10/1992 – Campeão da Taça Guanabara (Invicto) (1º Turno do Estadual). Vasco 1×1 Flamengo/RJ.
- 24/11/1992 – Campeão da Taça Rio (Invicto) (2º Turno do Estadual) e Campeão Carioca (Invicto). Vasco 1×0 Bangu/RJ.
- 22/05/2021 – Campeão da Taça Rio (Disputa do 5.º ao 8.º colocado no Estadual). Vasco (3) 0x1 (0) Botafogo/RJ – 3 a 0 nos pênaltis.
“E por amor ergui este monumento”
“O Vasco é do tamanho da sua história”.
Centro de Memória CRVG.
Fonte: CR Vasco da Gama