Ricardo Bovio ainda espera defender o Vasco em 2016
Ricardo Bovio diz ainda pretende atuar profissionalmente em 2016 e voltaria para o Vasco sem pensar duas vezes.
A vida de Ricardo Bovio pode ter passado por várias mudanças ao longo de seus 14 anos como jogador profissional, mas a motivação de entrar em campo nunca afastou o atleta de seus objetivos. Agora, aos 33 anos, o jogador pretende conciliar a vida de administrador de empresa com os trabalhos de campo para continuar fazendo o que mais gosta: jogar futebol.
Em entrevista ao UOL Esporte, o jogador revelou que, apesar de estar há dois anos apenas realizando trabalhos no modesto Goytacaz, clube da segunda divisão carioca, ele ainda tem o sonho de voltar a atuar em alguma grande equipe.
“Faz dois anos que estou ajudando na parte administrativa aqui no Goytacaz. Eu ainda jogo, não sei se vou jogar a segunda divisão do estadual do Rio porque tem algumas coisas em andamento para que eu jogue a primeira divisão do carioca ou do Campeonato Mineiro, mas acredito que, se eu jogar, ficarei aqui pelo Rio mesmo”, destacou o jogador.
Com experiência de quem administra alguns imóveis adquiridos durante a carreira, Bovio resolveu apostar em um novo empreendimento: um buffet infantil. Mas, mesmo com tantas questões a serem administradas fora dos gramados, uma proposta de um clube em especial seria o bastante para o jogador deixar tudo de lado e focar apenas na parte esportiva.
“Quando voltei da Arábia Saudita eu tive uma proposta do Fluminense, mas eu esperava alguma coisa do Vasco na época e segurei a situação, que acabou não andando. Seria bacana se calhasse isso, ainda mais pelo momento que o Vasco passa, por toda a situação. Seria uma forma de retribuir tudo aquilo que o Vasco fez por mim. Eu encararia a Série B do mesmo jeito que estou fazendo aqui no Goytacaz, por amor, pelo carinho. Pela gratidão, ainda mais pela diretoria que está lá hoje, que foi onde passei minha vida todinha e tive minha formação como homem, então voltaria para o Vasco sem pensar duas vezes”, declarou Bovio.
Como sequestro da mãe de Robinho fortaleceu elenco campeão de 2004
Se o Vasco tem um lugar especial no coração de Bovio por ter sido o clube que o revelou para o futebol, outro clube alvinegro também tem um cantinho especial: o Santos. De acordo com o jogador, foi na equipe paulista que ele viveu uma das melhores fases de sua carreira.
“Foi uma das melhores fases da minha carreira. Tive uma passagem muito boa pelo Málaga, da Espanha, e também tive uma passagem excelente pelo Panathinaikos, da Grécia, mas o período entre 2004 e 2005 no Santos pode ter sido um grande marco, até pelo título de campeão brasileiro conquistado em 2004”, avaliou o jogador.
Porém, um triste fato poderia ter mudado a história do título daquele ano: o sequestro de Marina da Silva de Souza, mãe do atacante Robinho, que ficou 41 dias em cativeiro. De acordo com Bovio, um dos amigos mais próximos do atacante no elenco santista, a notícia foi um baque que afetou a todos os jogadores.
“A gente estava brigando pelo título e o Robinho teve que parar de jogar por causa daquela situação. Primeiro foi um baque, mas depois acabou fortalecendo a gente bastante, porque ele era um cara muito querido dentro do grupo. A gente ficou sabendo primeiro pela imprensa, mas depois veio à confirmação quando ele parou de ir aos treinos”, explicou Bovio.
O atacante, que era o artilheiro da competição com 21 gols, voltou a treinar na véspera do jogo decisivo contra o Vasco. A uma rodada do fim do torneio, o Santos liderava com apenas um ponto a mais que o Atlético-PR. Todavia, uma atitude do atacante Basílio, que vinha substituindo Robinho durante o período em que o colega ficou ausente, foi o que fortaleceu o grupo para buscar a vitória sobre a equipe carioca.
“Basílio era quem jogava na ausência do Robinho e vinha fazendo gols importantes para nós. O Robinho chegou minutos antes de nós começarmos o treino antes do último jogo. O Vanderlei (Luxemburgo) foi lá e deu o colete de titular para o Basílio. Na mesma hora, o Basílio, vendo que o Robinho tinha acabado de chegar, foi lá e deu o colete de titular para o Robinho, para que ele começasse o treino entre os titulares. Com isso, o Robinho começou a última partida e o Basílio foi para o banco de reservas, mas foi um fato muito legal que a gente presenciou e que acabou marcando bastante”, concluiu o jogador.
Uol