Primeiro balanço da 777 expõe tamanho do desafio na reestruturação do Vasco

Relatório mostra que Vasco da Gama terá um longo caminho de reformulação até a retomada de investimentos e protagonismo nas competições.

Executivos da 777 Partners no gramado do CT Moacyr Barbosa
Jorge Salgado e Josh Wander no gramado do CT Moacyr Barbosa (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

Após a transformação em SAF, o Vasco fechou o ano de 2022 com um prejuízo de R$ 88 milhões. O valor tem a ver com as dívidas assumidas pela 777 Partners como parte do acordo de aquisição do futebol do clube. O buraco foi coberto por um aporte do dono.

O primeiro balanço da era SAF mostra o tamanho do desafio do fundo norte-americano na reestruturação do futebol cruz-maltino.

O acordo para a venda de 70% das ações do Vasco previa assumir todas as dívidas do clube, com o limite de R$ 700 milhões. Ainda tem a obrigação de aportes no valor de R$ 700 milhões. A ideia é que os investimentos ocorram até 2024 para equilibrar o clube que, a partir daí, andaria com as próprias pernas.

Bem, no primeiro ano, houve um empréstimo de R$ 70 milhões de empresas da 777 para o Vasco que iria se transformar em ações. Em seguida, em setembro, um aporte de R$ 120 milhões. Ambos se transformam em integralizações de ações.

No período de cinco meses, de agosto a dezembro de 2022, o clube teve uma receita de R$ 50,6 milhões, com um custo de R$ 54,5 milhões. Até aí, um déficit pequeno. No primeiro semestre, sem ser SAF, o Vasco teve um déficit de R$ 17 milhões.

Porém, some-se a isso despesas administrativas de R$ 34 milhões. Só para consultorias e auditorias foram pagos R$ 28 milhões para fazer a transição para SAF – isso representa 4% da operação inteira. Além disso, houve R$ 50,5 milhões em despesas financeiras, a maior parte para pagamento de dívidas e atualização de acordos com credores.

No total, a Vasco SAF assumiu uma dívida de R$ 592,6 milhões no balanço vinda do clube. Só nas Justiças trabalhistas e Cível (por meio do Regime Centralizado de Execuções) o clube prevê pagar R$ 55,7 milhões durante o ano de 2023. Outros R$ 33,3 milhões em parcelamento também terão de ser quitados durante o ano.

Houve ainda pagamentos e parcelamentos de dívidas com a Ferj e com a CBF, obrigação na transformação em SAF. E o clube continua a ter restrições de recebimento da Globo pelas antecipações – precisa descontar R$ 34,7 milhões até 2024.

Por isso, os investimentos no time de futebol foram modestos, embora tenham ocorrido para montar o elenco da Série A. Em 2023, o clube registrou um gasto com contratações de US$ 4,5 milhões (R$ 22 milhões).

A previsão é de que a 777 Partners aporte mais R$ 510 milhões na SAF para integralizar o restante das ações. É o dinheiro necessário para o clube reduzir dívidas, cobrir faltas de orçamento enquanto tenta alavancar receitas. A longo prazo, o objetivo é ser sustentável antes de acabarem esses recursos.

“Em 31 de dezembro de 2022, o Vasco SAF possuía capital circulante líquido negativo de R$ 185,016 milhões, patrimônio líquido negativo de R$ 594,573 milhões e, prejuízo do período de R$ 88.085. Esses resultados refletem o momento inicial da constituição da SAF com a assunção de dívida limitar ao teto de R$ 700 milhões, com impacto parcial diretamente ao patrimônio líquido da Companhia”, diz o balanço.

As primeiras contas do Vasco SAF mostram que a venda para um investidor é apenas o primeiro passo na reestruturação de um time.

Fonte: Uol

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