Rodrigo Caetano e Felipe Ximenes: os cobiçados

Por seus trabalhos Rodrigo Caetano e Felipe Ximenes, Vasco e Coritiba respectivamente, hoje são cobiçados.

Rodrigo Caetano e Felipe Ximenes eram dois dirigentes de categoria de base naquele dezembro de 2005. Foi apenas a segunda edição do Footecon, tradicional ponto de encontro dos profissionais do esporte, e Rodrigo e Felipe iniciaram ali uma amizade duradoura. Longe de ocuparem cargos poderosos na ocasião, possivelmente não imaginavam que poderiam adquirir tanto prestígio em tão pouco tempo. Na decisão desta quarta-feira pela Copa do Brasil, com Coritiba e Vasco em busca do título, são justamente eles os protagonistas no quesito extracampo.

Diretores executivos de vascaínos e coxas-brancas, respectivamente, Rodrigo Caetano e Felipe Ximenes têm cotação alta no mercado. Em busca de uma reestruturação profunda no departamento de futebol, o Fluminense elegeu sua prioridade, que é ter Rodrigo ou Felipe no segundo semestre. “Pago quanto for preciso”, teria dito Celso Barros, homem forte da Unimed, a patrocinadora do clube tricolor.

Em comum entre Caetano e Ximenes há muito mais do que a amizade, o cargo que ocupam em seus clubes e o fato de estarem na decisão da Copa do Brasil. A dupla comandou fora de campo o ressurgimento de Vasco e Coritiba, os dois últimos campeões da Série B e também os clubes que conseguiram as melhores sequências da elite nacional em 2011. Os vascaínos com 20 partidas e os paranaenses com 29.

Rodrigo Caetano: para o Vasco ser novamente respeitado

Com a camisa 10 nas mãos, Rodrigo teve sua renovação confirmada pelo presidente Roberto Dinamite no fim do ano passado. Com status de reforço, ele falou à imprensa, mas não era um jogador importante. E sim o diretor executivo visto como essencial para que o Vasco voltasse a ser respeitado dentro de campo. Assim tem sido desde 2008, quando ele deixou o Rio Grande do Sul, onde foi o homem por trás do ressurgimento gremista com Mano Menezes.

“Iniciamos na segunda divisão e resgatamos a credibilidade, até para contratar. Melhoramos nossa infraestrutura, fomos campeões e retornamos”, resume Rodrigo em entrevista ao Terra. “Tivemos que contratar muito em 2010, mas neste ano diminuímos essa curva e nossa margem de erro. Recuperamos a credibilidade porque honramos os compromissos com todos os parceiros. Até por isso agora trouxemos alguns jogadores com trajetória mais vencedora. Aumentamos o patrimônio”, define.

Sem ocorrências recentes de atrasos salariais, com as categorias de base novamente fortes e enfim tendo as contas abastecidas pelo patrocínio da Eletrobrás, o Vasco se reorganizou fora de campo para que pudesse ser forte, mas nada ocorreria sem dedicação. “O executivo com poder de decisão é necessário porque hoje há inúmeras atribuições. O dirigente político é importante como suporte para definir diretrizes, mas o controle e a gestão devem ser pertinentes a um profissional”, acredita.

Se preparar foi exatamente o que Rodrigo fez. Ex-jogador de Grêmio, Mogi Mirim e outros clubes, ele pendurou as chuteiras no RS Futebol, equipe que pertencia a Paulo César Carpegiani. Convidado a virar dirigente, foi atrás.”Ter sido jogador não credencia a ser um grande executivo. Ajuda, mas o que me abriu as portas foi ter feito faculdade de administração e também pós-graduação”. Em 2005, assumiu a base do Grêmio, mas alguns meses depois já era o responsável pelo futebol profissional. Foi vice da Libertadores em 2007.

O discurso bem articulado, a extensa rede de contatos e a habilidade em conduzir negociações complicadas, como as que levaram Diego Souza e Alecsandro para o Vasco, fizeram de Rodrigo um sujeito valorizado. Nos últimos meses, foi especulado para cargos no Santos, Grêmio, Fluminense e até Seleção Brasileira, entre outros. “Fico feliz em ver esses dois modelos na final da Copa do Brasil. Sair da segunda divisão para decidir um título nacional solidifica nossa função. Não tenho dúvidas de que ela é fundamental”.

Felipe Ximenes: da queda até o ressurgimento

Felipe Ximenes já tinha experiência em funções menos importantes por clubes como Fluminense e Atlético-MG quando chegou ao Coritiba para ocupar o cargo que havia sido de Jamelli. Hoje o superintendente de futebol do clube paranaense, tem tido poderes quase presidenciais, já que o vice-presidente Vílson Ribeiro atravessa problemas de saúde nos últimos tempos. Fruto de um prestígio que ele nutriu ao reconduzir os coxa-brancas à elite.

Presentes na campanha do rebaixamento em 2009, Felipe e Ney Franco permaneceram para a temporada seguinte e comandaram um planejamento quase irretocável. Com os cofres prejudicados e uma punição de 10 jogos a serem feitos em Santa Catarina na Série B, a possibilidade de erro era zero. Foi o que aconteceu com o campeão da segunda divisão.

“Contratar profissionais no futebol é a questão mais complexa. O objetivo do dirigente é diminuir essa margem de erro e cada time, cada atleta, cada projeto tem seu viés. O importante é avaliar bem sua realidade, é um quebra-cabeça que exige muita atenção”, opina Ximenes, que buscou reforços pontuais e baratos para fazer a equipe com melhor aproveitamento do País nos primeiros meses do ano.

Mais badalado até por estar em um grande centro, Caetano elogia o trabalho de Ximenes. “Estou feliz, porque lá atrás falávamos que seria importante para os dois modelos fazerem essa final. O trabalho dele está fortalecido, é exemplar e como ele mesmo diz, encontrou o pior cenário possível. Ele tem credibilidade no mercado e isso é ponto fundamental”, destaca.

Independente de qual seja o campeão, a Copa do Brasil 2011 deixa um ensinamento: no contexto de futebol profissionalizado, quem manda não pode ser amador.

Fonte: terra

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