Rafael Paiva analisa derrota do Vasco contra o Atlético-MG; veja a entrevista coletiva

Rafael Paiva analisou o desempenho do Vasco da Gama contra o Atlético-MG e diz que time ainda está vivo na Copa do Brasil.

Rafael Paiva em entrevista coletiva
Rafael Paiva em entrevista coletiva

O Vasco perdeu de virada a primeira partida da semifinal da Copa do Brasil: 2 a 1 para o Atlético-MG, na Arena MRV, em Belo Horizonte (MG), nesta noite de quarta-feira. Philippe Coutinho marcou para os vascaínos, e Guilherme Arana e Paulinho fizeram para o Galo.

A partida de volta está marcada para São Januário, no dia 19, às 18h30. Quem avançar pega o vencedor de Flamengo e Corinthians, que disputam a outra semifinal. O Galo vai com vantagem do empate para o Rio de Janeiro. Vtória vascaína por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.

O técnico do Vasco, Rafael Paiva, disse que o time busca formação mais agressiva e vai manter a ideia para a partida de volta em São Januário para chegar na grande decisão.

– Não era o resultado que a gente veio buscar, a gente não veio pra se defender aqui, a gente sabe da força do Atlético, a gente também sabe que é muito difícil. Mas nós saímos com o sentimento de que o jogo está vivo. Em São Januário somos muito fortes. Nessa competição, na Copa do Brasil, a gente foi muito forte em todos os jogos e a gente sai com a sensação que a gente vai fazer de tudo pra passar – disse Paiva, que mais adiante na coletiva de imprensa reforçou:

– Vamos ter que sangrar muito para vencer. Para nós vai ser uma guerra. Tem que ser encarado como uma guerra, a gente tem que ir para o jogo do tudo ou nada. A gente não pode em nenhum momento pensar que a gente não vai conseguir A gente não pode ficar colocando o peso do Atlético, da capacidade que eles têm, que a gente conhece, a gente tem que fazer o nosso dever de casa e ir agredir o Atlético o tempo todo. Tirar a bola do Atlético, buscar gol o tempo todo. A gente tem que jogar no nosso limite porque está valendo uma final e a gente quer chegar muito nessa final. A gente tem, internamente, certeza que a gente pode conseguir – afirmou o treinador.

A partida de volta está marcada para São Januário, no dia 19, às 18h30. Quem avançar pega o vencedor de Flamengo e Corinthians, que disputam a outra semifinal. O Galo vai com vantagem do empate para o Rio de Janeiro. Vitória vascaína por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.

O treinador convocou os torcedores para a partida da volta em casa e lembrou da força do grupo em situações semelhantes até agora na Copa do Brasil:

– (Torcida vai) nos ajudar como sempre ajudou, acreditar, porque o Vasco tem demonstrado nos últimos jogos que consegue reverter situações difíceis e a gente vai buscar essa classificação. Vamos lutar muito lá. A gente tentou, tentou, a gente oscilou no jogo, mas a gente leva o jogo vivo pra lá. A gente tem que ganhar o São Januário e tem que reverter esse resultado e buscar a classificação pra final. A gente vai lutar até o final – afirmou.

Antes da Copa do Brasil, o Vasco tem dois compromissos pelo Campeonato Brasileiro. Primeiro, enfrenta o Juventude, no sábado, às 21h, em São Januário. Depois, na quarta que vem, joga contra o São Paulo, no Morumbis, às 21h45 – em partida invertida pela CBF com a semi da Copa do Brasil por pedido do Atlético-MG. O Vasco tenta recurso no STJD contra a alteração.

E a dupla de zaga titular?

Por mais de uma oportunidade, Paiva precisou responder sobre a dupla de zaga vascaína. Na partida do último fim de semana – empate por 1 a 1 contra o Cruzeiro – jogaram juntos Léo e João Victor, mas nesta quarta-feira Paiva resolveu colocar de volta Maicon e tirou João Victor.

