Pedrinho anuncia Felipe como técnico interno e revela perfil de novo treinador
Durante entrevista coletiva, Pedrinho confirma que Felipe comanda o Vasco da Gama na reta final do Brasileiro e revela novo perfil.
Pedrinho anunciou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, que Felipe “Maestro” será o técnico do Vasco nas três rodadas finais do Brasileirão. Ele atuava como diretor-técnico do clube desde junho e é amigo e homem de confiança do presidente.
– Pensamos bem e vamos colocar o Felipe como treinador interino. Ele vai cumprir os três jogos restantes. Essa foi a melhor decisão por diversos aspectos. Felipe é um cara muito capacitado, tem todas as licenças da CBF, está no dia a dia do treinamento, conhece todos os atletas, características, personalidade… Para uma reta final seria um risco trazer um treinador novo, sendo que a gente precisa de representatividade para alcançar nossos objetivos – disse Pedrinho, que completou:
– O Felipe é meu amigo, é muito além, é um irmão, mas eu jamais colocaria qualquer pessoa que não fosse capacitada para essa área. Tem a segurança, porque é alguém de confiança e capacitado. Para ficar claro, Felipe é o treinador interino para esses três jogos até o término do campeonato. Paralelo a isso, juntamente com o Felipe, vamos atrás de um treinador que caiba no nosso orçamento. E que a gente consiga ter um ano positivo.
Após o Brasileirão, o planejamento é manter Felipe no dia a dia do time, mas não como treinador. Ele deve assumir uma função fixa na comissão técnica do Vasco em 2025. Ou treinar algum time das categorias de base do clube. Isso ainda será conversado. A diretoria já começou a olhar o mercado em busca de um técnico para iniciar a próxima temporada.
– É evidente que muitos treinadores surgem, muitos nomes. São nomes que estão livres, outros que estão trabalhando. Alguns começamos a estudar ontem, outros não fazem parte do nosso planejamento. Agora é um desgaste, porque temos que encaixar o que pensamos de futebol e o que cabe dentro do orçamento. Que possamos ter uma temporada boa. Pegando o cenário todo, foi um time que encontramos com muita dificuldade no início, chegamos a uma semifinal de Copa do Brasil, esperando a definição ainda do que pode acontecer no Brasileiro em termos de classificação – destacou o presidente, que acrescentou:
– Difícil encontrar dentro do que penso de futebol, o que a gente tem no mercado e o que cabe dentro do orçamento. Não sei se vou encontrar o treinador que jogue do jeito que eu imagino que o Vasco mereça jogar e que caiba dentro do orçamento. A gente tem alguns perfis e torce para que tudo encaixe e seja o mais próximo do que a gente pensa.
Rafael Paiva foi demitido no domingo, depois de perder por 3 a 0 para o Corinthians na Neo Química Arena, pela 35ª rodada do Brasileirão. Foi a quarta derrota consecutiva da equipe, que já vinha de resultados negativos contra Botafogo, Fortaleza e Internacional.
Ele havia assumido o Vasco em definitivo em junho, depois da saída de Álvaro Pacheco – o português também foi demitido por Pedrinho, cerca de um mês após assumir o comando do futebol ainda na era 777. Ao todo, considerando o tempo em que comandou a equipe logo depois de Ramón Díaz, Paiva somou 35 partidas, com 13 vitórias, 10 empates e 12 derrotas.
– Espero que entendam que todas as minhas respostas não são desculpas, são respostas. Eu não quero proteção, mas quando volto em alguns assuntos é porque são necessários como respostas. Jamais vou dar desculpas e tirar minha responsabilidade como presidente – pontuou Pedrinho antes de abrir para perguntas dos jornalistas.
O diretor de futebol Marcelo Sant’Anna participou da entrevista ao lado de Pedrinho.
– Já temos afunilado os perfis desde a saída do Paiva. Eu dizer exatamente o perfil é algo que, para o Vasco, não é vantagem nesse momento. Se eu começo a dizer, por exemplo, que o Vasco quer um técnico jovem que sai de trás com um jogo mais apoiado e na parte ofensiva sempre quer o perde-pressiona… Eu já estou dizendo para o mercado que todo técnico que eu buscar nesse perfil pode me cobrar mais caro. Vamos ter uma responsabilidade com esse perfil. O torcedor conhece o histórico do Vasco, e vamos buscar uma afinidade com esse DNA. Na minha parte, enquanto executivo, vou precisar fazer um ajuste desse DNA do Vasco com nosso modelo de negócios. Se não, no fim da temporada, a conta não fecha – afirmou o dirigente.
