SAF do Vasco é a pior avaliada entre torcedores brasileiros
Pesquisa mostra tendências de comportamento da torcida dos clubes do Brasil sobre a implementação das Safs.

Quase metade dos torcedores de futebol no Brasil deseja ver seus clubes se tornar Sociedade Anônima do Futebol ou aprovou a transformação em SAF. É o que aponta a pesquisa encomendada pelo ge ao instituto AtlasIntel, que recebeu respostas de 2.069 pessoas entre os dias 20 e 25 deste mês.
SAF no futebol – Você é a favor que seu time se torne ou tenha se tornado?
Torcedores de modo geral
- Sim – 45%
- Não – 33%
- Não sei – 22%
Atlético-MG
- Sim – 74%
- Não – 8%
- Não sei – 18%
Bahia
- Sim – 82%
- Não – 16%
- Não sei – 3%
Botafogo
- Sim – 80%
- Não – 1%
- Não sei – 20%
Ceará
- Sim – 82%
- Não – 12%
- Não sei – 7%
Corinthians
- Sim – 41%
- Não – 33%
- Não sei – 7%
Cruzeiro
- Sim – 83%
- Não – 4%
- Não sei – 12%
Flamengo
- Sim – 11%
- Não – 64%
- Não sei – 25%
Fluminense
- Sim – 82%
- Não – 11%
- Não sei – 7%
Fortaleza
- Sim – 40%
- Não – 18%
- Não sei – 43%
Grêmio
- Sim – 48%
- Não – 28%
- Não sei – 25%
Internacional
- Sim – 34%
- Não – 45%
- Não sei – 21%
Palmeiras
- Sim – 25%
- Não – 49%
- Não sei – 26%
Sport
- Sim – 62%
- Não – 25%
- Não sei – 13%
Santos
- Sim – 53%
- Não – 27%
- Não sei – 20%
São Paulo
- Sim – 53%
- Não – 35%
- Não sei – 13%
Vasco
- Sim – 73%
- Não – 12%
- Não sei – 15%
Vitória
- Sim – 71%
- Não – 16%
- Não sei – 13%
Outros
- Sim – 31%
- Não – 27%
- Não sei – 42%
Os favoráveis às SAFs são 45,1% dos entrevistados, com a rejeição de 33,2%, enquanto 21,7% dos respondentes disseram que não sabiam responder à pergunta.
A maior taxa de aprovação mistura torcidas daqueles que já são SAFs e dos que ainda estudam o processo. Os cruzeirenses responderam em ampla maioria (83,4%), seguidos dos tricolores: 82,2% dos torcedores do Fluminense disseram “sim” para o clube se tornar SAF – oito das 17 torcidas de clubes presentes na pesquisa apoiaram com mais de 70% as SAFs. O Tricolor das Laranjeiras tem processo em curso para possível transformação em empresa, num modelo particular. Entenda aqui.
A maior rejeição às SAFs vem de torcedores do Flamengo e do Palmeiras, os dois maiores vencedores nos últimos anos do futebol brasileiro, ambos sob modelo associativo. Apenas 10,7% dos rubro-negros cariocas desejam que o clube se torne SAF – 64,3% disseram que não querem. Entre os palmeirenses, 25,1% disseram “sim” à hipótese de conversão para SAF, com 48,7% contrários.
– Flamengo e Palmeiras têm resultado dentro e fora de campo, com papel de sucesso sem se tornar SAF. O Internacional tem a terceira maior rejeição (34,1%). O Grêmio, comparado ao Inter, tem esse assunto mais maduro com a torcida, com 47,5% favoráveis. São 13 pontos percentuais mais favoráveis à SAF do que o Inter – comenta o diretor de políticas públicas do AtlasIntel, Marcelo Rotemberg.
Vasco: mau exemplo de SAF
Atual campeã do Brasileiro e da Libertadores, a SAF do Botafogo foi considerada a mais bem-sucedida do futebol brasileiro para 33% dos entrevistados. Bem abaixo, estão as de Bahia (9,8%) e Cruzeiro (5,3%). Em briga judicial dentro e fora do país com antigo sócio na SAF, o Vasco aparece apenas com 1,1% dos votos entre as SAFs mais bem-sucedidas.

– Se a gente desconsidera aqueles que disseram “não sei”, temos mais de 50% a favor das SAFs. A pesquisa reflete esse desejo por causa desse desempenho vitorioso dentro de campo do Botafogo, porque é a primeira coisa que aparece para o torcedor – analisa Rotemberg.
O diretor do AtlasIntel destaca outros pontos da pesquisa. As “melhorias na governança” e o “dinheiro para contratações” andam lado a lado entre as principais vantagens para se tornar SAF, de acordo com mais da metade dos entrevistados.

Quando perguntados sobre as desvantagens, 31,2% dos respondentes indicam a perda da identidade como principal fator – somados a 11,1% que escolheram como desvantagem a perda de controle dos sócios e torcida. Esses pontos indicam um perfil de torcida que se importa com as raízes do clube, mesmo sob problemas financeiros e de gestão.

Sobre a metodologia
As 2.069 respostas foram coletadas pela internet entre 20 e 25 de junho, em 619 municípios em todo o país – leia sobre a metodologia da pesquisa mais abaixo. A margem de erro é de 2%.
A pesquisa registra a resposta de 17 dos 20 clubes da Série A. RB Bragantino, Mirassol e Juventude não pontuaram na pesquisa de torcidas, por isso não estão refletidos nos resultados.
A pesquisa AtlasIntel colhe as informações organicamente durante navegação de rotina na internet – em smartphones, tablets, laptops ou computadores. O método – conhecido como RDR (Recrutamento Digital Randômico) – foi desenvolvido pelo AtlasIntel para calibrar as chamadas “amostras robustas”. Significa assegurar retratos representativos da população alvo – ou seja, a calibragem busca atingir principalmente pessoas interessadas em futebol que navegam na internet.
De acordo com o instituto de pesquisa, este método tem duas vantagens: contempla diversas fontes de vieses e lida com a possível super ou sub-representação de grupos demográficos.
A outra é que evita possível impacto psicológico da resposta ao pesquisador nas ruas ou em residências. O AtlasIntel defende que a pessoa consultada pode responder em condições completamente anônimas e sem receio de causar impressão negativa para o entrevistador ou para pessoas que possam estar ouvindo as respostas.
A AtlasIntel é líder global em pesquisa digital de opinião e inteligência de dados. Além da parceria com o ge, o instituto tem presença constante em veículos como Washington Post, Reuters e El País. Em 2024, foi apontada como o instituto de pesquisa mais preciso dos Estados Unidos por Nate Silver, criador do FiveThirtyEight, ficando em primeiro lugar no principal ranking internacional de acurácia eleitoral. Também recebeu o exclusivo selo “Diamond” do The New York Times, reconhecimento concedido a institutos com máxima excelência metodológica, transparência e credibilidade editorial.
Fonte: Globo Esporte