Ricardo Gomes “voltarei como um treinador normal”
O treinador revelou que pretende voltar a comandar a equipe vascaína em fevereiro.
A torcida do Vasco já pode começar a se preparar para ver Ricardo Gomes à beira do campo durante os jogos do time. Em entrevista à ‘Benfica TV’, órgão oficial do clube português, o treinador revelou que pretende voltar a comandar a equipe em fevereiro.
“Está tudo ótimo. Ainda preciso melhorar e, com a força que o Benfica me tem dado, fico mais forte. Espero, dentro de dois meses, estar 100% para recomeçar a trabalhar”, afirmou Ricardo, que completou ontem 47 anos.
Hoje, chega às bancas a revista ‘ESPN’ com a entrevista mais longa concedida pelo treinador desde que sofreu o acidente vascular cerebral no clássico diante do Flamengo, no primeiro turno do Brasileiro. De forma serena, Ricardo lembrou naquela tarde de 28 de agosto, no Engenhão.
“Do nada senti uma dor do lado direito, foi um choque, não foi um formigamento. Comecei a sentir uma descoordenação. Já sabia que estava tendo um AVC. Com muito custo cheguei ao banco de reservas e tive o tempo exato de avisar ao médico que estava tendo um AVC. Já tinha perdido o lado direito”, conta o treinador na entrevista que foi concedida no dia 1º deste mês.
Apesar de a hipótese ter sido ventilada na época, Ricardo rechaçou a comparação do problema deste ano com o AVC que sofreu na época em que comandava o São Paulo.
“Não, nada a ver. Aquilo foi um milésimo do que eu passei agora. Eu sabia porque meu pai já tinha sofrido um AVC em 1969”, justificou ele, contando que não temeu a morte. “Nem pensei nisso. Fiquei sabendo que houve perigo. Soube depois. O bom foi isso”.
Com 10 quilos a menos e uma rotina pesada de fisioterapia, em que ele já contabiliza mais de 300 sessões de duas horas de duração, Ricardo descarta a hipótese de ficar numa cabine e deixar um auxiliar no banco.
“Eu voltarei como um treinador normal. Isso de ficar na cabine pode ser bom, mas não faz parte da nossa cultura”, disse.
Para ele, um ponto é certo: aposentadoria nem pensar, mesmo com uma situação financeira confortável. “Não é o dinheiro que mede a dignidade das pessoas. Você pode ter muito e não ter dignidade. Com 46 anos e aposentado? Não dá. Não vou ficar em casa”.
Neste período em que Ricardo está fora, cabe a Cristóvão Borges a missão de comandar o Vasco. O treinador já brinca até com a possibilidade de um dia seu auxiliar seguir sozinho. “A decisão será dele. Enfrentar o Cristóvão seria um brinde”.
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