Veja outras declarações:
Saída de Paiva e escolha por Felipe
Pedrinho: Paiva entrou num momento delicado, com a demissão do Álvaro Pacheco, e deu uma resposta muito positiva e tranquilidade para a gente mantê-lo no cargo. Diversos outros pontos foram acontecendo, o Paiva e sua comissão obviamente têm elogios e críticas à minha gestão, como tenho muitos elogios e algumas críticas ao Paiva. Isso tudo é interno. Não foi só a forma na derrota, tiveram vitórias que a forma também não me agradou. Agradeço demais por esse momento que ele viveu com a gente. Nessa subida para o profissional, ele trouxe seu auxiliar Xandão e logo depois o Damian. A gente abriu mão de um auxiliar da casa, e o Ramon do sub-17 subiu para o sub-20. Com a demissão do Paiva, pensando com calma e cautela, seria muita pressão para o Ramon Lima.
Marcelo Sant’Anna: nos últimos 10 anos do Vasco, se excluirmos os jogos por campeonato estadual ou Série B, o Rafael Paiva é o treinador com o segundo maior número de jogos. Só fica atrás do Vanderlei Luxemburgo, somando as duas passagens do Luxemburgo, que treinou o Vasco por 46 partidas. O Paiva treinou o Vasco por 35 partidas, e o Zé Ricardo por 34. O Ramón treinou por 30 partidas. É difícil implementar dentro dessa cultura brasileira de pressão e cobranças. Somos gratos ao Paiva pelo trabalho, ele tinha um recorte de 10 vitórias, três empates e duas derrotas até a primeira pausa da Data Fifa. Num segundo momento, o Vasco fica oito partidas sem ganhar, que infelizmente resultaram na nossa eliminação na semifinal da Copa do Brasil. A gente vence Cuiabá e Bahia e novamente tem duas derrotas em sequência.
– Muita gente pediu a troca do treinador, a gente preferiu dar continuidade por acreditar que as pessoas precisam de tempo e não pode mudar numa primeira oscilação. Tivemos outra Data Fifa para trabalhar, mas infelizmente nesses jogos recentes os resultados não foram positivos, e o presidente sempre cobra que a postura a gente não pode negociar. A imagem desses últimos jogos nos gerou preocupação. A mudança de rota é para buscar devolver o Vasco a uma competição internacional. Temos a dificuldade de encaixar o que a gente acredita de modelo de jogo e de negócio.
O que aprendeu com a janela do meio do ano?
Marcelo: a janela do meio do ano foi uma de correção no Vasco. Desde o meu anúncio até o fechamento, tivemos a decisão de efetivar o Paiva como treinador, e naquele primeiro recorte tínhamos uma campanha com dez vitórias, três empates e duas derrotas, que nos sinalizou onde poderíamos ou não atacar o mercado. Ficamos na dívida, sim, de contratar um zagueiro, que buscamos. Mas dentro da realidade financeira do Vasco, os nomes colocados não cabiam. Tomamos as decisões com base naquele contexto. infelizmente, há o dinamismo do futebol. Com a janela fechada, tivemos a cirurgia do Adson, que a gente sabia que poderia ter esse risco, porque o atleta vinha se queixando de dores. Como, por exemplo, o Paulinho vem se queixando no Atlético-MG, mas tem conseguido estender um pouco a atividade na temporada.
– O Adson chegou num ponto em que ficou inseguro. Logo na sequência da janela, ele opera, mas estávamos na expectativa de trazer o Maxime já pensando nessa reposição. A perda do David foi com três ou quatro jogos (após o fim da janela), o que prejudicou o andamento do Vasco. Vamos abordar de maneira mais detalhada a capacidade de investimento dentro da janela de transferência, mas muitas vezes você não faz necessariamente os movimentos que deseja, porque você tem que respeitar os contratos que são estabelecidos. Como o presidente citou, dando uma informação para que a torcida tenha contexto: o jogador mais caro que o Vasco contratou na janela, com Pedrinho como presidente, foi o Puma Rodríguez. Tivemos que pagar um valor significativo, o mais alto que pagamos, senão o Vasco teria risco de transfer ban.
