Rafael Paiva analisa vitória do Vasco contra o Corinthians; veja a entrevista coletiva

O técnico interino Rafael Paiva analisou o desempenho do time contra o Corinthians e destacou o amadurecimento do Vasco.

Rafael Paiva em entrevista coletiva
Rafael Paiva em entrevista coletiva (Foto: Leandro Amorim/Vasco)

O técnico interino Rafael Paiva destacou o amadurecimento do Vasco após vencer o Corinthians por 2 a 0 pelo Brasileirão, na noite desta quarta-feira, em São Januário. Com o resultado, o time chegou à terceira vitória seguida e se afastou de vez do Z4. Paiva também avaliou o próprio desempenho nas oportunidades que teve até agora.

– Me sinto cada vez mais pronto, conhecendo os atalhos do profissional. A base tem jogos de altíssimo nível, as equipes são muito organizadas. Agora são só as particularidades do profissional. Depois de 10 jogos nesse nível, me sinto cada vez mais preparado e pronto.

– Acho que estamos amadurecendo, conseguindo controlar mais o jogo, ter controle de tudo que temos que fazer. Passa muito pelo desenvolvimento dos atletas. E nossa segurança é a confiança que estamos tendo, e nos sentimos mais sólidos para buscar a vitória o tempo todo. Sempre vamos jogar para tentar ganhar, mas sabemos que vamos sofrer. Estamos nos estruturando para elevar o nosso nível e passa muito por isso. A confiança aumenta, assim como a solidez, e são consequências do que mentalmente a gente está passando para o grupo.

Vale lembrar que o treinador chega ao décimo jogo entre as trocas de treinadores do Vasco – Ramón Díaz e Álvaro Pacheco. No primeiro período ele garantiu a classificação na Copa do Brasil e fez dois jogos do Brasileirão. No segundo, após a saída de Álvaro Pacheco, ele fez outros seis e chegou ao total de 10 jogos. São cinco vitórias, três empates e duas derrotas.

Golaço de Sforza

O Vasco garantiu a vitória com gols marcados por Lucas Piton e Sforza – esse último um golaço em cobrança de falta. Para o treinador, o jovem jogador argentino tem sido uma referência em trabalho diário dentro do clube.

– Ele é um atleta que se dedica demais. Ele sabe que vai ser titular, então ele treina em altíssimo nível e intensidade. Falamos para ele que talvez ele não comece jogando, então ele treina da mesma forma. É uma referência no sentido de se doar o tempo todo. Menino que busca evolução, cabeça boa, talentoso, e hoje mereceu. O gol foi um presente para consolidar o que ele é como referência para a gente. Para ele foi uma baque não ter ido (para as Olimpíadas) porque tem muito talento, mas a gente sabe que ele tem potencial e gostamos muito dele aqui. Vai nos dar muitas alegrias ainda.

Coutinho vem aí

O treinador vibrou com a novidade do dia: anúncio oficial da contratação de Coutinho. Paiva tem a convicção de que ele vai fazer a diferença no elenco e que todos estão na expectativa para recebê-lo.

– Muito gostoso trabalhar com um jogador talentoso. Jogador técnico, que tem identidade com gol, que faz a diferença. Eu acho isso fundamental em qualquer idade, em qualquer equipe, ter o jogador que desequilibra. Pra mim, o Coutinho é o jogador que desequilibra, que tem a capacidade de vencer o jogo na dificuldade. Então, é um prazer enorme tê-lo no grupo.

O próximo jogo do Vasco é contra o Atlético-GO, no Antônio Accioly, no dia 17 de julho.

Veja outras respostas de Paiva

Saída precoce de jogadores jovens

– Eu já vi alguns, trabalhei com vários que saíram muito cedo. Eu acho que hoje é muito difícil não ser assim. Acho que as equipes europeias, elas pegam jogadores cada vez mais jovens para tentar terminar a formação nas equipes maiores da Europa. Eu acho que é um caminho que é difícil da gente concorrer. Porque o valor que eles pagam pelos atletas é muito difícil de segurar. Eu acho que faz parte do processo. O processo é esse agora e os jovens estão indo cada vez mais cedo, mas eu não vejo o que a gente pode fazer a curto prazo.

– Acho que a gente está tentando se organizar e é uma pena pra qualidade dos jogos que a gente tem aqui. Até de ver os atletas mais tempo aqui dentro. A gente vê hoje algumas convocações, atletas que às vezes a gente nem viu jogar aqui no futebol brasileiro. Acho que isso vai acontecer com uma frequência maior. E a gente tem que continuar formando bons jogadores. Eu acho que o nosso caminho é esse. Daqui a pouco a gente consegue se estruturar melhor para manter esses atletas aqui.

