Saiba como fazer um ‘tour raiz’ numa partida do Vasco em São Januário
Para quem vai aos jogos do Vasco da Gama na Colina Histórica tem um grande número de lugares para beber, comer e até dançar nos arredores.
Estádio construído pelos próprios torcedores, com sua fachada tombada, que foi palco de discursos do ex-presidente Getúlio Vargas, de desfiles de escolas de samba, onde ocorreu o milésimo gol de Romário… O que não falta é história em São Januário ao longo de seus 95 anos. Porém, há um lado menos “glamouroso” que, quem frequenta, garante ser tão sedutor quanto os tópicos famosos: o entorno do local.
Enraizado ao lado da comunidade Barreira do Vasco, São Januário, onde o time vascaíno recebe o Bahia neste domingo (15), às 16h, pela sétima rodada da Série B, proporciona uma experiência única ao visitante, sejam nos botecos com suas cervejas geladas à preço de custo e petiscos de dar água na boca, passando pelo comércio alternativo criado pelos próprios torcedores.
Com indicações feitas pela torcida nas redes sociais e experiência própria da reportagem, o UOL Esporte foi aos principais locais e traz aqui uma matéria onde o objetivo é imergir o leitor no “universo raiz” de São Januário. Abaixo há indicações de bares, restaurantes, iguarias, experiências culturais e até mesmo estúdio de tatuagem temático do Vasco. Confira:
Trayler do Vascão
Fica exatamente na entrada principal de São Januário, na rua General Almério de Moura, e já tem mais de 15 anos. O grande atrativo, sem dúvida alguma, é a dona do estabelecimento, Denize Coutinho, conhecida de torcedores, funcionários e atletas do clube. Por ali, ela é mais famosa pela alcunha carinhosa de “Pretinha”, como a própria faz questão de frisar.
Esbanjando simpatia, ela atrai os clientes com seu carisma, bate-papo e uma cerveja no ponto certo. Para o jogo deste domingo, por exemplo, ela já está gelando desde ontem (13).
“A antiga dona estava passando por um momento difícil e quis passar o ponto. Meu ex-marido perguntou se não queria fazer um teste e o teste está até hoje [risos]”, diz Denize com seu alto astral, relembrando o período difícil da pandemia sem jogos.
“Eu fiquei uns quatro meses sem trabalhar, mas não pensei em largar. Só pensava em voltar a trabalhar porque eu adoro isso aqui”, disse ela, que nasceu no interior de Minas Gerais, chegou ao Rio de Janeiro em 1990 e construiu o amor pelo Vasco de cara: “Eu ouvi o hino do Vasco na praia de Ipanema e me apaixonei”.
Studio da Colina
Criado em 2017, o Studio da Colina é o primeiro estúdio de tatuagem totalmente temático de um clube de futebol no Brasil. Ele também fica na General Almério de Moura, na sobreloja do nº 298, quase em frente a megaloja do clube.
Quem quiser chegar cedo ao jogo e eternizar na pele a paixão pelo clube, ele estará aberto a partir das 10h, fechando por volta das 15h. Os tatuadores também fazem tatuagens livres além da temática de Vasco. Os únicos desenhos terminantemente proibidos, obviamente, são em referência à clubes rivais.
Porém, mesmo que você não queira fazer uma tatuagem, somente a visita já vale a experiência. As referências ao Vasco estão, literalmente, por todos os lados: no chão, no teto, nas paredes…Sejam com pinturas, desenhos, quadros e relíquias decorativas.
Fora isso, há roupas e utensílios personalizados do estúdio à venda, como camisas, shorts, bonés, chapéus (buckets), canecas, adesivos e etc.. Os preços são acessíveis.
Bar do Nelson
Exatamente embaixo do Studio da Colina se encontra o Bar do Nelson, point dos vascaínos que curtem rock. É lá, por exemplo, o ponto de encontro da torcida “VasMetal” e, como o ambiente sugere, a música tocada é o Rock and Roll. Para comer, os frequentadores sugerem a sardinha frita e o sanduíche de carne assada. Em dias de jogos há sempre um churrasco rolando por ali também.
Bares da Barreira do Vasco
Na rua Ricardo Machado, que é colada ao muro de São Januário, há os bares da comunidade Barreira do Vasco. Por lá a cerveja gelada é garantida, além dos petiscos saborosos e também em conta. Há uma viela com vários bares super convidativos, inclusive alguns com chope. As principais pedidas para comer são o filé aperitivo com aipim (sequinho!) e os pastéis. Quem estiver com mais fome, também há opções de pizza.
Na mesma rua há a lanchonete do “China”, onde você encontra joelhos [italianos ou enroladinhos, a depender da região] por R$ 4.
Bar Floriano
É um dos bares mais famosos, recomendados e frequentados pelos vascaínos em dias de jogo. Fica na área da praça onde se situa a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), bem próximo ao portão 5 de São Januário. Por lá os vascaínos garantem que a cerveja é a mais gelada da região e os petiscos são saborosos. Também serve almoço com buffet self-service e churrasco.
O UOL Esporte esteve no local ontem (13) e o taxista Wallace Tadeu, que almoçava no estabelecimento e ouviu a conversa, fez questão de manifestar seu apreço pelo local.
“É a melhor comida do Rio de Janeiro! Sou de Niterói [município vizinho] e venho comer. Tu vai em restaurante famoso em Copacabana e não tem essa qualidade!”, garantiu entre uma garfada e outra.
Bar do Alemão
À reportagem, o vascaíno João Bastos classificou da seguinte forma o Bar do Alemão: “A inflação não chega ali”.