Pedrinho: eu assumo um compromisso que não foi feito por mim. Por isso falo que às vezes tenho que voltar, porque as pessoas não entenderam e muitas vezes gostam de ouvir algumas mentiras, que se sentem mais confortáveis. Dando um exemplo: o Paulinho é um grande jogador, foi uma ótima contratação, tá voltando e acho que vai nos ajudar demais. Temos que pagar 650 mil dólares de transferência pra não sofrermos o transfer ban. Uma das parcelas. O Paulinho não vale a pena? Muito, mas o Vasco tinha condição de contratá-lo? Não. Se eu não tenho condição de pagar um jogador desse nível, eu não posso trazer. O Coutinho tava na conta de uma dobra de sócio-torcedor, eu não gasto um real com ele. Se eu tivesse que desembolsar o salário dele, não teria condições pra isso. O que quero dizer é que a sensação que temos é que a 777 viu que ia bater no muro, e deduziu: “Vamos fazer o que tem que fazer, e alguém vai comprar isso aqui”.
– Eles deixam claro pra gente que queriam vender. E não estou lamentando, a bronca é nossa. Mas que fique claro que as exigências de contratação sejam compatíveis com o cenário. Tenho que pagar 2 mihões de euros a mais numa contratação se o Vasco não cair. Tenho que pagar uma da parcela de 650 mil dólares de transferência que foi feita pela 777, sendo que eles fizeram planejamento esportivo sem base no orçamento. Você ganha mil reais por mês e faz uma dívida de 1 milhão. Foi isso que aconteceu. Enquanto as pessoas não tiverem a boa vontade de interpretar o cenário, a comunicação é desalinhada com a expectativa. (…) Todas as despesas, teoricamente, são as nossas contratações. A transferência que temos que pagar do Paulinho é uma contratação, um valor alto que o Paulinho merece porque joga muito.
Marcelo: essas situações que trazemos não são apenas parcelamentos de compra. Foram parcelas que o Vasco não pagou, foi acionado na Fifa, já perdeu na Fifa, então está comprovado o débito. Ou o Vasco paga, ou toma transfer ban. Esses compromissos que estamos sinalizando são compromissos que não foram honrados, o Vasco foi processado, perdeu na Fifa e não tem mais como recorrer. Isso impacta na janela de transferências.
Pedrinho: eles (777) sabiam, porque desde 2022 já sabiam que tinham uma dívida muito maior do que receita, estavam falidos e mesmo assim fizeram tudo que fizeram. Ninguém aqui tá reclamando nem dando desculpas, tô só pontuando para vocês.
Os desafios do dia a dia
– Tenho aprendido muito. Na televisão, fui um dos caras que modifiquei muitos pensamentos de comentários. Sempre preguei sobre permanência de treinador, tempo de trabalho, encontrar o perfil ideal e, no dia a dia, tenho visto que as coisas são diferentes. Continuo com as mesmas convicções, mas muitos vezes não vou conseguir aplicá-las. Dentro desses meus comentários eu sempre falava que o sistema faz com o que o gestor tome decisões que não queira. A decisão do Paiva não foi por pressão, mas por convicção minha.
Planejamento para a próxima janela
Marcelo Sant’Anna: com a chegada do presidente recuperamos a credibilidade. Todas as transferências que estamos fazendo o Vasco está pagando. Todos os atletas que contratamos o Vasco está pagando. Nesses quatro meses e meio como diretor, já chamamos 12 atletas para renegociar luvas em atraso. Desses, 10 não tinham recebido nada. Nesse fim de ano vou chamar mais quatro jogadores para honrar esse débito. Segundo ponto: mudança do perfil do atleta que a gente vai buscar. Quando cheguei o Vasco tinha um olhar voltado para jogadores do futebol internacional, tanto que o Vasco tem nove estrangeiros no elenco. Isso não significa que não vamos contratar mais jogadores estrangeiros, não temos problemas com isso, mas temos que trazer jogadores que gerem retorno imediato ou que sejam economicamente mais interessantes, se não é melhor a gente investir em jogadores dentro do mercado brasileiro, porque é mais fácil negociar com os clubes, convencer os jogadores, usar a própria base.