Evolução defensiva

– Eu acho que o nosso crescimento, a nossa evolução passou muito pelo setor defensivo também. Eu sempre falei que a gente precisava buscar o equilíbrio. A gente estava sendo muito atacado e a gente não conseguia ter a bola. Eu acho que a gente conseguiu ter uma defesa mais sólida, tendo mais a bola também e de fato nos últimos três jogos a gente tomou um gol só. Então acho que a gente está evoluindo muito bem defensivamente, acho que é muito mérito dos defensores, dos nossos volantes, da forma de jogar também, de tentar ter um pouco mais a bola, ficar mais com a bola no campo de ataque.

– Mas de fato os nossos zagueiros e volantes laterais evoluíram muito, o Léo também. Até mais feliz do Léo [Jardim] não estar participando tanto do jogo. Menos um pouco, mas toda hora que precisa ele está lá e eu acho que passa por isso. Mentalmente eles evoluíram muito. Eu acho que tudo isso faz diferença para a gente estar nesse nível agora.

Jogos em sequência

– É isso, é muito difícil jogar dois jogos na semana o tempo todo, muito pesado. A gente conseguiu rodar um pouquinho o grupo, eu acho que isso faz toda a diferença, a gente tem usado com frequência cinco substituições também para tentar manter uma intensidade alta no jogo. Eu acho que a gente conseguiu levar, muito por mérito de toda a comissão, da parte de performance, preparador físico, a gente teve poucas baixas nesse período.

– Eu acho que foi um trabalho em conjunto que está dando muito certo, a gente está conseguindo rodar, a gente tem colocado alguns meninos da base para a gente tentar manter o nível alto, mas realmente é muito difícil manter todo mundo 100% com dois jogos na semana. Acho que agora tendo essa pausa de uma semana a gente consegue recuperar melhor os atletas.

Pedrinho

– O presidente é um cara sensacional. Ele ama demais isso daqui. Você vê em todas as falas, o ambiente de vestiário. É um cara apaixonado pelo Vasco. Tanto ele quanto o Felipe têm uma história maravilhosa aqui e tentam passar para os atletas o tempo todo. Eles sentem demais quando a gente não está em um momento bom. Foram fundamentais para mudar esse panorama, para a mentalidade, para o Vasco ser forte e ter um jogo propositivo. Isso foi fundamental, a ajuda dos dois.

Reforços

– A gente conversa o tempo todo sobre os jogadores, sobre perfil, sobre jogadores que têm potencial. A gente conversa porque isso faz parte da nossa profissão. Mas é o Pedrinho e o Marcelo que tomam a frente disso. A gente tenta refletir sempre, ajudar, levantar alguns nomes, mas eles são experts nisso e a gente tem certeza que eles vão fazer o melhor trabalho possível para o Vasco.

Coutinho

– Muito gostoso trabalhar com um jogador talentoso. Jogador técnico, que tem identidade com gol, que faz a diferença. Eu acho isso fundamental em qualquer idade, em qualquer equipe, ter o jogador que desequilibra. Pra mim, o Coutinho é o jogador que desequilibra, que tem a capacidade de vencer o jogo na dificuldade. Então, é um prazer enorme tê-lo no grupo.

– Acho que ele vai ter o prazer de pegar um grupo no momento melhor, em um momento mais equilibrado, mais organizado e tenho certeza que ele vai fazer a diferença como ele sempre fez na carreira dele. Vai resgatar aquele futebol que a gente sabe que o Coutinho é muito diferente e aquela felicidade que ele tem pra jogar. A gente está de braços abertos pra acolhê-lo e fazer as coisas darem certo.

Recuperar jogadores

– Eu acredito que quando eu cheguei eles estavam com um nível de confiança um pouco mais baixo, sofrendo muito com a pressão, com a dificuldade de jogar, e a gente tentou passar pra eles confiança. Acredito que eles têm muito potencial, a gente conhecia, sabia que eles tinham pra dar, pra render muito mais do que eles estavam rendendo, e tentou equilibrar, se organizar melhor, se proteger melhor, condicionar o time a jogar com a bola também. Acho que naturalmente, mais equilibrados, a gente ia conseguir ter mais confiança pra jogar, e eu acho que isso aconteceu, a gente foi ficando mais confiante, eu acho que a gente sabia o que tinha que fazer no jogo, estudando muito os adversários também.

– Foi um processo, acho que jogo a jogo eles foram ganhando confiança, a gente foi encontrando o time ideal ali pra iniciar o jogo. Isso foi fazendo que todo mundo ganhasse confiança, fosse crescendo como uma equipe e evoluindo. Acho que a gente se fechou também no sentido de lutar mais em todos os jogos, de brigar mais, de saber sofrer sem tomar gol, de lutar que daqui a pouco a gente ia conseguir jogar. E foi um processo. Acho que foram alguns jogos. A gente está melhorando, mas ainda a gente está em busca de evoluir mais jogadores, de fazer esses jogadores manterem a regularidade por mais tempo. Mas foram várias situações ali dentro de campo, fora de campo que vão ajudando a evoluir esses atletas aí.

