Presidente da CBF cogita perda de pontos em casos de racismo

Após casos de racismo na Libertadores, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, quer punições mais duras e acionou a Conmebol.

Ednaldo Rodrigues é o presidente da CBF
Ednaldo Rodrigues é o presidente da CBF (Foto: Lucas Figueiredo/ CBF)

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, vai pedir “uma punição esportiva” para os clubes em casos de racismo. Nesta sexta, a entidade vai enviar um documento à Conmebol solicitando uma “pena mais dura” e propondo a retirada de “pelo menos um ponto” dos times que tiverem torcedores envolvidos em atos de racismo na Libertadores e na Sul-Americana.

Na semana passada, a Conmebol anunciou que pretende aumentar a multa aos clubes cujos torcedores cometerem esses atos.

No ofício, Rodrigues vai pedir uma reunião extraordinária do Comissão de Competições da Conmebol para discutir a proposta.

– Não concordo com apenas multa financeira ao clube que tiver um torcedor racista. Não se combate a discriminação apenas aumentando a multa. Tem que ser de forma mais dura. O clube precisa sofrer uma punição esportiva. Quero que o time do torcedor identificado cometendo um ato racista perca pelo menos um ponto na tabela do campeonato. Só assim acredito que vamos pacificar os estádios – disse o presidente da CBF.

Ex-presidente de Federação Bahiana de Futebol, Rodrigues é o primeiro negro a comandar a CBF em mais de 100 anos da história da entidade.

Nesta edição da Libertadores, diversos casos de racismo foram registrados contra brasileiros em jogos. Houve atos racistas da torcida do River Plate contra a do Fortaleza em Buenos Aires, do Emelec contra o Palmeiras em Guaiaquil, do Boca Juniors contra o Corinthians em São Paulo, do Estudiantes contra o Bragantino em La Plata e da Universidad Católica contra o Flamengo em Santiago.

– O clube tem que ser punido por não ter conseguido educar o torcedor que entra no seu estádio. Com a punição esportiva ao clube, conseguimos envolver o torcedor nesta luta antitracista. O torcedor seria um fiscal contra o preconceito na arquibancada.

O Código Disciplinar da Conmebol prevê multa mínima de US$ 30 mil (cerca de R$ 150 mil) para esses delitos. Mas os integrantes do Comitê de Disciplina – uma espécie de STJD da confederação continental – podem aumentar esse valor.

CBF pretende endurecer punição no Brasil

Ednaldo Rodrigues vai propor a sentença mais dura também nas competições organizadas pela CBF a partir do próximo ano. Os regulamentos dos torneios deste ano já foram aprovados.

– Quero propor uma ampla discussão aqui no Brasil para a próxima temporada. Vou pedir a perda de pelo menos um ponto a partir do ano que vem. Essa discussão vai ser boa para ver quem realmente quer combater o racismo no futebol – disse.

O dirigente anunciou na semana passada um seminário para discutir o preconceito no futebol. O evento contará com representantes da Fifa, da Conmebol, dos clubes que disputam os torneios organizados pela CBF, além de dirigentes de federações, do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e do Ministério Público.

Fonte: Globo Esporte

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