Russo interessado no Vasco já foi preso por corrupção e envolvimento em assassinato

Empresário dono do Monaco, Dmitry Rybolovlev soma polêmicas tanto sua vida pessoal, quanto na profissional.

Russo Dmitry Rybolovlev
Russo Dmitry Rybolovlev (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)

Mais um bilionário europeu está interessado na SAF do Vasco. Dono do Monaco, o empresário russo Dmitry Rybolovlev, de 58 anos, é um dos três potenciais compradores com NDA (Non-Disclosure Agreement, “Acordo de Confidencialidade” na sigla em inglês) assinado pelo Vasco e tem um histórico bem agitado fora do mundo do futebol – os outros dois são o grego Evangelos Marinakis e o italiano Andrea Radrizzani.

Com patrimônio líquido relatado de US$ 6,4 bilhões (o equivalente R$ 39 bilhões, em cotação desta terça-feira), Rybolovlev é o 510º homem mais rico do mundo, de acordo com a Forbes. O ge reuniu algumas das histórias e polêmicas que circulam sobre a vida do empresário, que é dono do Cercle Brugge e do Monaco, nos últimos anos.

Indiciado por envolvimento em assassinato

O magnata passou 11 meses na prisão em 1996, por ter sido indiciado por envolvimento no assassinato de Evgeny Panteleymonov, seu antigo parceiro de negócios. A acusação dizia que Rybolovlev teria mandado matar Panteleymonov, que foi baleado em sua própria casa, de acordo com o jornal Daily Mail.

A promotoria alegou que Rybolovlev comprou duas pistolas em 1995, sem licença, e depois as deu aos assassinos de Panteleymonov. O empresário, porém, foi libertado por falta de provas depois que a única testemunha se retratou de seu depoimento.

Divórcio bilionário

Em 2014, Rybolovlev quase teve o “divórcio mais caro do século”, de acordo com um dos advogados envolvidos no caso: 4,5 bilhões de dólares, ou cerca de R$ 27 bilhões. Mas o magnata russo, que enfrentou uma batalha judicial com sua ex-mulher, Elena Rybolovlev, acabou fechando um acordo de 600 milhões de dólares, equivalente a R$ 3,5 bilhões, em cotação desta terça, no Supremo Tribunal Suíço. O ex-casal divulgou um comunicado em conjunto com a resolução do caso.

A briga na Justiça por causa do divórcio começou em 2008, após Elena se cansar das supostas infidelidades de Dmitry. Depois de se separar naquele ano, a ex-mulher também acusou o empresário de ter transferido fundos do casal para o exterior para não entrar na divisão de bens. Alguns ativos não entraram na conta, como uma mansão em Palm Beach comprada de Donald Trump por 95 milhões de dólares (R$ 575 milhões), além de uma cobertura avaliada em 88 milhões de dólares (R$ 530 milhões) em Nova York e até duas ilhas na Grécia, chamadas Scorpios e Sparti.

Com o caso, o tribunal de Genebra condenou Dmitry a pagar uma indenização de incríveis 4,5 bilhões de dólares, em 2014. O empresário recorreu à decisão e reduziu esse valor para 565 milhões de francos suíços, ou quase 600 milhões de dólares.

Detido por corrupção

Em 2018, o magnata russo foi detido sob acusação de corrupção, tráfico de influências ativas e passivas e cumplicidade. A história ficou conhecida como “The Bouvier Affair” e foi contada por vários jornais, como o New York Times e o Le Monde.

Começou com a aquisição de 38 obras-primas, pelo valor de 2 bilhões de dólares (R$ 12 bilhões), por Dmitry Rybolovlev, tendo o negociante de artes suíço Yves Bouvier como intermediário. Uma das obras, o quadro “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, custou 127,5 milhões de dólares (R$ 770 milhões), mas o bilionário alega que Bouvier o havia adquirido por 83 milhões de dólares (R$ 500 milhões) um dia antes de vendê-lo para ele.

O valor da coleção completa foi estimado em 1 bilhão de dólares (R$ 6 bilhões) em sua totalidade, mas Bouvier teria aplicado uma margem de lucro exorbitante na venda, segundo o russo. Na década seguinte, após acusações apresentadas por Rybolovlev contra Bouvier na Justiça de diversos países, como Mônaco, Suíça, França, Estados Unidos, Hong Kong e Cingapura, o suíço foi totalmente inocentado de irregularidades.

Já Rybolovlev se complicou. Ao acessar o celular do bilionário russo durante a investigação, a polícia teve acesso a evidências de corrupção. O jornal francês “Le Monde” cita relações contínuas entre Rybolovlev e Philippe Narmino, então Ministro da Justiça de Monaco: com despesas pagas no fim de semana na residência suíça do oligarca em Gstaad, envio de presentes, jantares finos e outros casos.

Dos fertilizantes ao título francês no futebol

Rybolovlev tornou-se presidente da fábrica russa de fertilizantes Uralkali em 1995. Em 2010, ele vendeu sua participação majoritária na empresa para três oligarcas ligados ao Kremlin por US$ 6,5 bilhões (quase R$ 40 bilhões). Bilionário, ele comprou mansão da Flórida de Donald Trump, por US$ 95 milhões (R$ 575 milhões). Na época, foi a venda de propriedade residencial mais cara já ocorrida no país.

Em 2011, Rybolovlev tornou-se o proprietário majoritário e presidente do Monaco, com 66% das ações — o clube até então pertencia ao principado de Monaco. Desde sua chegada, a equipe foi campeã da segunda divisão do Campeonato Francês, em 2012/2013, e venceu o título da elite nacional do país na temporada 2016/2017.

A base do time campeão em 2017 começou depois de três investimentos certeiros. Rybolovlev revolucionou o Monaco ao anunciar três contratações de peso: o português João Moutinho e o colombiano James Rodriguez, ambos do Porto, e o artilheiro colombiano Falcao García, ex-Atletico de Madrid. Gastou no trio 127 milhões de euros, ou R$ 353 milhões à época, segundo o site Transfermarkt.

Na mesma temporada do título francês, o time chegou às semifinais da Liga dos Campeões, com um elenco que mesclava nomes de peso — como Bernardo Silva, Falcão Garcia e João Moutinho — e outros jogadores jovens — como Mendy, Lemar, Bakayoko e Mbappé, este revelado no clube.

Rybolovlev é dono também do time belga Cercle Brugge.

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
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    Excelente histórico! Vai ganhar tudo! Assina logo.
    P.s: O cara tem muito mais dinheiro que o grego.

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