– Na minha opinião, a gente conseguiu resgatar nossas duplas de zaga. Acho que eles vinham de bons jogos, essa era uma dúvida que a gente tinha, cada um com a sua particularidade, o Léo vinha de bons jogos, é um zagueiro canhoto. Isso faz diferença, do que você jogar com dois destros, mas eu sempre falei: eu acho que a gente tem três zagueiros ali que estão numa disputa aberta. Para esse jogo também era e a gente optou pelo Maicon e pelo Léo. Agora os próximos jogos a gente tem que ver – afirmou o treinador do Vasco.

Ele lembrou que antes da partida de volta da Copa do Brasil o Vasco tem dois duelos fundamentais pelo Campeonato Brasileiro. O Vasco tem 36 pontos e ocupa a 9ª colocação na tabela. O técnico entende que o Vasco evolui com nova postura em campo.

– O Juventude é uma final para nós. A gente precisa dar a resposta do Campeonato Brasileiro, e temos o jogo do São Paulo ainda antes do Atlético de novo. A gente tem jogado num limite de erro mais alto, a gente tem tentado ser mais agressivo. A gente tem tentado jogar pressionando o adversário fora de casa no campo deles. E a gente sabe que a gente fica mais exposto ao erro. Acho que incomodava muito o torcedor do Vasco quando a gente ficava atrás, com os zagueiros muito próximos do Leo Jardim, e a gente tem tentado mudar isso. Mas a gente sabe que é um processo – comentou.

– Nesse nível de jogo é muito difícil, fora de casa, marcar da forma que a gente tentou marcar e eu acho que isso faz parte do processo. A gente tem que ir para frente, o erro de um é o erro de todo mundo. E a gente vai jogo a jogo revendo as nossas estratégias, tentando sempre buscar vitória. Evoluir o Vasco como um conjunto, como uma equipe. Para ser equipe mais agressiva – disse Paiva, que havia sido questionado sobre as críticas contra Léo dos torcedores na partida contra o Galo.

– A torcida tem paciência com alguns jogadores, mas a gente não vai mudar o que a gente está pensando em fazer coletivamente, principalmente de comportamento, de tentar criar uma rotina de agressividade, e a gente sabe de novo que a gente vai estar exposto, mas vamos seguir em frente.

Mais da coletiva de imprensa

Criatividade e controle

– Internamente a gente fala muito com os atletas. A gente sabe que o próximo passo que a gente tem que dar é ter mais o controle do jogo com a bola. Então acho que em alguns momentos a gente consegue, mas a gente oscila dentro do mesmo jogo. A gente consegue ter boas transições, hoje a gente fez um gol de contra-ataque que é uma marca que o Vasco tem. A gente consegue quebrar pressão em alguns momentos, a gente não consegue sustentar isso por um jogo todo. Então a gente sabe que a gente tem que trabalhar muito, nós temos total consciência disso e a gente vai continuar trabalhando. De novo, também acredito que é um processo que já está melhor do que alguns jogos atrás, mas nesse nível de jogo, do Atlético, para onde a gente quer chegar no Campeonato Brasileiro, a gente precisa ter uma criatividade mais alta. A gente está trabalhando muito em cima disso e a gente tem que evoluir, tem que evoluir porque agora a gente quer ser agressivo, a gente quer marcar, mas a gente também precisa jogar. Então a gente tem consciência disso. Está buscando aprimorar.

Evolução e cautela com Coutinho

– Sempre tenho falado aqui que a gente tem que ter paciência porque ele está se recondicionando. É um jogador que a gente precisa ter ele em campo sempre. A gente tem o terceiro jogo agora, contra o Juventude, num período de menos de uma semana. Então a gente precisa ter muita cautela para o próximo jogo. Mas acredito que ali (na saída de campo com dores) foi mais uma cãibra mesmo, foi mais pelo esforço. Ele correu muito. A gente gostaria de ter um controle maior ali da bola para ele ter que correr menos, mas a gente tem que se esforçar muito para a gente conseguir principalmente fora de casa, manter uma estrutura alta ali. E ele sentiu, como todos os outros jogadores também sentiram fisicamente em algum momento. Mas não acho que é nada que preocupe.

