Orellano tem dificuldade de adaptação ao Vasco, que tenta contornar situação
Meia-atacante argentino ainda não conseguiu se adaptar ao Vasco da Gama e enfrenta, inclusive, problemas físicos.
Luca Orellano enfrenta dificuldades para se adaptar ao Vasco. A questão é reconhecida pelo próprio técnico, Maurício Barbieri. Contratado sob enorme expectativa – é a segunda contratação mais cara da história do cruz-maltino, atrás apenas de Edmundo, na passagem que teve início em 1999 -, encontrou um cenário não tão fácil quanto poderia imaginar. E agora o Vasco se esforça para evitar que o desajuste entre o que se espera e a realidade não seja um problema que dure muito tempo.
A primeira dificuldade que encontrou foi de ordem técnica. Era muito difícil imaginar que a contratação mais cara para a temporada, cerca de R$ 20 milhões, sofreria com a concorrência de um remanescente do grupo que jogou a Série B ano passado. Pois Gabriel Pec teve um salto de desempenho em relação a 2022, o que tornou sua saída da equipe impossível, por ora. Os dois ocupam a mesma faixa do campo.
Barbieri já sinalizou que pode deslocar Pec para dar espaço para o argentino, mas na prática isso tem acontecido bem pouco. Com o passar das rodadas e a consolidação de um time e de um esquema titular, fica mais difícil experiências ocorrerem, especialmente quando o Vasco tem uma sequência de partidas decisivas – tanto pela Copa do Brasil, quanto pelo Carioca.
Para completar, os problemas físicos têm sido recorrentes, o que minam suas oportunidades de entrar durante as partidas e mostrar serviço para Barbieri e os torcedores. O jogador tem reclamado de dores musculares e tem recebido atenção especial do departamento médico e da preparação física.
O Vasco foi pego de surpresa com a dificuldade do argentino em ganhar condição de jogo. Pesou positivamente, na hora de optar pela contratação de Orellano, o fato de ter sido um jogador saudável no Vélez Sarsfield. Na temporada passada, esteve em campo em 50 das 56 partidas possíveis. Em 2021, foi o quarto jogador do elenco com mais jogos.
A combinação da concorrência de Gabriel Pec e mais os problemas físicos faz com que o atacante seja o reforço com menos minutos em campo pelo Vasco na temporada (Manuel Capasso, que ainda não foi anunciado, não entra na conta). Foram apenas 47, contra 450 minutos jogados do zagueiro Léo, quem mais jogou entre as caras novas no elenco.
Experiência ruim com Palacios
Depois da partida contra o Botafogo, o técnico Maurício Barbieri afirmou que o jogador tem tido dificuldades para se adaptar ao novo clube e ao novo país.
– É mais um processo de adatação que estamos enfrentando com ele. É um menino muito introvertido. Ele estava sentindo incômodo e não quis falar. Depois, ele falou e tentamos ajustar a dosagem do trabalho com ele. Depois da partida contra o Fluminense, voltou a relatar dores. Resolvemos avaliar melhor. Vamos trabalhar de olho no restante da temporada. Vamos entendê-lo melhor e ele vai nos entender também, a maneira do clube trabalhar, a minha. É um processo individual, temos tido essa dificuldade inicial e vamos superar isso.
A descrição de Barbieri lembra as barreiras enfrentadas por Palacios enquanto esteve em São Januário. O chileno foi a primeira contratação do Vasco já com recursos financeiros e humanos da 777 Partners, antes mesmo de a venda da SAF ser concluída.
Cerca de R$ 8 milhões foram investidos na aquisição dos direitos do jogador, junto ao Internacional. Mas sua adaptação ao Rio foi ruim. Ele manifestou o desejo de voltar para o Chile algumas vezes. Este ano, foi emprestado ao Colo-Colo.
No Vasco, há outros jogadores que tem o espanhol como idioma principal, que podem ajudar Orellano na adaptação ao Brasil, casos do paraguaio Galarza, do uruguaio Pumita e do conterrâneo Capasso, que ainda não foi anunciado.
O clube tem planos de contratar um profissional de psicologia para fazer parte da comissão técnica – atendimentos podem ser úteis para ajudar Orellano a lidar com a fase de adaptação. A vaga no Vasco existe desde a demissão de Maíra Ruas, no fim do ano passado.
Fonte: Extra