Pedrinho revela que obra de São Januário não começa em janeiro e analisa reforços da 2ª janela

Sem comprador para o potencial construtivo de São Januário, as obras não terão início em janeiro de 2025; Pedrinho analisa novos reforços.

Pedrinho durante entrevista coletiva
Pedrinho durante entrevista coletiva (Foto: Leandro Amorim/Vasco)

As obras de São Januário não vão ter início após o Campeonato Brasileiro, como antes previa a diretoria do Vasco. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o presidente Pedrinho assumiu que a reforma vai atrasar por causa de trâmites burocráticos.

– Eu assumo essa responsabilidade. Eu falei que iria iniciar em janeiro, fiz muita força com a Prefeitura do Rio de Janeiro, fui muitas vezes na Câmara pedir para acelerar os processos, porque eu tinha 100% de certeza que a gente estava fechado com um comprador total. Estava tudo muito certo, só que a gente não tinha nada assinado. E abriram outras possibilidades de outros locais de potencial, o possível comprador saiu da mesa. Estava muito certo, só que negócio é negócio. Não estava assinado. Por isso que eu falei muito mesmo que a gente iria começar no início do ano, porque era muito concreto. Serve de experiência, eu assumo essa responsabilidade de não começar em janeiro – afirmou o presidente.

No início deste mês, o ge publicou que havia a possibilidade de o local ser fechado só após o Campeonato Carioca de 2025. O Vasco está, neste momento, finalizando o projeto de reforma. O que mais atrasa o início da obra é a venda do potencial construtivo: o clube avançou em negociações com uma empresa para vender um terço do potencial, mas precisará de mais recursos.

O presidente também analisou os reforços da segunda janela, quando o clube associativo já comandava a SAF do Vasco. Na entrevista de apresentação de Philippe Coutinho, em julho, Pedrinho disse que as contratações de Souza e Alex Teixeira passaram por um aval técnico. O volante e o atacante, no entanto, não têm sido aproveitados pelo treinador Rafael Paiva.

– Só pontuando as contratações que foram feitas na janela. As três primeiras foram Coutinho, Souza e Alex (Teixeira), não preciso voltar nelas. É muito cruel você fazer uma avaliação em um momento duro, delicado. Vocês têm tanto acesso quanto eu e toda equipe de scout a qualquer atleta que vem. Ninguém consegue enganar ninguém. “Ah, vou trazer um jogador bom”. Se ele for ruim, vocês vão saber que é ruim. Vocês têm acesso a alguns aplicativos esportivos para ter dados, números, vídeos. O Maxime Rodríguez é muito bom jogador. Um ponto sobre ele é que foi divulgado um valor que foi repercutido. Ninguém se deu o trabalho (de checar), porque em Portugal você pode publicar o valor. Tá lá, no time Gil Vicente, por quanto foi feita a transação. Alguém foi lá olhar? Quanto falaram para vocês que foi a transação? Entra lá e vê. Foi 1,5 milhão (de euros). O salário dele é pequeno. A gente paga em 18 meses a transação, mas divulgam números absurdos e ele é muito bom jogador – avaliou Pedrinho.

– Eu não posso chegar hoje e falar nada sobre modelo de jogo. Todos os questionamentos sobre técnica, tática e escalação são direcionados para a comissão técnica. Óbvio que se pedirem a minha opinião, eu vou dar, mas não é a minha função. Hoje tenho um scout, gestores esportivos que passam para mim e eu dou o aval, a canetada, junto com o Amodeo. O Jean pode estar jogando bem ou mal, mas ele não pode ser convocado para a seleção chilena e ser ruim. Contra o Vitória, fez um bom jogo. Pode ter caído de rendimento. Mas é um contexto que de repente faz com que ele não renda o que pode, mas é um bom jogador. Para nós, e pegando o gancho da minha função, é muito mais fácil ir no embalo de uma onda, e é difícil ir contra a maré mesmo. Analisem com um pouco mais de calma a questão de jogar bem ou não, minutagem ou não, para a definição se o cara é bom ou não. Eu posso afirmar para vocês que os dois são bons jogadores – completou ele.