– O Coutinho é um jogador que dá um outro nível para a nossa equipe. A capacidade que ele tem de reter a bola, de dominar sob pressão, da bola não morrer no pé dele. É um jogador sensacional, tem evoluído muito. Foi contemplado com o gol, mais um gol, já tinha feito contra o Flamengo também. Coutinho voltando a fazer gol, voltando a ser decisivo. Mas, de novo, agora a gente tem que ver como ele vai reagir a esse jogo, para gente ver se ele tem condição de jogar o jogo contra o Juventude ou não. Ter paciência para gente sempre ter o Coutinho no melhor nível dele. Isso que a gente tem que trabalhar.

Opção por Alex Teixeira

– O Alex ficou um tempo fora. Ele teve uma lesão não grave, mas teve e estava se recondicionando também. Mas é um jogador muito experiente. Nesse nível de jogo faz muita diferença quando você tem um cara mais acostumado. A gente tem testado várias opções, a gente tem tentado perceber qual é o melhor caminho ali (na direita). A gente perdeu o Adson, a gente perdeu o David, dois jogadores importantes e a gente não pode ficar só remoendo a ausência desses dois jogadores. A gente tem que buscar soluções pra gente perceber o que vai encaixar melhor. Então a gente está testando, a gente está trabalhando alguns jogadores, têm dado grandes respostas ali e a gente vai tentar buscar o melhor caminho pra cada jogo. Hoje a gente conseguiu colocar o Alex por 15 minutos mais ou menos. É mais um jogador experiente que a gente ganha lá na frente. Ganha nos momentos que a gente vai precisar rodar o grupo e é um jogador qualificado. A gente está tentando ter mais jogadores desse nível aptos na hora que a gente precisar.

E o Maxime?

– Maxime tem treinado bem. É um jogador que está se adaptando à velocidade do jogo. Aqui é um jogo mais intenso, é um jogo que dá um pouco menos de espaço. E eu acho que ele está se adaptando bem, eu acho que é mais um jogador que poderia ter entrado nesse jogo. A gente optou pelo (Jean David) Menezes, que tinha jogado o jogo contra o Cruzeiro, então a gente quis ganhar esse ritmo de jogo que o Menezes teve contra o Cruzeiro. Mas é um jogador que está a ponto de entrar e dar conta do recado. É um jogador técnico, é um jogador que dá fluidez de jogo para a gente. Acho que a qualquer momento a gente inicia um jogo com ele ou coloca ele no decorrer do jogo, mas ele está nos planos e tenho certeza que ele vai nos ajudar bastante.

Pressão em São Januário para Leo?

– Eu acho que tem um peso grande sim. A gente teve os nossos zagueiros contestados por muito tempo. Acho que a gente está conseguindo dar uma resposta, eu sinto que hoje o Vasco é uma equipe equilibrada, é uma equipe que consegue se portar bem defensivamente. A gente conseguiu melhorar o futebol dos nossos zagueiros e a gente tem que ir para o jogo com o que a gente quer, a melhor opção. Acho que o João Victor é um zagueiro fantástico também, fez um grande jogo contra o Cruzeiro, tem a sua característica de jogo, é um zagueiro veloz. O Maicon é um zagueiro muito experiente, corta muito caminho, é um jogador que dentro da área é muito forte. O Leo é um zagueiro rápido, canhoto, acho que cada um tem a sua característica, mas é importante quando chegar ao jogo do Atlético a gente perceber quem vai estar mais pronto, acho que para analisar todos os detalhes. Não dá para cravar aqui agora para você o que a gente vai colocar porque a gente tem dois jogos antes pela frente e a gente vai trabalhar da melhor maneira possível para a gente colocar os dois que vão estar mais aptos e vão conseguir fazer um grande jogo tanto quanto contra Atlético, assim como contra o Juventude e São Paulo, mas a gente tem que ter paciência ali pra gente perceber o que vai acontecer e a gente vai dar uma resposta para a torcida dentro de campo. É o mais importante.

Fonte: Globo Esporte

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