Presidente do Vitória, campeão da Série B, detona modelos de SAF e cita o Vasco

O presidente do Vitória, Fabio Mota, criticou o formato de SAF utilizado por Vasco da Gama, Cruzeiro e Bahia.

Fabio Mota, presidente do Vitória
Fabio Mota, presidente do Vitória (Foto: Pietro Carpi/EC Vitória)

De volta à Série A do Campeonato Brasileiro mesmo com limitações financeiras, o Vitória ainda não pensa em se colocar disponível no mercado para se transformar em Sociedade Anônima do Futebol. Atual presidente, Fábio Mota conseguiu reorganizar o clube em dois anos de mandato e não admite “entregar” a instituição de 124 anos a empresários que visam apenas o lucro. A crítica do dirigente não é dirigida exatamente à Lei da SAF, mas aos modelos de SAF’s que embarcaram no Brasil e tomaram posse de grandes clubes.

A principal queixa do mandatário do Vitória é que os investidores usam os clubes apenas para obter lucro e não pensam no desempenho esportivo. Fábio Mota usou como exemplos os times ameaçados de rebaixamento nesta edição da Série A: Vasco, Bahia, Cruzeiro, Coritiba e América. Desses, apenas o Coelho não tem um investidor por trás.

“Os modelos de SAF feitos no Brasil privilegiam o investidor. Ninguém, desses que aí estão, está preocupado com a questão esportiva, com o resultado esportivo. Eles estão preocupados em pegar os clubes brasileiros e fazer deles barriga de aluguel. Trazer um monte de jogador inexperiente, botar para jogar e aparecer, vender, ganhar dinheiro” disse.

“Se você pegar os últimos seis clubes da Série A hoje, todos são SAF. O investidor chega aqui, compra barato, parcelado, para pagar em dez anos, 20 anos, parcela tudo, pega menino que está na Europa rodando, bota aqui para ganhar experiência. Antes, eles faziam isso em Portugal. O mercado de Portugal se propôs a fazer isso por muito tempo. Como o mercado brasileiro ficou muito mais fácil, veio a crise e os clubes quebraram, eles migraram para o Brasil. Então, esse modelo de SAF que fizeram por aí, eu não quero”, argumentou.

Presidente rejeitou ofertas em 2022, na Série C

Com tradição na formação de talentos e um grande público consumidor (3,5 milhões de torcedores), o Vitória começou a ser assediado por investidores quando ainda estava na Série C, em 2022. Fábio Mota matou no peito, decidiu apostar no trabalho como associação e conseguiu dois acessos seguidos. Foi quarto na Terceirona do ano passado e campeão da atual Série B com duas rodadas de antecedência.

“O Vitória nunca quis. Procurei outras fórmulas e mostrei que não precisa vender a alma para sair do fim do túnel e chegar ao topo. Não vendemos alma, não vendemos o clube. Montamos uma gestão profissional, com trabalho, com equipe imbuída no propósito de resgatar o clube e conseguimos sem precisar vender o clube”, destacou.

“Eu não sou contra a SAF, sou contra o modelo de SAF feito no Brasil. Quem fez SAF no Brasil, fez porque estava com a corda no pescoço. Ou fazia ou fechava as portas. Vasco, Botafogo, Cruzeiro e por aí vai. Não era o caso do Vitória, certo? Desde quando assumi o Vitória, há dois anos e um mês atrás, que eu recebo proposta, mas proposta irrisória e eu nunca quis nem ouvir. O time estava com a marca desvalorizada na Série C. Era interessante para o investidor. O cara ia botar R$ 200 milhões aqui, ia pegar uma instituição centenária dessa, que tem 500 mil m2 dentro de Salvador, com 11 campos de futebol, CT, uma base do sub-9 ao sub-20, tudo isso aqui, ia botar um dinheirinho, ia subir para a Série A…Eu subi sem dinheiro, imagine com dinheiro se não ia subir. Ia subir para a Série A e ia quintuplicar o valor que comprou o Vitória”, ironizou o presidente Fábio Mota.

