O Coronel Daniel Freitas quer dar voos maiores no Vasco

Daniel Freitas quer provar agora que está mais do que pronto para dar o novo salto em sua carreira.

Rodrigo Caetano deixou o cargo de diretor executivo de futebol do Vasco livre no meio de dezembro. Roberto Dinamite iniciou a procura por um substituto. Mas, neste meio tempo, alguém precisava apagar o incêndio e tocar o barco até uma definição concreta. Foi aí que surgiu o supervisor Daniel Freitas. E, neste caso, a expressão bombeiro não é mera figura de linguagem. Afinal de contas, ele é tenente-coronel e tem uma história que já dura 21 anos na corporação. É daí, inclusive, a origem do apelido pelo qual é carinhosamente chamado por todos em São Januário: “coronel”. Efetivado no cargo, Daniel quer provar agora que está mais do que pronto para dar o novo salto em sua carreira.

Formado em Educação Física e com MBA em gestão esportiva, Daniel Freitas chegou ao Vasco em 2008 com o então gerente de futebol Carlos Alberto Lancetta. Após a chegada de Rodrigo Cateano no ano seguinte, Lancetta foi perdendo espaço até efetivar sua saída. No entanto, o bom trabalho de Daniel saltou aos olhos do novo diretor executivo, que pediu sua manutenção.

– Não foi fácil. Se hoje estou onde estou isso tem relação direta com o Lancetta. Foi ele quem me abriu as portas ainda no Botafogo. Não esperava que ele saísse, mas até pela nossa amizade  me deu muita força para seguir em frente. Fui fiel à instituição que me abriu as portas. Além disso, o aprendizado com o Rodrigo foi fantástico também. Sempre tive liberdade e autonomia nas áreas nas quais atuava – disse.

Durante os últimos três anos, Daniel foi um verdadeiro braço direito de Rodrigo. Era ele quem fazia a ponte direta com o grupo. Se alguém tinha de receber uma multa, era o Coronel quem aplicava. Se alguém andava fora da linha, era o supervisor quem atuava diretamente. Sempre de maneira franca e direta, acabou conquistando o grupo mesmo quando não tratava de assuntos agradáveis. A prova disso é que assim que Rodrigo comunicou seu desligamento, Felipe, ídolo do clube e uma das lideranças do grupo atual, pediu a sua manutenção. As palavras emocionaram o sempre sisudo Daniel.

– Fiquei realmente muito feliz. É o reconhecimento de um trabalho que é feito no dia a dia. Passo mais tempo com eles do que com minha família e, mesmo com funções diferentes, cheguei a um nível de amizade com muitos deles. O Felipe está neste grupo e tudo o que foi falado me mostra que plantei bem os meus frutos – afirmou Daniel, que, apesar de não aplicar os mesmo sistemas trouxe muito de sua experiência como bombeiro para o dia a dia do seu trabalho.

– Não dá para comparar. São situações completamente diferentes. Mas transporto lições como comprometimento, disciplina, pontualidade… Tudo isso vem para cá e sempre com o meu jeito sério, mas mantendo a tranquilidade. É por isso que carinhosamente eles me chamam assim – explicou.

Nesta quinta-feira, quando era anunciado no cargo e dava a primeira entrevista coletiva, o ônibus com os jogadores passava perto da sala de imprensa. Prato cheio para os gritos brincalhões de “coronel”.

– Fico feliz que o Daniel tenha recebido essa chance. É um cara merecedor como qualquer outro. Ele se doa de corpo e alma ao Vasco, que é praticamente a casa dele. Ele já conhece todo mundo e não vai ter dificuldade alguma de assumir o posto. Não sei se vai permanecer, mas se acontecer será muito merecido – disse o meia Diego Souza.

Aprendizado diário para brilhar na nova função

Logo após sua saída, Rodrigo Caetano não hesitou ao passar para Daniel a continuidade do planejamento. Naquele momento, o supervisor percebeu que a oportunidade existia e não tinha como desperdiçá-la. As férias com a esposa Ana Cristina e os filhos Ana Carolina, de nove anos, e Daniel Neto, de seis anos, além do enteado Jorge, de 13 anos, foram deixadas de lado. As negociações com Rodolfo, Thiago Feltri e Kléber foram encaminhadas para ele. A primeira estava bem adiantada e foi apenas sacramentada. A segunda rendeu um trabalho maior, mas o final foi feliz. Já a última foi descartada após tanto leilão.

Seguro nas palavras, Daniel reconhece que não se sentiu inseguro nos últimos dias. Pelo contrário. A satisfação em conseguir dar continuidade foi muita e acabou sendo a prova definitiva de que toda a preparação que fez ao longo da sua carreira ajudou a se sentir pronto para encarar este que é seu maior desafio.

– A oportunidade não avisa quando vai chegar. Ela simplesmente aparece. Cabe a você estar preparado para pegar e aproveitar. Eu me sinto assim. Não fiquei inseguro. Desde que entrei no mundo do futebol estava me preparando para isso. E ao longo do dia a dia aprendi com todos que passaram por aqui, seja membros da comissão técnica como também jogadores e diretoria. A responsabilidade é imensa até porque são funções diferentes. Vou continuar lidando diretamente com o grupo, mas a cobrança é maior – admitiu.

A missão? Na cabeça do novo diretor de futebol ela está bem clara: manter o Vasco no trilho das vitórias. Após uma temporada histórica com direito a um título inédito, o da Copa do Brasil, Daniel Freitas quer, junto com os demais membros da diretoria, ajudar o clube a alcançar o bicampeonato da Libertadores. O segredo? Poucas palavras, muita disciplina e trabalho. Tudo isso para fazer com que incêndios não apareçam e o apelido coronel fique apenas entre os soldados do quartel de São Januário.

– Fico muito feliz com a confiança do presidente. É um grande desafio, mas me sinto pronto. É o que eu sempre quis. Estou trabalhando duro. Quando o Rodrigo (Caetano) estava aqui, eu era mais de operacional, do dia a dia. Agora estou entrando nesse mercado, que é difícil – completou.

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