Remo: Lucas Azeredo fala sobre rotina de treinos em casa
Atleta do remo do Vasco da Gama, Lucas Azeredo fala sobre rotina de treinos em casa em função da pandemia de Coronavírus.
As belas paisagens das lagoas e rios fluminenses deram vez ao ar puro da varanda e ao visual das paredes que estampam retratos da família. Há mais de três meses sem fazer o que ama, o remador do Vasco da Gama, Lucas Azeredo, vive uma rotina de adaptações durante a quarentena em Campos dos Goytacazes, na região Norte do Rio de Janeiro.
– Quando a comissão técnica avaliou que a pandemia duraria mais tempo, ela preparou um plano de treinos para que a gente mantivesse o mesmo ritmo, só que em casa. No meu caso, eu consegui emprestado um remo ergômetro, um aparelho que simula a atividade realizada na água. Esse equipamento, cedido pelo projeto Rema Campos, está sendo fundamental para o meu desenvolvimento – conta Lucas.
Assim como tantos outros profissionais, Lucas encarou o home office com responsabilidade. Planejou o dia para não desperdiçar o tempo e melhorar seu condicionamento.
“A gente tem dois turnos de treinos, um na parte da manhã e outro na parte da tarde. São aproximadamente quatro horas diárias de atividade física intensa. Sigo essa rotina de segunda a sábado. Ao final de cada dia, eu reúno as informações do remo ergômetro e passo para a comissão técnica avaliar a evolução das atividades”, destaca ele.
Antes de chegar ao Club de Regatas Vasco da Gama, em 2018, o atleta de 26 anos remou pelas águas do Rio Paraíba do Sul, em Campos dos Goytacazes. O município do Norte Fluminense, que tem forte tradição no esporte, é também um formador nato de talentos.
Joias como Lucas são lapidadas pelo projeto Rema Campos, que oferece aulas de graça a cerca de 100 crianças e jovens de comunidades carentes, além de 30 atletas profissionais. Por causa da pandemia, a ONG está com as atividades suspensas há mais de três meses.
– Em um primeiro momento, acreditamos que ficaríamos com as atividades suspensas por no máximo um mês, mas o cenário se mostrou grave e justificou manter a paralisação. É triste, a gente sofre por ver que as crianças e os adolescentes estão sem fazer o que eles amam, mas a doença está cada vez mais perto do nosso ciclo de amigos, de parentes. Muitas famílias estão chorando a perda de alguém especial, precisamos nos sensibilizar com essa situação – lamentou Dimisson Nogueira, coordenador do projeto Rema Campos.
Sem previsão de retorno às competições esse ano, Lucas mantém a gratidão e o otimismo que lhe fizeram chegar ao cenário nacional do esporte.
– Eu sou muito grato ao Rema Campos, o projeto já salvou muitos jovens e forma bons atletas. Se Deus quiser, a ONG vai retomar o seu espaço nas competições nacionais. Eu tenho fé que dias melhores virão – conclui Lucas.
Globo Esporte