O Vasco de hoje não teme o Flamengo, segundo Alecgol

Com 12 gols na competição, Alecsandro será uma pedra no caminho do Flamengo , domingo, no Engenhão, pela semifinal da Taça Rio.

Com 12 gols na competição, Alecsandro será uma pedra no caminho do Flamengo , domingo, no Engenhão, pela semifinal da Taça Rio – segundo turno do Campeonato Carioca . Além de lutar pela artilharia da competição, dividida hoje com Somália, do Boavista, o atacante do Vasco tem outro motivo para querer passar por cima do rival. Colecionador de estaduais, ele já sonha em somar o título conquistado no Rio aos da Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Por onde passa, Alecsandro colou uma foto na parede. Foi assim no Vitória, Cruzeiro e Internacional – sem falar no Sporting, de Portugal. Entre títulos como Noroeste, Copa de Portugal e Libertadores, ele faturou um Campeonato Mineiro, cinco Baianos e um Gaúcho. No Vasco, levou a Copa do Brasil no ano passado, mas o camisa 9 diz ter uma dívida com ele mesmo e promete lutar até o fim para ser campeão carioca.

Em entrevista ao iG, o atacante fala da frustração por ter perdido nos pênaltis para o Flamengo em 2011, da obsessão por títulos, de sua nova fase (15 gols e 21 partidas este ano), da experiência que os jogadores mais experientes deram ao Vasco e da rivalidade com o time rubro-negro.

“Quando cheguei aqui, a gente já saía do vestiário perdendo de 1 a 0 para o Flamengo por causa desta escrita (vice de novo). Era um peso danado nas nossas costas. Hoje é diferente. Saímos do vestiário contra o Flamengo com o 0 a 0, mas te digo que em vantagem, hein. Saímos do vestiário para a campo com a certeza que a bola é bola nossa”.

Frustração em 2011
Sempre deixei claro que entro para ganhar. No ano passado, eu já fiquei chateado porque nós não fomos campeões. Se a gente não erra e não perde para o Flamengo nos pênaltis, a gente ganharia moral que precisávamos para brigar pelo título. Este ano está sendo diferente. Comecei a temporada com o grupo, e toda vez que inicio um trabalho, meu ano rende.

Bonde andando
Em 2011, cheguei com a competição em andamento, o time já tinha uma característica e eu precisei me adaptar. Peguei o bonde andando. Precisava me firmar, mostrar serviço, me adaptar ao time. Agora é diferente. Os melhores anos da minha carreira foram quando eu já estava no grupo. Quem não pensa em ser artilheiro e campeão está mentindo. Eu penso, e este ano as coisas caminhando bem também para este lado. Mudei meu posicionamento, recebo mais bola na área e tenho convertido as oportunidades que aparecem para mim.

Cobrança
Me cobro bastante. Eu visto a camisa 9. E quando você chega para ser o “9”, a responsabilidade toda é sua. No ano passado, eu sofria um pouco isso. No estadual, precisei me entrosar, nem sempre ficava até o fim dos jogos. E o que o torcedor precisa entender é que centroavante vive de gol. Tem que ter paciência com ele, porque às vezes ele vai mal o jogo inteiro, está mal, não é o dia dele, mas no último minuto aparece uma bola e ele empurra para o gol. Ano passado, tive dificuldade nisso. Era sacado às vezes no intervalo se eu não tivesse marcado, e isso prejudica, porque aí você também acaba não tendo sequência.

Copa do Brasil
Mas consegui mudar isso na Copa do Brasil. O título foi importante porque já me fez entrar para a história do clube. E na oportunidade eu pude ser campeão e artilheiro do campeonato. Ali o torcedor começou a me reconhecer um pouco mais. Custou, demorou mãos tempo para esta relação ficar boa. Mas hoje é. O torcedor quer a coisa de imediato. Não foi o que aconteceu. Você chega com a missão de resolver e não resolve na hora. Ele cobra. Ano passado, foi assim. Mas aí a Copa do Brasil me deu um pouco de respaldo.

Flamengo
Não era para termos perdido para o Flamengo na final (estadual 2011). No tempo normal, fomos melhores. Mas aí vieram os pênaltis, e eles foram melhores. Ao contrário do que todo mundo fala, pênalti não é loteria.

Pênaltis
Se você tem uma final que pode ser decidida nos pênaltis, pelo menos um dia o time treina ali numa média de cinco cobranças. São os principais jogadores que treinam, e eles já estão acostumados a treinar e a bater. Você sabe que pode haver uma decisão nos pênaltis, então se perde é porque o adversário treinou e foi mais competente do que você. Aqui no Vasco, por exemplo, eu, Felipe, Juninho, Diego, Fellipe Bastos e agora o Fernando Prass treinamos sempre. Somos os batedores. Se houver uma disputa por pênalti, estaremos lá. Então não é sorte, não é loteria. Loteria seria se na hora a gente colocasse para cobrar aqueles caras que nunca treinam, que nunca bateram. Se os dois times escolherem cinco jogadores de cada lado que nunca treinaram, aí, sim, é sorte, é loteria.

Rivalidade Flamengo x Vasco
De fora, soa a mesma coisa dos outros estados, como outros clubes grandes. Mas no Rio é o maior clássico. Só que a gente encara como se fosse o Fluminense ou Botafogo. Vasco e Flamengo é como Grêmio e Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG, Bahia e Vitória. Eu só sinto falta do Maracanã, uma pena. É o palco mundial, todo mundo fala em jogar no Maracanã. Quando comecei e entender futebol, minhas referências eram Pelé e Maracanã.

Síndrome “vice de novo”
Quando cheguei aqui, a gente já saía do vestiário perdendo de 1 a 0 para o Flamengo por causa desta escrita. Era um peso danado nas nossas costas. Eu não tinha vivido nada daquilo e não entendia. Mas este grupo do Vasco é formado por jogadores com experiência em pelo menos dois clubes grandes. Eu, Felipe, Juninho, Diego, Rodolfo, Eder…A gente foi formando um grupo bem experiente. E ninguém aqui tinha vivido aquele tempo. Hoje é diferente. Saímos do vestiário contra o Flamengo com o 0 a 0, mas te digo que em vantagem, hein. Saímos do vestiário para a campo com a certeza que a bola é bola nossa”.

Torcedor vascaíno
Hoje a torcida acredita no Vasco. Ela sai de casa sabendo que o time vai ganhar. E isso mudou também contra o Flamengo . Antes, se o Vasco perdesse para o Flamengo, ela se conformava, aquilo era normal. Hoje, não. Se o time perder, ela vai ficar chateada, porque confia e sabe que o time tinha condições de vencer. A gente conseguiu mudar isso. Conseguimos passar este nosso sentimento para o torcedor. Isso é uma das coisas mais importantes aqui no Vasco que me orgulho de ter conseguido…tentar levar para fora o que se passa aqui dentro.

ig

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