O Vasco contratou seis reforços na segunda janela: o volante Souza, os meias Philippe Coutinho e Maxime Dominguez, e os atacantes Alex Teixeira, Emerson Rodríguez e Jean David.

Leia outras declarações do presidente:

Venda do potencial construtivo

Felipe Carregal (VP jurídico do clube): O que a gente tem hoje: a Prefeitura está terminando de fazer a redação de um decreto para regulamentar a lei. Nosso time está em contato com a Prefeitura contribuindo para essa redação. A estimativa é que esse decreto fique pronto até o final do mês. Em paralelo, como a gente depende desse decreto, a gente está trabalhando, está conversando com incorporadoras, já existe carta de intenção assinada. Inclusive, estamos com uma consultoria. Isso é normal, o fluxo de pagamento da incorporadora não vai casar com o nosso fluxo de obra. Então estamos estruturando uma solução financeira e jurídica, pensamos até em um fundo, para que, em paralelo com o tempo que está sendo gasto com esse decreto, a gente possa caminhar.

Pedrinho: Só para complementar, essas minutas que estão sendo trocadas são por 100 mil m², mais ou menos 1/3 do potencial.

Vasco tem um projeto para o futebol?

– A questão do projeto esportivo tem duas vias. Enquanto não chegar um investidor, como a gente faz? Sem um investidor, o que a gente faz? Atacar as dívidas. Eu sei que dói pra c….. no torcedor porque dói em mim, só que dessa vez é de verdade. A gente vai atacar as dívidas. Se não existisse investidor, o planejamento seria atacar as dívidas, potencializar nossa categoria de base, que muitas vezes nós mesmos desvalorizamos nossas crias. Aí quando o cara sai, falam “pô, se estivesse no Vasco…”. Mas quando estava aqui, a gente não tinha paciência. Sempre foi isso, está falando um aqui que saiu da base. E temos que ser certeiros nas contratações. Isso é um planejamento de médio prazo. Se chegar um investidor, obviamente a gente muda o planejamento porque vai chegar um aporte, vai continuar atacando a dívida mas de uma forma mais agressiva. E vai ao mercado procurar jogadores de um nível muito melhor.

Base do Vasco

Pedrinho: Acho que vender barato é pela necessidade mesmo. A gente tem um potencial enorme aqui. Se pegar o jogo contra o São Paulo, jogou o Leandrinho, Estrella, JP. A gente tem o Lyncon, o Luiz Gustavo, que é um ótimo zagueiro. Tem o Paulinho lateral-direito, tem o Alegria, que está jogando. Temos que acreditar e potencializar os meninos. Obviamente que eles precisam de uma estrutura para isso. Esse é o DNA do Vasco. Se chegar um investidor, isso será passado para o investidor, que vai conhecer a história do Vasco. Quando você está em um bom momento, é só pegar um jogador bom da base e colocar num time que está em bom momento. A proposta chega diferente. O mercado é cruel, não existe amor no negócio, infelizmente. Para mim não existe negócios, negócios, amigos à parte. Para mim amigo vem sempre na frente. Só que no mundo não é assim. É mais ou menos isso.

Carlos Amodeo (CEO da SAF): O processo de restruturação visa criar condições para que o Vasco possa ter recursos para fazer os investimentos que precisam ser feitos. E aí não apenas em categoria de base, mas em infraestrutura. Precisamos qualificar nosso CT, desenvolver melhor nossas infraestruturas. Quando o clube está desestruturado, naturalmente o mercado enxerga isso, percebe a fragilidade e vem buscar seus principais ativos por um preço muito menor que nós exigiríamos ou que entendemos que os ativos valem pela nossa necessidade. Ajustar o clube é fundamental para fortalecer esse aspecto. Sem falar em questões relacionados ao potencial investidor. Quando tem um clube estruturado e organizado, com dívidas estabelecidas adequadamente dentro de um fluxo de pagamento, isso traz muito mais segurança para que o investidor possa fazer isso. E nós também precisamos mudar o Vasco de prateleira. Dois anos atrás, o Vasco vinha de uma prateleira abaixo. Quando você está numa prateleira abaixo, seus ativos ficam subavaliados. Quando muda de prateleira, seus ativos começam a ter valorização maior. Isso acontece num estalar de dedos? Não. Essa é uma questão progressiva, estamos trabalhando para que aconteça no menos prazo de tempo possível.

