Mudanças quebram ritmo e Vasco desperdiça chance de entrar no G7

Derrota do Vasco da Gama para o São Paulo foi marcada pela bagunça que virou o time no segundo tempo após as alterações de Fernando Diniz.

Fernando Diniz durante Vasco x São Paulo
Fernando Diniz durante Vasco x São Paulo (Foto: André Durão)

Embalado, o Vasco entrou em campo contra o São Paulo com uma grande chance. Após os resultados de Botafogo e Fluminense na rodada, o clube poderia empatar com o rival alvinegro na próxima quarta-feira e se colocar de vez no G-7 do Brasileirão. A derrota deste domingo por 2 a 0 fez a tarefa ficar mais difícil, em uma noite infeliz de Fernando Diniz nas substituições.

O Vasco foi superior ao São Paulo em São Januário durante a maior parte do primeiro tempo e só foi para o intervalo perdendo pelo pênalti infantil de Paulo Henrique. Mesmo atrás no placar, o time voltou bem do intervalo e criou chances para empatar e virar o jogo.

Diniz tem todos os méritos por ter transformado o Vasco em 2025 em uma equipe que é protagonista de suas partidas. Mas contra o São Paulo, o treinador não foi bem. As substituições na base do “tudo ou nada” fizeram o time estar a todo momento mais perto de sofrer outro gol do que de empatar a partida. Foi o que aconteceu. No fim do jogo, o 2 a 0 ficou até barato para os paulistas.

O encaixe dos sistemas e o jogo

Com Rayan de volta após lesão, Diniz apostou no jovem centralizado, com Gómez e Nuno nas pontas, no 4-2-3-1 já característico do time. Vegetti foi para o banco de reservas depois de encerrar o seu jejum contra o Bragantino.

O São Paulo entrou em campo com um 5-3-2. A linha de três zagueiros de Crespo mais os três meias dificultaram o jogo por dentro vascaíno, um fator importante para o jogo de Diniz. Com Rayan jogando de costas, o atacante ficou encurralado dentro da intermediária defensiva do São Paulo. Havia pouco espaço para as arrancadas do atacante.

Mesmo assim, o Vasco foi superior no primeiro tempo. Como o São Paulo pelos lados só tinha um ala, a equipe de Diniz teve superioridade numérica pelas laterais, com as dobras PH-Gómez e Piton- Nuno. O time também gerou perigo em jogadas ensaiadas de escanteio. Com Coutinho de cobrador, a equipe assustou em cabeçada de Rayan, que bateu na trave, e em rebote de Robert Renan, que Rafael fez boa defesa. Andrés Gómez, de fora da área, também fez o goleiro são-paulino trabalhar.

O São Paulo não foi um mero espectador no primeiro tempo. Nos minutos iniciais, a equipe de Crespo chegou ao ataque, mas só assustou mesmo a meta vascaína com um contra-ataque em que Gómez foi desarmado e Tapia levou a melhor sobre Robert Renan em disputa pelo alto. O atacante obrigou Jardim a fazer boa defesa.

O primeiro tempo caminhava para um empate sem gols, com o Vasco em cima do São Paulo. No entanto, após um lateral conquistado no campo de ataque, surgiu o escanteio para os paulistas. PH agarrou Arboleda e fez um pênalti muito infantil, convertido por Lucas Moura. Um balde de água fria na atuação vascaína.

Substituições acabam com bom início do Vasco

O time de Diniz voltou com o mesmo ímpeto de antes do intervalo. A equipe chegou duas vezes muito bem pela direita. Gómez fez boa jogada para Coutinho, que desperdiçou ao tirar tinta da trave com chute rasteiro. No lance seguinte, o colombiano foi lançado por Nuno Moreira, novamente pela direita, e desperdiçou a grande chance do empate, ao finalizar em cima de Rafael e não tocar para Rayan na segunda trave.

Aos 12 minutos, Vegetti e Matheus França entraram nas vagas de Nuno Moreira e Barros. O Vasco passou de um 4-2-3-1 para um 4-1-2-3. Tchê Tchê se tornou o homem de marcação, com Coutinho e França fazendo a saída de bola, Rayan e Gómez nas pontas e Vegetti no ataque. Com um meio de campo sem poder de marcação, a estratégia foi um prato cheio para o São Paulo vencer os duelos na zona central do campo e aproveitar contra-ataques.

Tudo ficou ainda pior com as atuações ruins de Tchê Tchê e Matheus França. O volante não foi bem, enquanto o camisa 9 entrou errando tudo que tentou. Sem Barros, que deixou o campo com muitas dores, o time ficou com um buraco no meio de campo e não conseguiu recuperar as segundas bolas.

Aos 30, Diniz sacou Tchê Tchê e colocou GB. O Vasco passou a ter um 4-2-4, com os dois volantes do time sendo Coutinho e Matheus França. Gómez, Rayan, GB e Vegetti no ataque. Uma estratégia parecida havia dado certo contra o Vitória, em São Januário, mas o time tinha um a mais contra um adversário pior que o São Paulo. Não deu certo neste domingo. O adversário soube aproveitar muito bem e criou chances para fazer o segundo, o terceiro e o quarto gol.

No entanto, o São Paulo ficou apenas no 2 a 0. A última grande chance do Vasco havia sido a desperdiçada de Gómez aos 9 minutos. O Vasco só voltou a ameaçar o adversário aos 45, em cabeçada de Vegetti após cruzamento de PH. Neste período, o São Paulo criou cinco chances:

  • 16 minutos – chute de Sabino para defesa de Léo Jardim
  • 30 minutos – drible de Ferreira em Cuesta que São Paulo pediu pênalti
  • 40 minutos – presente de David desperdiçado por Rigoni
  • 41 minutos – gol de Luiz Gustavo
  • 49 minutos – chute de Rigoni rente à trave no último lance do jogo

O Vasco terminou o jogo com dois zagueiros, um lateral, dois meias e cinco atacantes. Com a saída de Piton, Gómez saiu de ponta-direita para ala-esquerdo. David, GB, Vegetti e Rayan fizeram o quarteto de atacantes, com GB recuando para armar o jogo. Nada deu certo. Venceu quem teve mais equilíbrio e soube aproveitar as chances que criou.

Lições

A partida traz lições ao Vasco, pensando na disputa pelo G-7 no Brasileirão e na Copa do Brasil. A primeira é a de que não existe jogo fácil na Série A. O Vasco vinha muito bem, e o São Paulo, oscilando, chegou a São Januário com um time recheado de desfalques. O Tricolor impôs muitas dificuldades ao time de Diniz e mereceu a vitória.

Mas a principal lição é a de que o time pode ter mais paciência dentro de campo. Afobado, o Vasco optou em vários momentos por acelerar ou forçar jogadas que não precisavam disso. O time estava jogando bem e poderia chegar ao empate naturalmente. A afobação também veio nas substituições, quando Diniz deveria ter mantido um time mais equilibrado em campo por mais tempo.

Matheus França não tem a mesma aplicação tática de Nuno Moreira. Tchê Tchê, sem Barros ao lado, torna o meio de campo ainda mais frágil defensivamente, além da parte física. Contra o Botafogo, o time precisará demais da parte física para igualar o rival carioca em intensidade, o que foi a chave da classificação na Copa do Brasil no Nilton Santos.

A busca pelo G-7 ficou mais difícil e ganhou mais um concorrente, que é o São Paulo. O Vasco já mostrou que tem time para estar nessa briga. Mas precisará dar a resposta na quarta-feira para se manter na disputa por uma vaga na Libertadores via Brasileirão.

Fonte: Globo Esporte

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