No momento, o Vitória só admite discutir uma SAF se o clube continuar como majoritário, com 51% das ações. Dos clubes brasileiros que se tornaram Sociedade Anônima do Futebol, nenhum conseguiu ter o controle. Os investidores mandam no futebol e se apossaram até mesmo de patrimônio imobiliário.

“Eu defendo a SAF onde a associação detém 51% das ações, que tenha maioria. É assim na Europa, na Alemanha, na Inglaterra. O modelo que eu defendo é: o Vitória precisa de um sócio que chega com até 49%, se alia ao Vitória, e o clube com o controle do futebol, do seu patrimônio e leve o sócio a uma parceria. Se precisar de auditoria, que se faça. O Valuation, que se faça. Mas contando que a gente tenha o controle disso”, defendeu o presidente.

Torcedores terão poder de decisão

No próximo ano, o mandatário pretende ainda discutir um modelo viável de SAF com sócios-torcedores e com a torcida do Vitória. A princípio, nada será decidido sem ouvir aqueles que abraçaram a instituição em um dos piores momentos de sua história.

“Estamos abertos para discutir, conversar. Acho até que precisamos aprovar o nosso modelo. Vou fazer essa discussão ano que vem com a torcida e com o sócio, para a partir daí a gente pensar no modelo que a gente quer”, emendou o dirigente campeão da Série B.

Para 2024, a ambição do Vitória está longe de se tornar uma SAF. A meta é se manter na elite nacional e conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana. “Nosso planejamento é não só permanecer, mas classificar para a Sul-Americana. Eu acho que cabe um time nordestino campeão da Sul-Americana, nenhum time nordestino foi campeão internacional. Vamos mirar isso enquanto eu for presidente, até o final de 2025”, concluiu Mota.

O Vitória conseguiu ser campeão da Série B com uma folha de R$ 2,5 milhões. Para o próximo ano, na Série A, o clube estima elevá-la entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões.

Fonte: Itatiaia

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6 comentários
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    Você deve estar fazendo o papel do antro CBF e rede esgoto seu papal deve ser esse, pois bem o presidente do antro CBF é torcedor do seu time simples assim né? Ganhar na bola com esses bandidos tá ficando cada vez mais difícil foda

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    Ele tá empolgado, o time do vitoria é fraco, mas foi eficiente .
    Série A é outra coisa.
    O Bahia que fique de olho pq Ednaldo vai fazer tabela boa no nordeste. Espere e verá

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    Esse presidente do vitória não sabe o que estar falando, ele tá empolgado pq voltou pra série A, o vitória tem que abrir o olho pra não voltar pra série B

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    Tá certo que você não pode criticar o modelo SAF com base no atual desempenho das equipes. Investimento no futebol, nem sempre tem uma resposta imediata dentro de campo. Concordo com MOTA, com relação ao controle acionario. O TIME, podemos afirmar, é um patrimônio do torcedor. Pode-se compartilhar os eventuais lucros com investidores, estes com participação dr até 49%. Acho q o grande investidor deveria ter até 45%, ficando 4% destinados a pequenos sócios investidores, que assim selaria a relação sócio afetiva: então, posso me tornar sócio patrimonial e contribuinte ao mesmo tempo. 51% da SAF seria detida pela Associação (pertencente aos torcedores anônimos)

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    Expor a SAF com base nos clubes que estão atrás na tabela de classificação é uma tolice pois o Botafogo, que também é SAF, após muitos anos na rabeira da tabela, liderou boa parte do campeonato e ainda pode ser campeão, já tem volta garantida à libertadores, coisa impensável antes da SAF.

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    É muito fácil criticar as Saf ,quando se têm um presidente de CBF torcedor do clube e que frequenta os jogos do time do seu coração. Isso em País sério pode Sr.Fabio?

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