Mudanças de Jorginho otimizam o ataque e dão novo fôlego ao Vasco na Série B

Mudanças feitas por Jorginho melhorou o ataque do Vasco da Gama e dá confiança para a sequência da Série B do Brasileiro.

Jogadores do Vasco celebrando 4º gol sobre o Náutico pela Série B 2022
Jogadores do Vasco celebrando 4º gol sobre o Náutico pela Série B 2022 (Foto: André Durão)

O Vasco até teve um momento de instabilidade diante do Náutico, mas o gol aos 32 minutos do primeiro tempo encorajou o time de Jorginho a construir a goleada por 4 a 1 na noite da última sexta-feira, em São Januário, pela 30ª rodada da Série B. Resultado que mantém a equipe no G-4 e, mais importante, dá confiança para a sequência decisiva que vem por aí.

Para deixar tudo melhor, o Londrina, que estava a apenas um ponto do Vasco, empatou com o Tombense, e a vantagem dos cariocas aumentou para três pontos. Em duas rodadas, as equipes vão se enfrentar no Rio de Janeiro.

Na coletiva após o jogo, Jorginho frisou mais de uma vez o desejo de fazer um trabalho consistente no Vasco e participar do projeto de 2023. É possível? Isso vai depender de como o time vai conquistar o acesso caso o objetivo se concretize ao fim da Série B. Mas a princípio podemos dizer que a vitória da última noite teve dedo do treinador, que já conseguiu mexer com os ânimos dos jogadores nas primeiras duas semanas de trabalho.

Insatisfeito principalmente com a postura ofensiva do Vasco diante do Grêmio, quando o treinador estreou com derrota em Porto Alegre, Jorginho promoveu uma mudança firme na equipe ao barrar Alex Teixeira, principal contratação do clube para a temporada. O atacante não vinha de bons jogos, e a escolha do técnico de manter Nenê e Raniel exigia a saída do camisa 7 e a entrada de alguém com mais fôlego pelo lado esquerdo. A aposta foi em Eguinaldo.

Também mexeu em duas posições que vinham recebendo críticas da torcida vascaína. O zagueiro Quintero e o lateral-esquerdo Edimar estavam com a confiança em baixa e perderam suas posições para Danilo Boza e Paulo Victor.

E foi no lado esquerdo que o treinador conseguiu vencer o jogo, com três gols por ali. A intensidade de PV e Egg, apelido dado pela torcida ao atacante, deu trabalho para a defesa do Náutico e foi naquele setor que o Vasco começou incomodando o adversário com um chute colocado de Andrey Santos.

– Tivemos uma semana muito boa, primeira coisa que fiz foi chamar Quintero, Edimar e Alex pra conversar e pedir a compreensão, todos foram sensacionais. Respeitaram muito a decisão. A gente queria dar mais intensidade principalmente pelo lado esquerdo. A vida é feita de oportunidades, eu não desisto de nenhum jogador, mas precisava agir para termos uma postura mais ofensiva – avaliou o técnico na coletiva após a partida.

O time de Jorginho impôs a postura ofensiva que o técnico pediu nos primeiros 10 minutos, com três boas chegadas logo de cara, mas perdeu as rédeas e viu o Náutico responder em seguida. Foi nesse momento que o Vasco apresentou maior instabilidade na partida. O adversário, com a clara estratégia de forçar a bola parada, chegou a ter seis escanteios em um curto período de tempo.

Mas a noite era mesmo do ataque vascaíno. E aqui cabe mais uma referência aos primeiros dias de trabalho de Jorginho. Raniel, que vem oscilando na Série B, ganhou a confiança do treinador e é um jogador, que por mais que a torcida pegue no pé, deverá ser mantido pelo comandante, que gosta de jogar com um homem fixo de referência.

O camisa 9 teve um gol anulado, em lance que parecia até estar na mesma linha que o adversário, e puxou a goleada ao marcar de pênalti o primeiro gol do Vasco. Depois se movimentou bem, deu referência para a garotada, fez o pivô e participou da jogada do terceiro gol, marcado por Andrey após Eguinaldo furar a finalização.

Com três garotos de apenas 18 anos do meio pra frente, as presenças de Nenê e Raniel no time se tornam necessárias. A qualidade de Andrey, Marlon Gomes e Eguinaldo é indispensável. O garoto Egg bailou no segundo gol do Vasco, limpando dois marcadores e colocando a bola quase que com as mãos no canto esquerdo de Jean. “Não tinha como alcançar”, resumiu o atacante após o jogo.