Vegetti

– Vegetti é um jogador que tem uma liderança absurda, tanto em treino quanto em jogo, ele gosta muito de ganhar, todo treino ele se doa ao máximo também. Isso contagia todo mundo. Acho que todo mundo vendo um jogador como ele, com a presença que ele tem, se doando sempre, acreditando o tempo todo e buscando evoluir o tempo todo, contagia os outros jogadores também. Acho que nisso é o mais importante, essa liderança positiva que ele tem.

Payet e Coutinho

– Acho que é uma dor de cabeça boa. Jogador talentoso tem que colocar para jogar o tempo todo. Vamos buscar o equilíbrio e se nos treinos percebermos que dá para colocar os dois juntos, vamos colocar. O importante é o Vasco continuar equilibrado, buscando a vitória o tempo todo e jogando bem. É a forma que a gente encontrar para isso continuar acontecendo.

Vasco luta pelo quê?

– A gente tinha como primeiro objetivo sair do Z4 e ficar o mais longe possível. Agora a gente está subindo na tabela. Agora tem que ter regularidade para buscar a primeira página, estar entre os dez. Acho que nossa equipe é boa para isso. Temos que brigar para ficar lá em cima, buscar Sul-Americana e quem sabe Libertadores. Primeiro temos que chegar na primeira página e se possível vamos brigando mais em cima. O mais importante é ficar longe do Z4, ganhar esses confrontos diretos e manter a regularidade. Se a gente conseguir, acho que vamos buscando a partir daí.

Payet

– Ele deve voltar a treinar essa semana. Vamos ver como ele retorna, o quanto ele aguenta, se começa jogando no próximo jogo ou não. Temos quase uma semana para isso. Vamos ver o melhor para o Payet e para o Vasco, para tentar manter ele em vários jogos e atingir o auge físico dele.

Piton

– Eu já falei para o Piton que acho que ele tem futebol para estar na seleção. Jogador completo, inteligente, defende bem, ataca bem, sabe jogar por dentro, faz gol, tem uma grande liderança… se continuar com esse regularidade, acho que ele tem tudo para ser convocado sim.

Time jovem do Vasco

– O futebol está muito precoce. A gente vê aí cada vez mais cedo os jogadores aparecem e têm até no profissional tido certo destaque. Tem acontecido com frequência, em seleções também, então eu acho que a gente está num momento que realmente está mais precoce. Acho que os jogadores estão mais prontos, eles têm um suporte maior por trás também, que condicionam eles a estarem prontos pra esse momento.

– E aqui no Vasco a gente tem muito jogador talentoso e está tentando mostrar aí pra todo mundo a qualidade que tem os jogadores, a força que tem a categoria de base do Vasco. Eu acho que a gente está em um momento bom porque os meninos estão entrando e as coisas estão acontecendo. Eu acho que o momento é bom para a gente colocar alguns atletas pra jogar, para oportunizar aos atletas mostrar o potencial que eles têm e temos grandes lideranças dentro do grupo.

– Coutinho vai ser mais uma delas, além de liderança, referências, são jogadores que apareceram cedo, Coutinho acho que é o maior exemplo agora. Tudo isso fortalece muito para a gente ter os atletas ali e deixar eles mais prontos para entrar, a hora que precisar entrar, dar em conta do recado e mostrar o potencial que eles têm.

Ambientação

– Com a equipe Sub-20 a gente sempre fazia treinos com a equipe profissional. Então isso facilitou para conhecer os atletas. Então já conhecia bem os atletas do profissional que o Vasco tinha. Então a gente sempre participava assistindo jogos aqui, já dava pra ter uma noção. E a hora que eu entrei é tentar colocar o que eu acreditava do jogo.

– O que eu acredito do futebol, é tentar dar confiança para os atletas, mas a parte estratégica do jogo é realmente o que eu acredito do jogo. O que me fez chegar aonde eu cheguei na base, tudo que eu conquistei com a base. Foi muito do que eu acredito do jogo, é o que me fez ser apaixonado pelo futebol. E eu tento colocar isso em prática.

– E graças a Deus tem dado certo aqui no Vasco, no profissional, uma equipe que tenta jogar, que tenta criar, que é equilibrada pra defender, que busca ter a posse da bola o tempo todo. Agente está em um processo e precisa melhorar muita coisa ainda, mas para mim foi fácil porque os atletas acreditam e acreditaram nisso também. Falam que é comprar a ideia isso facilitou muito também e a gente quer continuar evoluindo. Muito feliz por tudo que aconteceu, mas a gente quer manter isso essa regularidade, evoluir mais. Eu acho que a gente está no caminho aí.

Fonte: Globo Esporte

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