Pequenos vascaínos querem saber o que é ser campeão
Histórias de pequenos vascaínos que não sabem o que é ser campeão a não ser o da série B em 2009.
Quando Pedro nasceu, em 1997, o Vasco iniciava uma das melhores fases futebolísticas de sua história. Em 2000, ano do nascimento de João Victor, uma virada histórica sobre o Palmeiras marcou o último título internacional do clube. Já 2003, quando Pedrinho veio ao mundo, foi o último ano que o clube levantou um caneco importante: o Carioca. Na verdade, nenhum dos três meninos citados lembra das conquistas. Além disso, desde que passaram a acompanhar futebol, não sabem o que é comemorar um título de Primeira Divisão do time do coração. Tudo pode mudar hoje à noite.
De comum, a paixão pelo Vasco. Essa, inclusive, veio de berço, pois os três são de famílias vascaínas. No entanto, qualquer paixão é alimentada com títulos, frustração que mais mexe com os três, mas também os deixa ansiosos com a Copa do Brasil. Pela primeira vez, Pedro, João Victor e Pedrinho poderão provocar os colegas de colégio, em caso de título.
– Se oVasco for campeão, já separei meu bandeirão. Só espero não tomar uma advertência no colégio por causa disso – afirmou João Victor.
Apesar de nenhum dos três ter comemorado, a paixão é grande. Antes de encontrar a equipe do LANCENET!, todos já vestiam suas camisas.
Falar de Vasco é fácil. Difícil é arrumar motivo recente de orgulho.
– Sempre que dá, ponho o DVD da final da Mercosul de 2000 e vejo aquele jogo e me emociono – disse Pedro.
Emoção é o que o trio pretende sentir hoje, na frente da televisão.
– Não aguento mais esperar. Chegou a hora de oVasco ser campeão – finalizou Pedrinho, o mais novo.
Os corações infantis podem até transformar o Vasco em imortal. Mas todos eles precisam de títulos.
FALTA DE TÍTULO QUASE MUDOU O CORAÇÃO
O ex-presidente Cyro Aranha disse uma vez que enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal. Ele não imaginava que o clube fosse passar por um jejum tão grande de títulos. Muito menos os três jovens torcedores pensavam em sofrer tanto com um período sem conquistas. Por isso, até essa relação de amor estremeceu.
Em determinados momentos, eles pensaram em deixar de torcer para o Cruz-Maltino, conforme as frustrações iam acontecendo.
– Toda vez falava com meu pai que não aguentava mais. Cheguei até mesmo a torcer para Milan, Barcelona… Mas ele sempre dizia que as coisas iam ser diferentes no ano seguinte – disse João Victor.
Encontrar os colegas de classe no dia seguinte após uma derrota vascaína era algo que nenhum dos três gostava de enfrentar.
– Dá raiva. Ficava pensando em revidar as provocações. A alternativa que eu tinha era falar que o Ronaldinho Gaúcho não estava jogando nada – admitiu Pedro.
Agora, a história pode ser diferente. A empolgação é tão grande que a provocação virá acumulada.
– Vão ter de me ouvir agora. Quero ver o que os flamenguistas vão falar. Não aguento mais esperar por isso – finalizou João Victor.
DRAMA NO JOGO DE IDA: APAGÃO
Acompanhar o primeiro jogo da final foi um drama para João Victor e Pedrinho. O Vasco já vencia o Coritiba por 1 a 0. A 15 minutos para o fim, os dois viveram um problema. Um pique de luz na Ilha do Governador desligou a televisão de alguns lares e eles passaram por tensão.
– Quando a luz apagou, minha família não sabia o que fazer. Só ouvíamos os gritos de outros vizinhos vascaínos reclamando do problema – lembrou Pedrinho.
João Victor pensou em sair de casa para acompanhar o restante da partida.
– Não sabíamos quanto tempo ia durar isso. Estávamos vendo televisão quando a luz apagou. Olhamos pela janela para saber onde mais não tinha luz. Quando meu pai pensou em pegar o carro para ir para outro lugar, a luz voltou e conseguimos ver o fim do jogo – relembrou Pedrinho, aliviado.
Fonte: lancenet
