Pedrinho é esperança da torcida ser ouvida na SAF do Vasco

Diferente da gestão de Jorge Salgado, que vendeu o futebol do Vasco da Gama à 777 Partners, o tom de Pedrinho na presidência da associação será de cobrança. É o que o mandatário está garantindo na chegada a São Januário.

O ídolo e seus aliados, destaque para Edmundo, outro jogador histórico vascaíno, se mostraram insatisfeitos com a configuração atual da relação com a SAF. Para o novo presidente, não deve haver distância entre SAF e associação.

– Não existe Vasco SAF, Vasco associativo. Vasco é Vasco. Eu sempre me coloquei à disposição, fui convidado para algumas conversas quando era comentarista. Dentro dessas conversas me convidaram para ser diretor executivo ou esportivo. Em algum momento isso engasgou, ficou preso e agora eu me torno presidente. Então estou completamente à disposição para que o diálogo aconteça, eu só não posso colocar uma arma na cabeça de ninguém e pedir para fazer parte de um planejamento – disse o mandatário.

“Minha luta é pelo Vasco”

Pedrinho queria ter participado do planejamento do futebol para a temporada 2024. A associação segue com 30%, enquanto a 777 Partners possui 70% da SAF. Ele deseja ser escutado pelo grupo norte-americano nas decisões, mesmo estando ciente que o sócio majoritário tem a palavra final.

– Eu não posso chegar lá e falar: Por quê vocês não me perguntaram sobre a pré-temporada, sobre contratações, qual é a avaliação técnica que eu faço para quem chega e quem tem que sair? Eu não fiz parte disso. Hoje eu estou empossado. Eu gostaria de ter tido uma conversa prévia para participar de um planejamento esportivo. Não existe uma sociedade onde você seja minoritário e não tenha voz. É preciso participar e ser ouvido. Agora, a decisão é do majoritário, sempre. Eu vou estar à disposição sempre para colaborar. A minha luta é pelo Vasco, pelo torcedor. Eu sei muito bem o que ele espera de mim – declarou o presidente.

Relação com a SAF

A impressão deixada pela gestão de Jorge Salgado foi de comando total da empresa e pouco interesse da associação na situação do futebol, com exceção para o caso da saída de Luiz Mello, que chegou antes mesmo da SAF, mas se tornou persona non grata do agora ex-presidente e seus aliados. Já Pedrinho, espera um contato diário para saber do futebol.

– Muitas coisas vão ter que ser ajustadas, visitadas, revisitadas, conversadas e a transparência vai aparecer em todas as minhas falas. Até agora, não sei se porque não tinha sido empossado como presidente do Vasco, não tive contato (com a SAF/777). A gente espera que o contato não seja trimestral, mas que seja um contato diário, que é isso que os 30% possui de direito. Conversar, ser ouvido. Ninguém quer ser o dono da razão. O nosso direito é ser protegido com os nossos 30%. Enquanto eu for presidente do Vasco, não existe pensamento que não seja o bem do Vasco. Eu não torço para marca, para empresa, eu torço para o Vasco – disse o ídolo, que ainda lembrou reuniões com a SAF:

– O Lúcio é um grande representante. A gente teve alguns contatos anteriormente, mas não de planejamento esportivo. Não teve contato de planejar algo, mas sim de tentativa de aproximação. A minha obrigação é proteger a associação. Um dos meus deveres é fiscalizar, cobrar. Não tem o que temer. Se tiver tudo em prol do Vasco, andando ao que manda o figurino, tudo ótimo, simples assim. Eu vou estar sempre aberto ao diálogo para ter um Vasco forte.

E na prática?

Pelo menos no discurso, o que se pode esperar daqui em diante é a torcida tendo voz no futebol, por meio das cobranças de Pedrinho, criado em São Januário, ídolo dentro de campo e vascaíno declarado. Resta ver o que se colocado em prática durante seu triênio à frente da associação.