Ricardo Gomes detalha suas principais dificuldades
“O maior problema é o antebraço. Não consigo escrever com a mão direita, por exemplo. Só com a mão esquerda" detalha Ricardo Gomes.
O técnico Ricardo Gomes já considera a possibilidade de abandonar a carreira ao final deste ano. Em recuperação do Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em 28 de agosto de 2011, o treinador vê o prazo para retornar ao trabalho se esgotar. Inicialmente, o mês de julho era o limite inicial. Gomes segue confiante, mas ainda tem dificuldades com a mão direita, o que pode fazê-lo mudar de planos.
“Estou confiante, mas se em dezembro não estiver recuperado, esquece. Não vou ficar esperando mais. Vou parar e pensar em outra coisa para fazer no futebol. Mas ainda não perdi a esperança de voltar, quem sabe até no mês que vem. O médico diz que aos poucos vou melhorando até o fim do ano. A recuperação pode ser amanhã ou lá para o fim do ano. Prefiro ainda acreditar que vou conseguir trabalhar como treinador antes de dezembro. Mas, se não der mais, sei que posso continuar no futebol de várias formas”, afirmou ao Jornal Extra.
O ex-comandante do Vasco, substituído pelo amigo Cristóvão Borges, explicou um pouco da dificuldade momentânea. Ricardo Gomes praticamente dobrou o tempo de fisioterapia e está realizando o trabalho todos os dias até quase às 21 horas.
“O maior problema é o antebraço. Não consigo escrever com a mão direita, por exemplo. Só com a mão esquerda. A escrita vai ser o mais difícil. Posso demorar de três a quatro anos. Já sei que vai ser difícil encontrar a sensibilidade na mão. Na perna, posso encontrar. Aí, poderei trabalhar. É mais ou menos o que acontece com uma criança que começa a andar entre 9 e 11 meses. Preciso recomeçar a fazer os caminhos. No início, eu nem mexia o braço direito, que parecia pesar 300 Kg. Agora, pesa 80 Kg. A perna está muito melhor, mas o braço… A fala tem boa fluência, mas gaguejo às vezes e tenho mais uns 10% a melhorar. Como vou trabalhar assim?”, indagou.
Ricardo Gomes possui contrato com o Vasco até o final deste ano. Paciente e prestando solidariedade, o clube aguarda o desfecho da recuperação. Enquanto isso, Gomes assiste futebol na televisão e segue o tratamento. “Para mim, é uma rotina massacrante. Mas não tem jeito. É preciso trabalhar”, encerrou.
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