Existe expectativa de investimento alto no departamento de scout?

– Já fizemos algumas mudanças e começamos a entregar ali um perfil, um diagnóstico de atletas que entendemos que servem para o Vasco. Tem um pouco do que serve para o modelo de jogo do treinador e o que serve para o Vasco. Se os dois casarem, ótimo. Não posso fazer a vontade de um treinador se sei que um jogador só joga daquele jeito ali. Aí depois o treinador vai embora e o jogador fica ali e não serve. O Fortaleza é um ótimo exemplo, porque ele tem metade do valor da nossa folha salarial. Inclusive, estive com o Marcelo Paz (presidente do Fortaleza). Salvo engano, a folha do Fortaleza é de R$ 8 milhões. Ele foi muito assertivo nas contratações.

– Parte também da nossa comunicação alinhada com o scout. Lembra quando o Bruno Guimarães saiu do Audax e foi pro Athletico? Agora você imagina se eu trago um jogador do Audax e apresento aqui. Como vocês e a torcida avaliariam? O que precisamos entender é que temos que mostrar a capacidade de ser certeiro, mas nem sempre ser certeiro é o cara de nome. É por isso que tem muito mérito o que o Fortaleza fez com Moisés, com outros jogadores. O que a gente passa para análise de mercado é isso: perfil de atleta e a prateleira de mercado. Ali, a gente precisa ser certeiro. Provavelmente não vai ser um jogador com nome à altura, mas ele tem que responder tecnicamente. Acho que deixamos a desejar nessa janela, que poderíamos ter agido melhor. Não falando do Jean e do Maxime, em outros pontos.

Como a estrutura do clube afeta nas contratações do Vasco? Há planos para reestruturar o CT?

– Até com a possível obra, já estamos tentando estruturar o outro terreno do lado, que é nosso, para fazermos um complexo único. Facilita tudo, até em economia, você tem tudo no mesmo lugar. Com a questão do CT, o nosso não tem uma parte molhada. Isso é inacreditável. Mesmo sem o investidor, o Thiago (que trabalha com a equipe) já está levando pessoas lá para que a gente possa iniciar um processo de fazer a parte molhada dentro do CT para a próxima temporada. Jogador hoje prefere ir para o lugar que tem estrutura e de repente o clube nem é grande. Mas ele prefere isso: estrutura e salário em dia.

Polêmica sobre ingressos para os jogos em São Januário

– Houve uma precipitação na abordagem do jogo contra o Atlético-MG, por meio da ata, que é uma previsão do que é a perspectiva de venda. Foi divulgado que botamos 12 mil ingressos à venda, mas eu não posso falar de forma imediata porque eu preciso esperar o borderô. (Foram vendidos) 16.500. Alguém debateu sobre isso? Alguém voltou e falou “nós erramos”? Não. Nesse período, até eu me justificar, porque eu tinha que esperar o borderô, eu saí como ladrão, bandido.

– E de pessoas que viveram a vida inteira no Vasco aqui de ingressos, que hoje viraram os moralistas das redes sociais. Vivem até hoje do que ganharem de ingressos aqui. Aí me botam em um pacote, eu tenho que ficar ali de ladrão, de esquemeiro de ingresso durante horas porque não esperaram o borderô. E ninguém foi a público dizer “cara, nós erramos, o borderô é 16.500”. Eu venho sempre aqui tendo que desmentir, e faço isso com o maior prazer, sem problema nenhum. É só pra gente ter um pouco mais de cuidado. Você vai ferindo, ferindo, ferindo. E aí eu venho aqui mostrando qual é a realidade, porque está tudo comprovado. Eu não tenho motivo para mentir.

Fonte: Globo Esporte

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