Rafael Paiva analisa empate do Vasco contra o Flamengo; veja a entrevista coletiva
Rafael Paiva elogia desempenho do Vasco da Gama em empate contra o Flamengo e se diz feliz pelo resultado.
O Vasco saiu do Maracanã com empate em 1 a 1 contra o Flamengo, em clássico válido pela 26ª rodada do Brasileirão. O rival saiu na frente com gol de Gérson, mas o time vascaíno conseguiu a igualdade com gol de Coutinho, logo após mudanças de Rafael Paiva.
O treinador avaliou o confronto, que garantiu o sexto jogo de invencibilidade no Brasileirão e teve participação decisiva de jogadores que entraram no segundo tempo.
– Estamos muito felizes pelo resultado. Acho que a equipe, além de batalhar, que é uma marca nossa, de tratar todo jogo com se fosse uma final, em alguns momentos conseguimos jogar. Sofremos, mas conseguimos colocar a bola no chão, construir, ter transições no final do jogo e mostramos a força do coletivo que a gente tem. Jogadores que entraram conseguiram participar do lance de gol e acho que estamos conseguindo evoluir cada vez mais os jogadores que a gente tem. Sofremos, mas equilibramos o jogo. E mostramos que o Vasco tem força para jogar contra qualquer equipe – avaliou.
Antes de enfrentar o Flamengo, Coutinho tinha feito apenas quatro partidas pelo Vasco desde o retorno ao futebol brasileiro e somou pouco mais de 90 minutos em campo, duas vezes saindo como titular e outras duas como substituto. Paiva pediu paciência para o retorno gradual do camisa 11.
– Coutinho é um jogador especial, ele estava insatisfeito ficando fora dos jogos e lutando para voltar o quanto antes. Ele é muito talentoso e tem capacidade de decidir o jogo em qualquer lance, e hoje ele já mostrou com 20/25 minutos o jogador talentoso e desequilibrante que é. Vai nos ajudar muito, vamos fazer de tudo para tê-lo em todos os jogos, mas temos que ter um pouquinho de paciência, assim como fizemos com o Payet.
Veja outras respostas do treinador
Dificuldade antes das substituições
– O Flamengo pressionou muito a gente. Não conseguíamos empurrar o Flamengo para trás. Nos arriscamos. Teve um lance no primeiro tempo que a gente perdeu uma bola e o Arrascaeta saiu dentro da área. Flamengo sempre tenta incomodar, tirar a bola do nosso pé. Mas estamos sempre tentando evoluir, não nos livramos a bola. Estamos no processo de construção e evolução.
Melhoras após substituições
– Tem jogos que você tem que buscar logo mudar. Mas tem momentos que você está equilibrado e, quando você troca demais, se desequilibra um pouco. São decisões que você tem que tomar. Hoje o time estava consistente defensivamente. O jogadores estavam sustentando bem. Apesar do Flamengo ter a bola, neutralizamos bem. Leo (Jardim) fez boa defesas, mas não foi toda hora. Sabíamos que se a gente fizesse muitas trocas, tinha o risco de desequilibrar defensivamente.
Resultado do clássico
– Clássico tem um peso importante. Na base, eu joguei vários e acho que não perdi nenhum jogo. Foram vários jogos. Muito feliz que a gente consegue dar o peso que esse jogo merece. Jogo muito pesado, de detalhes. Estamos evoluindo muitas coisas. Poderíamos ter feito o gol da vitória no final. É um jogo de muitos detalhes. Você conseguir estar vivo num jogo desse o tempo é importante.
JP fora e Galdames dentro da lista de relacionados
– A gente sempre tenta ser o mais coerente possível. A escolha sempre é questionada. Galdames treina em altíssima intensidade. As escolhas também são uma resposta para o grupo. Cobramos muito treinar cada vez mais. Precisamos estar no alto nível o tempo todo. Galdames treina em alta intensidade. Damos um recado quando trouxemos um jogador desse para a relação. O Rayan participou da jogada do gol e é um jogador contestado. A torcida do Vasco tem a razão dela, mas nós temos que ter a consciência do que fazemos. JP é um jogador talentoso, mas menos experiente. É muito difícil relacionar 23 jogadores.
Contato com Rayan, expulso na Copa do Brasil
– Rayan já sentiu o peso da atitude que ele teve pós-jogo. No vestiário, na fala dele com o grupo, tanto no intervalo, ele já tinha percebido que tinha errado. Rayan tem pouca idade, mas é experiente, é jogador de base. Foi uma conversa que ele já sabia que ele tinha errado. Não é o Rayan só, tem outros jogadores que poderiam ter cometido o mesmo erro. Foi um impulso. A gente tenta olhar para o lado de que nos classificamos por ele também. Se é eliminado, demoraria mais tempo para resgatar o jogador. Esse é o nosso papel.
Payet
– É mais fácil do que parece. Um jogador desse necessita muito defender. Ele sabia muito que precisava defender. Ficamos felizes que o Payet consegue jogar com essa intensidade por mais tempo, e sem perder a qualidade técnica que ele tem. Estamos muito satisfeitos com o que o Payet está produzindo defensivamente e ofensivamente. É um jogador muito acima da média.
– A gente tem tentado colocar o Payet mais próximo de onde a bola está. É um jogador que não tem a profundidade como característica principal. Temos organizado o Payet para ajudar mais. Quanto mais ele participar da construção, mais ele qualifica a nossa saída (de bola). É um jogador que se adapta bem aos espaços vazios. Ele tem contribuído para o jogo nesse sentido.
Jean David
– Ele retém mais a bola. Não dava para a gente ficar com a bola, perder e o Flamengo nos atacar. Mas temos que ter paciência porque ficou muito anos no futebol mexicano. Está chegando agora no futebol brasileiro. Temos que ter paciência. Temos pouco tempo para trabalhar. Na sexta-feira, nossos jogadores estavam desgastados. Temos a convicção de que o Jean vai nos ajudar demais. Ele sempre se mostrou tranquilo para jogar do lado direito, por dentro… Ele vai evoluir e nos ajudar bastante.
Não utilizar o Maxime Dominguez
– Temos que ter paciência também. Já mostrou que é um jogador muito talentoso, muito técnico. Vai nos ajudar lá na frente.
Mentalidade e resposta ao 6 a 1
– Não levamos para esse viés de dar uma resposta (ao 6 a 1). Queremos que o Vasco sempre brigue por algo a mais. O jogo do primeiro turno foi muito longe do que a gente esperava. Mais do que a resposta, temos que construir a nossa mentalidade. Estávamos no nível de concentração altíssimo o tempo todo. Não deixamos o jogo pilhado como normalmente é o clássico. Antes da derrota para o Atlético-MG, vínhamos de oito jogos sem perder. Temos construído coisas boas. A resposta tem que ser dentro de campo.
Assista à entrevista
Fonte: Globo Esporte