Mais uma semana sem jogos e, adivinhem! Notícias negativas sobre o Vasco voltam a ter destaque. Ou nem tanto, depende de como se apresenta a notícia. O tema? Abelairas. O meia argentino deu uma entrevista em que falava sobe sua situação no clube e o assunto gerou, como bem se esperava, polêmica entre os torcedores.
Pode-se encarar a entrevistas de duas formas: o “hermano” mostrou sua mágoa com o Vasco e pode sair ou Abelairas gostaria de ter mais chances no time e reforçou sua vontade de permanecer na Colina. Nem uma está errada, nem outra está completamente certa. Cabe ao leitor ter o discernimento para captar qual é mais precisa.
Os fatos são os seguintes: Abelairas recebeu uma proposta de um clube mexicano, de menor projeção que o Vasco, mas onde teria muito mais chances de atuar. Como tem tido poucas oportunidades com o Cristóvão, nada mais natural que o jogador leve em consideração uma oportunidade de voltar a atuar com frequência.
Mas não se pode ignorar declarações como “Eu estou muito contente e muito feliz por estar jogando no Vasco. Acho que é um time excepcional e que possui um elenco muito bom, muito competitivo e estou muito feliz. Meu desejo é continuar no clube“. Estar insatisfeito com sua situação não significa necessariamente estar insatisfeito por estar no Vasco. Pelo que disse na sua entrevista, a tal “mágoa” se resolveria de maneira muito simples: bastaria que dessem ao gringo uma chance real de mostrar seu potencial.
Esse é apenas um dos vários casos em que a torcida deve refletir antes de defender incondicionalmente a diretoria ou cair matando nas críticas. Cabe a nós avaliarmos qual ponto de vista é o mais próximo da realidade e não aceitar tudo o que vem mastigado da imprensa. Até porque o papel de interpretar as manchetes é nosso, não dos jornalistas.
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Mas vale um comentário extra sobre a condição do Abelairas. O gringo ter mais chances no time passa necessariamente por uma decisão do Cristóvão, e isso deve complicar um pouco a questão. Já ficou claro que o 12º jogador do técnico é o Fellipe Bastos, esteja ele marcando gols (os poucos que fez) ou jogando o feijão com arroz sem nenhum tempero que (quase sempre) mostra em campo. Esse parece ser o maior empecilho para que o Abelairas tenha mais oportunidades no time.
Parece, mas pode não ser. Como ainda não vi ninguém pedir que o meia argentino tome a vaga do Juninho no time, o maior motivo do clamor de grande parte dos vascaínos pelo hermano vem da certeza de que ele não pode ser pior que Fellipe Bastos. O problema é que – apesar de todas as provas que Bastos nos dá de que isso é verdade – a torcida não pode efetivamente comprovar esse fato. Abelairas jogou muito pouco e nas chances que teve se saiu razoavelmente. Fellipe Bastos já teve jogos muito piores, mas também foi bem mais decisivo que o argentino. Quem pode garantir que nos treinos o brasileiro não se sai melhor que argentino ao cumprir as funções determinadas pelo treinador?
Aí é que está: quem poderia garantir isso é o Cristóvão. É o treinador que está junto dos jogadores e avalia quem pode ou não cumprir as funções que ele determina. Pode parecer estranho ou mesmo inexplicável ou inaceitável o Abelairas ser sempre preterido pelo Bastos. Mas o torcedor comum, aquele que só tem acesso aos jogos do time e ao noticiário do clube, não tem elementos para contestar essa decisão do treinador.
Agora: caso o gringo realmente vá para o México e arrebente, que o treinador e a diretoria aguentem as críticas da torcida, que virão pesadas (e com toda a razão).
O garotão usando a armadura do Fernando Prass e que ilustra a seção “Vasco Imortal” desse tema livre é o Pedro, filho do Dennys Ferreira. Eles são da Ilha do Governador, aqui no Rio mesmo.
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Quando será que vão parar de associar o gol do Diego Souza no jogo contra o Bahia à chance que o jogador perdeu nas quartas de final da Libertadores? Aliás, qual é o sentido em fazer essa comparação?
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