Relembre histórias de Dedé com a camisa do Vasco
Ídolo do Vasco da Gama, o zagueiro Dedé anunciou a aposentadoria dos gramados nesta terça-feira, aos 35 anos.
Apesar de algumas rusgas recentes, o zagueiro Dedé, que anunciou sua aposentadoria do futebol nesta terça-feira, aos 35 anos, deixará saudades na memória do torcedor do Vasco. O jogador viveu o momento de ascensão na carreira, quando foi revelado para a elite do futebol brasileiro, no time de 2011 do cruz-maltino, uma das últimas equipes de grande destaque do clube.
Com a camisa do Vasco, Dedé conquistou a Copa do Brasil de 2011, último título nacional do Vasco e ganhou o apelido de “Mito”. Naquele tempo histórico, fazia de tudo: era muito forte nas bolas aéreas e no um contra um, além de ser muito perigoso no ataque — chegou até a marcar gol de falta. Não à toa, chegou à seleção brasileira.
Mas também viveu um período complicado em seu início: em 2010, machucou Carlos Alberto, então referência técnica do time, durante um treinamento. Quase foi dispensado, mas ficou e trilhou caminho de idolatria. Relembre esses e outros episódios de Dedé no Vasco.
Quase dispensa após machucar Carlos Alberto
Era fevereiro de 2010 e o Vasco treinou às vésperas da semifinal da Taça Guanabara, contra o Fluminense. O meia Carlos Alberto era capitão e referência do tempo quando dividiu uma bola com o jovem zagueiro Dedé, pouco conhecido no futebol. Acabou quebrando um dedo do pé e ficou fora da partida. Dedé virou alvo de muitos xingamentos.
O zagueiro havia chegado por concessão do Volta Redonda no ano anterior, e o episódio por pouco não impediu a renovação do contrato do zagueiro, bem visto internamente. Acabou ficando e no início de 2011, já era titular indiscutível do técnico comandado por Ricardo Gomes.
— Tudo vira forma de motivação. Passei por muita coisa ruim. Ouvi boatos de que seria dispensado, depois tive uma proposta do futebol coreano e quase saí. Eu era a última opção, mas sempre acreditei — afirmou o zagueiro em entrevista ao site ge na época.
63º maior brasileiro de todos os tempos
A idolatria dos vascaínos por Dedé era tanta que extrapolava os gramados. Em 2012, a emissora SBT promoveu uma eleição dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos, cujos resultados foram apresentados em um programa de TV.
A votação foi aberta ao público e não limitou nomes. Não deu outra: os sempre engajados torcedores do cruz-maltino colocaram Dedé na lista, na 63ª colocação, à frente de nomes como Garrincha, Chacrinha, Romário, Lampião, Ronaldinho Gaúcho, Cazuza e Tom Jobim.
Neymar sem bolso
Em 2011, Neymar era o grande nome e sensação do futebol brasileiro. O Santos do atacante (hoje no PSG) foi a São Januário enfrentar o Vasco, que seria vice-campeão brasileiro em 2011. Não deu para Ney: o cruz-maltino venceu por 2 a 0 com uma das melhores atuações de Dedé com a camisa do Vasco. O zagueiro marcou o segundo gol e anulou completamente o então camisa 11 do Santos.
O jogo ficou marcado por uma reportagem da TV Globo que mostrava Neymar saindo de campo sem falar com a imprensa quando um torcedor gritou das arquibancadas que já se esvaziavam: “Ficou no bolso do Dedé, hein, primo?”.
“Mito, Dedéckenbauer” e campanhas
Na época vivendo uma situação financeira delicada, o Vasco viu o interesse em Dedé crescer no futebol europeu. Foram várias as campanhas exaltando o zagueiro para que o “Mito” ou “Dedéckenbauer”, como era chamado, não deixasse São Januário. A principal delas, em 2011, foi a “não se vende Dedé”.
O zagueiro só deixou o cruz-maltino em abril de 2013, quando o Vasco acertou sua transferência ao Cruzeiro por cerca de R$ 14 milhões. Depois, passou por Ponte Preta e Athletico.
Com a camisa do Vasco, Dedé fez 160 jogos e marcou 19 gols.
Fonte: O Globo