Osório comenta reunião com o presidente da Liga Espanhola

Carlos Roberto Osório, vice-presidente do Vasco da Gama, comentou a reunião com o presidente da Liga Espanhola, ocorrida na terça-feira.

Carlos Roberto Osório
Carlos Roberto Osório (Foto: João Pedro Isidro/Vasco)

O presidente da liga espanhola, a LaLiga, Javier Tebas, se reuniu na manhã desta terça-feira, em São Paulo, com representantes de clubes das sérias A e B (apenas o Palmeiras estava ausente) para falar sobre a criação da Liga de Clubes no Brasil. O encontro também contou com representantes da XP Investimentos e da Alvarez & Marsal.

Havia expectativa por parte dos alguns dirigentes de que alguma proposta já pudesse ser apresentada na reunião, o que não aconteceu. Entretanto, Tebas disse acreditar que a Liga no Brasil pode conseguir um investimento inicial semelhante ao que a LaLiga conseguiu, que foi de 2 bilhões de euros, por 8,7% do negócio. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, a LaLiga já tem um investidor.

Apesar de ajudar com a indicação deste investidor, o objetivo da LaLiga não é participar da gestão no Brasil, mas sim, auxiliar na transição de um modelo de gestão para o outro. A parte financeira fica sob responsabilidade da XP, enquanto a Alvarez & Marsal fornece a consultoria na parte de governança.

‘Dever de casa’

Segundo um cronograma interno, caso os clubes estejam organizados, uma proposta formal já pode ser apresentada em um mês. Entretanto, os clubes precisam “fazer o dever de casa”, conforme afirmou uma das pessoas ligadas ao projeto.

O dever de casa seria os clubes se organizaram e montarem o projeto da Liga para que investidores possam avaliar. Fora isso, eles precisam trabalhar em governança e compliance, que são assuntos caros a qualquer investidor sério.

— Na LaLiga, temos o objetivo de ajudar o desenvolvimento do futebol e sua indústria. Com a proposta que estamos fazendo em conjunto com a XP e a Alvarez & Marsal, queremos oferecer, no Brasil, todo o conhecimento que adquirimos ao longo dos anos para propor um modelo de negócio que seja financeira e administrativamente adequado para apostar no crescimento do futebol no Brasil — disse Tebas.

Outro ponto em que os clubes precisam chegar a um consenso antes de que qualquer proposta seja oficializada é sobre o valor a ser distribuição com os direitos de transmissão. O espanhol detalhou como é a distribuição na LaLiga e sugeriu que o mesmo seja feito no Brasil. Segundo contou, 50% é partilhado igualmente, já outros 25% de acordo com a performance e outros 25% levando em consideração exposição e audiência do produto.

O que dizem os clubes

O vice-presidente do Vasco, Carlos Roberto Osório, que representou o clube na reunião, afirmou que antes de os clubes se manifestarem simpáticos a alguma das propostas, é necessário que eles se fechem entre si. Ele defende a contratação de uma consultoria que não esteja ligada a nenhum dos projetos para que ajude a os clubes a estruturarem o projeto.

— É ótimo para os clubes saberem que grandes empresas e bancos querem investir no futebol brasileiro. Mas antes de tudo precisamos nos organizar sem a participação de nenhum dos interessados. Os clubes devem contratar uma consultoria externa profissional e depois do projeto estabelecido publicar uma manifestação de interesse aberta ao mercado. E aí se faz como licitação, a melhor proposta vence — defendeu Osório.

Já o Botafogo, afirmou através de nota, que o clube foi representado pelo CEO Jorge Braga, e que defende a estruturação dessa nova organização (Liga). O clube disse que “acompanha as iniciativas na mesa — propósito, valores e condições — e tem debatido os cenários possíveis internamente, sob liderança e orientação do acionista John Textor”.

O Flamengo foi representado de forma remota pelo presidente, Rodolfo Landim, e o Fluminense por Matheus Montenegro, vice de relações institucionais do tricolor, também de forma remota.

Outras propostas

Os dirigentes de clubes, agora, têm muito o que pensar. A proposta do grupo (LaLiga, XP e A&M) é a terceira que chega as mãos dos dirigentes. Há uma feita no início deste ano da Codajás Sports Kapital em conjunto com o banco BTG, que inclusive rendeu uma assinatura de pré-acordo com alguns clubes. Outra proposta foi feita pela Live Mode e pela 1190, mas que pouco andou.

Fonte: O Globo

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