Recuperação Judicial do Vasco: entenda processo e próximas etapas
Plano foi aprovado nesta segunda-feira (23/12) pelo Conselho Deliberativo e é visto como fundamental para reestruturação financeira do Clube.
A diretoria do Vasco teve seu plano de recuperação judicial aprovado nesta segunda-feira pelo Conselho Deliberativo, em votação realizada na Sede Náutica da Lagoa, e pode agora dar sequência à reestruturação financeira do clube.
A votação, que durou cerca de uma hora, em formato híbrido, terminou com 112 votos a favor da proposta apresentada pela gestão de Pedrinho, 37 votos contrários, e teve 12 abstenções de conselheiros cruz-maltinos.
A diretoria trabalha para tentar aplacar as dívidas de curto prazo (que podem virar penhoras) e adota a recuperação judicial, tratada, de maneira geral, como reestruturação financeira, como estratégia para frear essa asfixia. De acordo com uma apresentação feita pelo escritório Alvarez & Marsal, no início da reunião de hoje, a dívida do Vasco gira em torno de R$ 1,4 bilhão.
Entenda recuperação do Vasco
Na prática, a diretoria vem, desde outubro, sentando com credores (pessoas ou empresas que têm valores a receber do clube) para renegociar e alongar prazos de pagamentos destas dívidas menores, hoje na casa dos R$ 250 milhões. No processo, o clube obteve decisão judicial que suspende penhoras e bloqueios financeiros por 60 dias, enquanto as negociações acontecem. No último dia 20, o prazo foi ampliado até 21 de janeiro.
O objetivo final é elaborar um plano de pagamento organizado que vai estruturar o pedido. A recuperação judicial (ou extrajudicial) é uma ferramenta que vem sendo adotada por SAFs brasileiras e até por clubes associativos.
O tema, porém, é controverso. Há temores quanto a um recado negativo que o pedido possa passar aos mercados, mas o maior risco é a chance de decretação de falência no caso da opção pela via judicial, num eventual descumprimento dos acordos. Essa é a principal preocupação de parte dos conselheiros que se opuseram à medida.
Judicial ou extrajudicial?
Caso o Vasco opte pela recuperação judicial, terá de fazer o pedido à Justiça. Se aceito, ganha 180 dias livre de penhoras para montar um plano de reestruturação financeira e apresentar à Justiça e aos credores. Aprovado o plano, estabelecem-se as novas e facilitadas condições de pagamento.
Já em uma recuperação extrajudicial, o acordo seria direto entre Vasco e credores, mas ainda assim pode ser acompanhado pela Justiça.
Paralelamente, há a negociação pela revenda da SAF. Pedrinho ressaltou algumas vezes nos últimos meses que tem o desejo de vender novamente o futebol, hoje no controle da associação após o afastamento na Justiça da 777 Partners, em maio. A postura da diretoria é a de que a reestruturação financeira é o meio de tornar o clube sustentável enquanto as negociações se desenrolam, e a eventual entrada de um novo investidor pode facilitar o cenário.
Fonte: Extra