Com a vitória consolidada, Jorginho deu chance aos barrados, colocando Quintero, Edimar e Alex Teixeira em campo. O técnico quer ganhar o grupo. Também lançou Pec e Figueiredo, figuras importantes no melhor momento do Vasco nesta Série B.

Quando Eguinaldo foi deslocado para o centro do ataque, foi Figueiredo quem assumiu a ponta esquerda para marcar outro golaço no jogo – um tiro de perna direita no ângulo. A ousadia dos Meninos da Colina precisa ser encorajada. O time não pode desperdiçar os talentos, afinal é a força da base que sobressai na temporada.

– Precisamos dar coragem para esses jogadores. Se tiver que driblar, dribla lá na frente e seja seguro na parte defensiva. Mas que na frente sejam ousados – resumiu Jorginho.

Enquanto isso, os experientes ajudam a equilibrar. Foi Nenê quem chamou a responsabilidade ao entregar a bola para Raniel cobrar o pênalti e pedir para a torcida apoiar o camisa 9. Depois o meia-atacante, já sentado no banco de reservas no segundo tempo, levantou e foi em direção à arquibancada pedir para que o torcedor parasse de vaiar Edimar, que havia acabado de entrar na partida. Aos 41 anos, o camisa 10 pode até não entregar tanta intensidade, mas é decisivo e líder – peça necessária ao Vasco na caminhada pelo acesso.

– Ele é um ídolo. Um dos melhores jogadores que tive oportunidade de treinar. Agradeço a ele e à torcida pelo apoio. Foi fundamental para ajudar o Edimar a se levantar – completou o técnico.

O ataque teve ótima noite em São Januário, mas a defesa teve espaço para críticas do treinador. PV levou, pelo menos, duas bolas nas costas e uma delas terminou em gol do Náutico quando o Vasco vencia por 3 a 0. Sem motivos para crise, mas o garoto, que fez boa dobradinha com Eguinaldo no ataque, levou puxão de orelha de Jorginho. Há indícios de que o técnico vai se dividir entre ele e Edimar na reta final da temporada, a depender do que os adversários exigirem.

Em uma noite fria, com recorde de baixa temperatura no Rio de Janeiro em 2022, o caldeirão de São Januário ferveu para não deixar o Vasco perder o fio da meada. Com discurso firme e alterações que vieram a calhar, Jorginho agora tem o desafio de fazer o time voltar a jogar bem fora de casa. É questão de sobrevivência para ele e para o Vasco.

Em sua terceira passagem pelo clube, Jorginho foi o técnico que mais tempo permaneceu no Vasco na última década: 16 meses entre 2015 e 2016. Em 2018, voltou e ficou apenas dois meses. Agora terá mais oito jogos para convencer a 777 de que é o nome ideal para o projeto de longo prazo que se desenha para 2023. O próximo será contra o Cruzeiro, às 21h de quarta-feira, no Mineirão.

Fonte: Globo Esporte

Mais sobre:JorginhoSérie B
Comente

Veja também
Rafael Paiva pede desculpas após declaração sobre torcida do Vasco

Rafael Paiva afirmou que não se expressou da melhor forma ao falar sobre vaias da torcida do Vasco e pediu desculpas.

Vasco teria interesse no técnico Pedro Caixinha

A diretoria do Vasco da Gama já busca um substituo de Rafael Paiva e teria entrado em contato com o técnico Pedro Caixinha.

Vasco leiloará camisas comemorativas usadas contra o Internacional

No confronto diante do Internacional, o Vasco da Gama usou a camisa III em homenagem a Resposta Histórica e as peças vão para leilão.

Coutinho participou de 14 jogos pelo Vasco desde reestreia e tem uma vitória

Philippe Coutinho tem apenas um vitória em 14 jogos disputados pelo Vasco da Gama desde a sua reestreia no Clube.

Hugo Moura deve ser titular contra o Corinthians; Paulinho pode ser relacionado

Com Mateus Carvalho suspenso, Hugo Moura deve retornar ao time titular do Vasco da Gama contra o Corinthians; Paulinho pode ser opção.

Sair da versão mobile