A explicação do torcedor é justa. Segundo ele, antes do coronavírus, o adorado “litrão” de cerveja custava R$ 7. Com a pandemia, o aumento foi de apenas R$ 0,50. Porém, assim que os jogos voltaram, o preço retornou para os comemorados R$ 7.
“Conheci esse bar em 2016. De lá para cá o negócio simplesmente explodiu só no marketing boca à boca. A cerveja é o preço mais barato que eu conheço. Então, para muita gente virou um point ou, no mínimo, uma paradinha obrigatória”, disse Bastos.
O Bar do Alemão fica na Travessa Dona Darcí Vargas, nº43.
Trailer da Vasdreia
Bem em frente à entrada do setor social há também o famoso trailer da “Vasdréia”, que é a simpática, boêmia e mais irreverente torcida organizada [ou desorganizada, como preferem se autointitular] do Vasco, e que tem como principal personagem Seu Gilberto, um dos torcedores ícones do Cruzmaltino e figura muito conhecida em São Januário. Por ali a animação é garantida, assim como a bebedeira [o nome da torcida, por exemplo, é uma referência à bebida destilada Dreher, com a guardada liberdade de grafia].
Boteco Paludy
Para quem comprou a arquibancada com entrada no portão 9, a pedida é o Boteco Paludy, que fica a cerca de dois minutos caminhando dali, na Rua Bonfim, nº 398. Os frequentadores classificam o local como um “ambiente acolhedor e com cerveja gelada”.
“Eu só paro lá. Ambiente bom, o dono do bar é vascaíno e ainda libera a churrasqueira para rolar um churras”, disse o internauta Matheus Lucas.
EmpaJohn, Drinkeria da Colina e Brigadeiro da Clarinha
As opções nos arredores de São Januário não se restringem somente aos estabelecimentos privados. Os próprios torcedores do Vasco criaram formas de levantar uma graninha enquanto a bola não rola. Na região próxima à UPP, por exemplo, você pode encontrar o já famoso “EmpaJohn”, que são deliciosos empadões do vascaíno Jonathan Valentino feitos por sua avó. Todos os sabores saem ao custo de R$ 10.
Bem ao lado do EmpaJohn há a “Drinkeria da Colina”, que serve caipirinhas, caipivodkas e até batidas com nomes curiosos como “Caldeirão” e “SAF”. Os preços variam entre R$ 15 e R$ 22.
Também por ali estará o “Brigadeiro da Clarinha”, com o adocicado preço de apenas R$ 1 a unidade.
Bar do Júlio
Mas e o torcedor do Bahia que for a São Januário? Sim, também há opção para o visitante. Aliás, uma ótima e tradicional opção. Bem em frente à entrada dos torcedores do Tricolor baiano fica o “Café e Bar Corujinha”, popularmente conhecido como “Bar do Júlio” e que tem 43 anos de existência.
Aconchegante e com uma ventilada varanda, é um típico bar português. Por lá o almoço é farto.
Como as organizadas de Vasco e Bahia são amigas, neste domingo acontecerá um churrasco de confraternização entre elas no local antes do jogo.
“Corredor do Funk”
Para quem quiser já entrar no clima da arquibancada, há uma espécie de “corredor do funk”, que fica no estacionamento bem em frente à entrada da social. Lá ficam concentradas muitas organizadas e carros com sons ligados no ritmo que domina os bailes. Se você tiver sorte, ainda conseguirá presenciar o folclórico torcedor Caíque da Arruda executando passinhos como esses dos vídeos.
Próximo do local, inclusive, havia sido marcado um evento de funk, que foi adiado por conta do jogo. Além de equipes de som, o baile teria a presença de MC Marcinho.
Mirante da Colina
Na rua Ferreira de Araújo, nº 38, se situa o “Mirante da Colina”, estabelecimento onde se tem um visual deslumbrante de São de Januário visto de cima. O terraço “instagramável” conta com uma réplica em tamanho real da Taça Libertadores, conquistada pelo Vasco em 1998.
Para visitar o local é preciso fazer um agendamento prévio com até 24h de antecedência. Há um bar servindo bebida e petiscos, além de transmitir os jogos. O Mirante da Colina ainda oferece um serviço com fotógrafo profissional para quem quiser realizar ensaios.
Para quem quiser chegar cedo e preferir fazer um almoço de verdade perto de São Januário, há quatro estabelecimentos tradicionais na região. Veja abaixo:
Restaurante de São Januário
Trata-se do restaurante que fica dentro de São Januário. Há a opção de self-service com churrasco como também à la carte, onde os pratos e vinhos portugueses são o carro-chefe. Costuma ficar bem cheio em dias de jogos.
Feira de São Cristóvão
É a tradicional feira nordestina do Rio de Janeiro, oficialmente conhecida como Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Trata-se de um lugar muito conhecido na cidade, um verdadeiro ponto turístico, e reúne a cultura e a gastronomia do Nordeste. Fica a cerca de 18 minutos a pé de São Januário.
Cadeg
Outro ponto tradicionalíssimo do Rio de Janeiro e próximo de São Januário. É um mercado municipal, onde você encontra literalmente de tudo, inclusive restaurantes com cardápios excelentes, principalmente os de origem portuguesa. Fica a cerca de 14 minutos a pé do estádio do Vasco.
Velho Adonis
Outro bar tradicional do Rio de Janeiro e que tem como ponto alto a gastronomia portuguesa. O bolinho de bacalhau é de dar água na boca e é outro point de encontro dos vascaínos. Fica a cerca de 18 minutos a pé de São Januário.
Fonte: Uol