Pedrinho: meu compromisso é honrar com aquilo que eu me comprometo. Paralelo a isso é pagar as dívidas, vou fazer de tudo para pagar as dívidas, se isso não acontecer não adianta. Quando a gente faz esse movimento de credibilidade para negociar e pagar, isso também dá tranquilidade para os empresários entenderem que estamos aqui para honrar os compromissos. Como vou trazer um jogador de um empresário que está com 500 dívidas aqui? Ele vai dificultar por tudo que foi criado anteriormente. A gente reorganizando começa a ter credibilidade no mercado. Falei para o grupo financeiro e fiz questão de não adiantar nenhuma receita de 2025, e a gente vai terminar o ano em dia.
Sobre Marcelo e Felipe, qual é o papel de cada um no departamento de futebol e como isso reflete em campo?
Pedrinho: a gente sabe que tem uma briga interna, política, interminável aqui, e muitas pessoas usam o termo “associativo” quando querem atingir, como se isso fosse um menosprezo. A gente está em busca de investidor, e vamos fazer isso enquanto eu estiver aqui. Existe uma governança, e muito bem elaborada. A função do Felipe, quando usamos o termo diretor, dá uma sensação mais executiva. Mas ela tem um complemento: é diretor técnico. Felipe é formado na questão técnica. Dentro do cenário do CT, ele tem um diálogo com os atletas, uma relação com o treinador e uma elaboração da formação do elenco junto com o Marcelo (Sant’Anna), muito mais na direção técnica.
– Identificam-se os setores necessários, o Felipe entra com uma avaliação técnica junto com a equipe de scout. O Marcelo também dá opinião técnica, mas quando a avaliação entra para termos de transação, o Felipe sai de cena e o Marcelo assume toda a burocracia. Obviamente, dentro do orçamento, até subir pro (Carlos) Amodeo, que é o nosso CEO. O cronograma é esse, Felipe é um cara técnico. Felipe é um cara muito fechado, mas agora vai ter que falar. Sempre disse a ele que ele é uma inversão do que são os produtos que estão no mercado, por exemplo, com uma embalagem muito bonita e o conteúdo dos produtos normalmente não é… O Felipe é o contrário, tem um conteúdo excelente, um cara incrível, entende muito de bola, mas as pessoas têm uma imagem diferente do que ele representa. Tenho certeza que vai dar uma resposta positiva.
Marcelo: a minha função é toda a parte chata que o torcedor às vezes não gosta de falar. Por exemplo, elaboração de plano de cargos e salários, desde a pessoa de cargo mais simples da base até os mais altos, em termos de hierarquia, que são os atletas e o técnico do futebol profissional. Toda a parte de logística que envolve o dia a dia do Vasco, compra de equipamentos, movimentação interna de pessoal, viagens. Temos um projeto de melhorar a integração entre futebol profissional e base, não só na parte técnica mas na parte física, equipamentos que são utilizados. Fica sob o meu guarda-chuva. A modificação de processos na área de scout, tomada de decisão, quem são as pessoas que têm que validar para que chegue para o presidente definir ou não. E a parte de negociação bruta: qual salário o atleta quer, tempo de contrato, se encaixa ou não no orçamento. A interface com o departamento financeiro, regime de caixa, regime de competência. Saber se nossa capacidade financeira é suficiente para pagar em dia salários, luvas, comissões, impostos. Se o departamento de futebol precisa vender atletas. Para minimizar o risco esportivo do Vasco, optamos por não vender atletas valorizados na última janela. Priorizamos (vender) jogadores em que a perda técnica seria menor.
