PVC opina sobre atuais momentos de Vasco e Botafogo em meio às SAFs

Comentarista do Grupo Globo analisa fases do Vasco da Gama na Série B e do Botafogo na Série A do Brasileiro.

Nenê durante jogo contra o Botafogo pelo Carioca 2022
Nenê durante jogo contra o Botafogo pelo Carioca 2022 (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O domingo registrou 63 mil vascaínos passando pelas catracas do Maracanã, para cantar e ser feliz. O Vasco venceu o Cruzeiro por 1 x 0, no que se pareceu muito mais com um clássico do Brasil do que com um jogo de Série B. Está tão claro que este Vasco não teria condição de brilhar na elite e terá, se houver paciência de ver amadurecerem Figueiredo, Gabriel Pec e Andrey Santos, que servia a seleção.

A segunda-feira teve vaias ao Botafogo assim que Kevin marcou aos 46 minutos do primeiro tempo. ”Baixamos nossas linhas no primeiro tempo, para jogar como jogam contra nós. A partir do momento em que sofremos o gol, sabíamos que isto já não seria mais possível”. Luís Castro não mexeu bem na equipe, ao tirar Daniel Borges e recuar Vinicius Lopes para a lateral. Sua vontade de vencer, porém, é inegável.

O problema é que o Botafogo tem uma equipe mais forte do que no ano passado, quando conquistou a Série B, mas não suficientemente boa para disputar a Série A em condição de buscar posições altas da tabela.

John Textor sabe melhor do que a torcida, que o idolatra como idolatrava Emil Pinheiro, que será preciso tempo e paciência. Impressiona como uma parte dos alvinegros está à espera de um Midas, um patrono, um padrinho. Textor pode ser mais do que isto. Precisará ser. Diferentemente de 1989, não há como contratar Paulinho Criciúma, ou Carlos Alberto Dias, ou Renato Gaúcho e Valdeir, porque os talentos vão para a Europa.

Portanto, será necessário estruturar um clube, capaz de formar jogadores e contratar os possíveis, que claramente ainda não estão no elenco glorioso. Então, vai levar tempo. Não adianta ter a ilusão de que Textor colocará oito nomes grandes no segundo semestre e isto formará um time estável. Não é assim tão simples, especialmente se vierem um israelense, um português e um brasileiro adaptado ao futebol francês e inglês, como Marçal.

Seria mais feliz estar na Série B, ganhando todos os jogos. Mas não seria suficiente, porque o projeto será mais rápido, mesmo que demorado, partindo da Série A. Daí a necessidade de a torcida do Botafogo se comprometer com cada etapa do processo. A atual é fugir do rebaixamento e o Botafogo não escapará se a cada toque na bola ouvir uma vaia.

O Vasco receberá aplausos, enquanto vencer na Série B. Duro será ao chegar à Série A, se tiver de montar um time em pleno campeonato, como faz o Botafogo.

É melhor ganhar na Série B ou perder na Série A? Ora, é claro que é melhor estar na elite e lutar para permanecer nela. Ganhar a Primeira Divisão é que dará muito mais trabalho e levará muito mais tijolos para fazer subir uma parede. Ainda se está construindo alicerces. Tanto no Botafogo, com sua tristeza da derrota para o Avaí, quanto no Vasco, com sua vitória sobre o Cruzeiro.

Fonte: Blog do PVC – Globo Esporte

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