Recuperação judicial do Vasco: veja o que muda no funcionamento do Clube
O Vasco tem orçamento limitado para contratar e precisa promover relatório mensal das financeiras para administrador judicial.

Com pedido de recuperação judicial em curso desde o final do ano passado, o Vasco tem um orçamento limitado para contratar, e precisa promover um relatório mensal de todas as atividades financeiras a um administrador judicial, com detalhes sobre o destino e finalidade de cada verba. Mas como o processo de recuperação judicial influencia o dia a dia e no mercado de transferências do Vasco?
O Vasco mantém conversas frequentes com o administrador judicial (AJ), que realiza uma fiscalização da movimentação financeira do clube. Até por estar em recuperação judicial, o orçamento da gestão é obviamente limitado e os gastos precisam ser condizentes com uma empresa que busca a saúde financeira e passa por esse tipo processo.
O clube promove um relatório mensal das atividades financeiras. A limitação do Vasco é macro, direcionada ao orçamento como um todo. Não há um impeditivo específico para os gastos com contratação de jogadores ou para folha salarial, mas o clube trabalha com dinheiro curto para manter a responsabilidade financeira.
Dessa maneira, a diretoria tem o foco no mercado principalmente em negociações por empréstimo ou jogadores que cheguem sem custos, como os caso de Thiago Mendes, anunciado em julho, e Andrés Gómez, que acertou com o clube nesta quinta-feira. A prioridade é a contratação de mais um atacante de lado e um zagueiro na janela que se encerra no próximo dia 2 de setembro.
Um exemplo sobre a relação do Vasco com o administrador judicial está nas melhorias do CT Moacyr Barbosa. A diretoria viu a necessidade de realizar investimentos de infraestrutura e concluiu obras no CT no fim de julho para implementação de uma área molhada, com piscina e banheiras de hidromassagem, para a reabilitação dos jogadores. Além de uma remodelação paisagista do visual do local.
Para dar início às melhorias, a diretoria mostrou ao administrador judicial como a precariedade da infraestrutura do CT pode ser prejudicial para as atividades do Vasco, tanto no dia a dia esportivo quanto no mercado. O administrador judicial, assim, deu sinal verde para os investimentos, com a devida justificativa do Vasco e dentro do orçamento disponível.
Nesta semana, o clube também conseguiu autorização para antecipar receitas das parcelas que têm a receber pelas vendas de Clayton ao Rio Ave (de Portugal) e de Orellano ao Cincinnati (dos Estados Unidos). O clube precisa pedir a autorização da juíza que cuida do processo para dar seguimento a transações dessa natureza.
O MPR-RJ e os administradores da Recuperação Judicial concordaram com os pedidos do clube, mas fizeram ressalva para que a diretoria do Vasco “apresente a destinação exata dos recursos captados, com a alocação detalhada por centro de custo e finalidade”.
E como está o andamento da recuperação judicial?
No fim de julho, o Vasco conseguiu na 4ª Vara Empresarial a prorrogação, pela terceira vez, do prazo da suspensão de execuções e penhoras contra o clube e a SAF, que entraram em conjunto no processo de recuperação judicial em outubro de 2024. O novo prazo se encerra no fim de outubro.
O planejamento interno é de que, após este novo período de suspensão, o Vasco esteja pronto para levar o plano de pagamento dos credores para a aprovação. A diretoria mantém diálogo e negociação frequentemente com os credores a fim de chegar a um acordo.
Fonte: Globo Esporte