– Foi com esses jogadores, por exemplo, que tivemos receitas para fazer as movimentações na janela passada. No próximo ano, podemos ter alguma situação similar a essa. Acredito que dê pra gente melhorar a otimização da folha salarial, reduzir a folha sem perder qualidade. Temos uma folha superfaturada, alguns atletas com vencimento acima do que deveriam. O Vasco é de 1898, e há algumas situações que já tinha que ter encarado de frente, como São Januário, por exemplo, de dar ao torcedor um equipamento digno da grandeza do clube. Na minha parte mais direta, os CTs do Vasco são algo que me incomoda demais. Temos uma tradição de grandes jogadores da nossa história terem vindo da base, como Roberto (Dinamite), o nosso presidente Pedrinho, o agora interino Felipe, Edmundo, Romário. Não posso ter esses jogadores alojados em SJ, tendo academia em SJ, mas precisando ir para Caxias para treinar. Quando vão jogar, têm que ir pro Artsul ou vir aqui para São Januário. As meninas a mesma coisa, fazem parte do trabalho aqui. A gente perde, em alguns dias, mais horas em logística de deslocamento do que em treino dentro de campo por causa do trânsito do Rio de Janeiro. O Vasco gasta mais de R$ 300 mil por mês só com logística, transporte e aluguel de equipamentos nas categorias de formação e do futebol feminino. A gente espera, em 2025, começar também essa obra respeitando a necessidade técnica que temos de chegar novamente a uma competição internacional, mas de resolver esse gargalo. A condição que temos de equipamento, software e pessoas no CT Moacyr Barbosa é satisfatória? Sim, mas a parte de infraestrutura física o Vasco merece muito mais. E vamos dar isso ao torcedor.
É possível manter Payet e Coutinho, dada a condição financeira do Vasco?
Marcelo: se a gente entender que o retorno técnico deles em campo justifica, então sim, é possível. Aí a gente tem que fazer sacrifícios em alguma outra posição. Isso é normal com qualquer clube. Já joguei Série A de Brasileiro gastando R$ 90 mil em goleiros, somando os três. Às vezes você sacrifica uma posição para privilegiar outra. Não é dizer que no Vasco (um atleta) não pode ter determinado salário. Pode, mas vai tirar de qual pra manter o equilíbrio? Não é só cortar, é ser racional e encarar o mercado. Tem clubes que fazem isso muito bem, e deixo uma reflexão pro próprio torcedor, que gosta de atletas de nome, de status. É um traço do DNA do brasileiro. Mas você tem equipes muito competitivas e não necessariamente trazendo grife, status, buscando jogadores dentro de um modelo. O Fortaleza, pelo segundo ano consecutivo disputando G4 do Brasileiro, disputando título nesta temporada. O Athletico-PR nos últimos dez anos, tendo uma folha salarial controlada apesar de ser um clube com muito dinheiro em caixa. No futebol europeu, o próprio Sevilla, que joga um campeonato muito difícil que é o espanhol, mas ganhando muitos títulos em âmbito europeu. O Vasco tem que perseguir esse caminho de ser competitivo, e pouco a pouco alcançar outras prateleiras de jogadores e transferência, que tentou alcançar com a administração anterior e não honrou, não pagou.
Opção por jogadores fora dos planos culminou na demissão de Paiva?
– Toda comissão que chega tem as informações necessárias. Não é imposição, é comunicação. “Não contamos com esse, queremos fazer as transações desses na janela, esses terminam contrato e a gente não tem intenção de renovar”. Não é obrigação, é escolha, e a gente respeitou e vai respeitar todas as escolhas.
Há conversas com os jogadores sobre entrega no dia a dia?
Marcelo: sim, a gente tem que intervir nessas questões de compromisso. Jogar bem ou jogar mal é do esporte, mas a gente quer entrega e determinação. A gente pontua com os jogadores, a gente tem algumas métricas de acesso aos dados de cada atleta. Quando o resultado não vem a gente questiona o compromisso do jogador, “ah ele não está correndo”. Às vezes ele está, gente, só que não está correndo da melhor maneira. A gente se baseia em dados de GPS. Se o GPS me indica que deu 10,8 quilômetros no atleta e a média dele era 10,5 ele não correu menos. A gente tem alguns dados que não é só distância percorrida, como distância em alta intensidade (DI) e distância percorrida em sprint (DS). Às vezes um atleta pode fazer 10,5 quilômetros de volume percorrido, mas o DI e DS dele são baixos.
Pedrinho: vocês acham que o Vasco correu mais contra o Bahia ou contra o Internacional? Contra o Inter, mas a sensação que a gente teve é que foi contra o Bahia. Não estou entrando no mérito técnico ou tático, estou mostrando que a sensação às vezes engana.
Fonte: Globo Esporte