Relembre Fausto: o primeiro maestro do Vasco

Em 1929, Fausto foi campeão carioca pelo Vasco, atuando como Médio-Volante. No esquema de jogo vascaíno, Fausto tinha a obrigação de criar as jogadas.

Olá torcida vascaína, hoje começa uma série de matérias muito especial. De hoje em diante, as próximas 11 sextas-feiras serão dos MAESTROS. Aquele que joga com a cabeça erguida e trata a bola com carinho.

Pra começar, que tal falarmos da “Maravilha Negra”. Um dos maiores craques da década de 20 e 30. Fausto, nascido no Maranhão em 1905, era um dos melhores, senão o melhor meio-campo de sua época. Quando se fala em “jogador clássico”, se fala em Fausto. Excelente domínio de bola, a visão de jogo era uma de suas maiores virtudes, dava passes e lançamentos com maestria e também fazia gols.

Fausto teve uma infância difícil e sua mãe em busca de um futuro melhor para seu filho, veio para o Rio de Janeiro, então Capital do Brasil. Nos diversos campos que se espalhavam pela Cidade, Fausto começou a estreitar sua intimidade com a bola. Fazendo malabarismos, tratava a bola como queria.

Em 1926, magro e alto, jogava como titular do Bangu. Atuando no Meio-Campo, dominava a bola no peito, lançava, desarmava e colocava os companheiros na “cara do gol”. Já se percebia que era um craque. Chamou a atenção de Welfare, técnico inglês do Vasco da Gama. Fausto tinha imenso carinho pelo Bangu e resistiu as diversas propostas para deixar o clube alvi-rubro. Mas em 1928 seguiria enfim para o Vasco, clube poderoso e popular.

Em 1929, Fausto foi campeão carioca pelo Vasco, atuando como Médio-Volante. No esquema de jogo vascaíno, Fausto tinha a obrigação de criar as jogadas. No 1º turno do Estadual, o Vasco goleou o rival Flamengo por 4 a 1, e Fausto marcou três vezes. Em 29 Fausto também se destacou pelas Seleções Carioca e Brasileira.

Em 1930, Fausto foi convocada pela Seleção Brasileira para participar da 1ª Copa do Mundo nos gramados uruguaios. Com uma campanha irregular, a Seleção não foi longe, mesmo contando com diversos craques. Apesar da campanha, Fausto foi eleito o melhor Médio-Volante da Copa e ganhou o apelido de a “Maravilha Negra” da imprensa uruguaia.

A partir daí, foi sustentado financeiramente pelos portugueses ricos do Vasco. Despreparado para a fama, Fausto continuava com sua vida boêmia. Sofria com intermináveis gripes e sua carreira estava em declínio. Mesmo assim continuava a jogar um grande futebol.

No ano de 1931, o Vasco excursionou pela Europa e Fausto encantou as plateias espanholas e as imprensas de Portugal e França. Ao vencer um combinado das equipes do Sporting e Benfica, um jornalista português declarou, embora de forma rscista: “O centromédio faz verdadeiras maravilhas, passeando a vontade pelo campo. Com tanta categoria até se pode não ser branco”. Impressionou tanto que o Barcelona lhe contratou. Conquistou o Campeonato da Região (Catalunha) em 1932. Pelo Barça, participou de jogos na França e ganhou o seguinte elogio da “France Football”: “Ele faz com espantosa facilidade o que outros fariam com um esforço sobre-humano. Fausto, com seu futebol maravilhoso, veio ensinar à Europa como deve jogar um center-half”.

A gripe voltou e fez com que criasse atrito com a diretoria do clube espanhol, que queria o atleta em campo mesmo com febre. Rescindiu com o Barcelona e seguiu para a Suíça, onde atuou no Young Fellows por apenas dois meses.

Em 1933 retornou ao Brasil para atuar e ser campeão carioca no Vasco ao lado dos geniais Domingos da Guia, Leônidas da Silva e Russinho. Porém no ano seguinte se transferiu para o Nacional-URU. Sem o mesmo aporte físico, não demonstrou sua qualidade, sendo expulso de campo em quase todos os jogos. Com a saúde abalada, o craque não conseguia mais correr o jogo todo e acabou voltando para o Brasil, mas desta vez para o rival Flamengo. No rubro-negro deparou com um novo esquema de jogo e foi improvisado na zaga. Tentou rescindir contrato, mas o clube e a justiça lhe negaram.

Fausto ainda voltou a atuar com a qualidade de sempre e chegou a ser cogitado na Seleção Brasileira que iria disputar a Copa do Mundo de 38 na França. Mas as seguidas gripes lhe impediram.

Após um mal súbito, teve hemoptise. Fausto veio a falecer em Março de 1939.

Confira o perfil da “Maravilha Negra” na seção Ídolos.

Blog Vascaínos FC

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