SAF’s melhoram ambiente do futebol brasileiro, mas não são salvação

Com mais dinheiro para investir em times competitivos, clubes como o Vasco da Gama apostam na reestruturação, mas que pode levar tempo.

Sócios da 777 Partners em visita ao CT Moacyr Barbosa
Sócios da 777 Partners em visita ao CT Moacyr Barbosa (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Já passou de 20 o número de clubes que viraram SAF no Brasil. Cruzeiro e Botafogo no ano passado. E Vasco e Bahia, na próxima temporada, são os principais exemplos. Com o fenômeno há a natural onda de esperança sobre a completa transformação das instituições. Mas isso não é tão simples quanto parece. O dinheiro é ótimo e ajuda, mas estruturar o processo demanda tempo.

Certamente o caso mais bem-sucedido até aqui é o do Cruzeiro. Campeão com sobras da última Série B, teve salários em dia, trabalho profissional, elenco e comissão técnica melhores em relação a 2020 e 2021, quando não conseguiu sair da segunda divisão. Mas até na Raposa as pedras apareceram pelo caminho.

Como esquecer a polêmica saída do ídolo Fábio? As desconfianças com a irregularidade natural dos primeiros meses sob o comando de Paulo Pezzolano? Desde que assumiu, Ronaldo Nazário foi claro ao dizer que os investimentos seriam maiores em comparação ao que vinha ocorrendo, mas muito distantes de colocar o clube celeste entre os melhores do país num futuro próximo.

A grande prova da veracidade do discurso vem agora. O Cruzeiro está de volta à Série A, mas não montará um elenco do mesmo nível dos clubes mais abastados financeiramente. A reconstrução continua. O time de 2023 será melhor que o de 2022. Loucura, porém, não combina com quem quer tocar o futebol desses gigantes com profissionalismo.

Cada SAF tem uma previsão de investimento. E é claro que isso pode influenciar na celeridade deste processo. A questão é que mais dinheiro nem sempre significa resultados ou grandes elencos. Há pessoas inseridas no meio de cada um desses modelos, e elas cometem erros. O futebol não é uma ciência exata. Jogadores, treinadores e dirigentes, precisam do melhor contexto para produzir.

O Botafogo também tem suas particularidades. Contratou mais de 20 atletas desde que virou SAF, tem uma folha salarial alta, mas não está entre os melhores times do país. Terá uma temporada para iniciar do zero e equilibrar todos esses atletas com uma comissão técnica que viverá o segundo ano de clube. Estará mais adaptada às demandas do futebol brasileiro.

Vasco e Bahia iniciam agora essa caminhada. A torcida cruzmaltina sofreu durante anos com um clube atolado em dívidas, rebaixamentos em sequência, times que não representavam tecnicamente a gloriosa camisa que vestiram. É natural a ansiedade pela volta dos dias de glória. Mas eles não chegarão repentinamente. É importante entender o passo a passo. Erros são inevitáveis.

As SAF’s surgiram como grandes boias salvadoras para clubes em naufrágio institucional. Elas impedem a tragédia, mas acertar em cada detalhe da recuperação é fundamental para voltar a navegar em mares tranquilos e velocidade de cruzeiro.

Fonte: Uol

1 comentário
  • Responder

    Espero que Deus abençoe o Vasco nessa tarefa árdua de voltar a ser um time competitivo com a ajuda da SAF.

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