Mudança de sede do Vasco para escritório de advocacia de Osório passa por auditoria

Prevista para ocorrer em maio, mudança de sede do Vasco para sala de Vice-Presidente Geral gera polêmica dentro do Clube.

Carlos Roberto Osório, vice-presidente do Vasco
Carlos Roberto Osório, vice-presidente do Vasco (Foto: Reprodução/Vasco TV)

Com planos adiantados de transferir sua sede administrativa de São Januário para o Centro do Rio, o Vasco da Gama ainda depende de uma aprovação de uma auditoria interna para alocar sua estrutura planejada pela gestão de Jorge Salgado no novo espaço.

A mudança foi anunciada pelo Cruzmaltino no último dia 12 de março, e um mês depois, a ideia ainda concretizada porque a sala comercial, desativada há mais ou menos oito meses, e que deve receber boa parte dos departamentos do Clube, pertence ao vice-presidente geral eleito, Carlos Osório, que divide com o irmão, José Eduardo Osório

A expectativa é por um parecer positivo, mesmo com as partes ainda não tendo assinado o contrato. A direção do Gigante da Colina submeteu o documento ao Conselho Fiscal, eleito com o apoio de Salgado. A mudança deve ocorrer em maio, caso a papelada seja aprovada.

Os escritórios, oferecidos pelo próprio Osório, ocupam dois andares e tem cerca de 800 metros quadrados em prédio localizado na Paraça VX de Novembro.

O Vasco já estava a procura de um lugar e chegou a avaliar alguns, mas as propriedades precisavam de pequenas obras, o que geraria um custo que para o Time de São Januário em um momento financeiro delicado.

O Time da Cruz de Malta, inclusive, anunciou que o contrato é de comodato (empréstimo gratuito), sem o pagamento de aluguel e, sim, de custos fixos de manutenção, como condomínio, IPTU, água e luz.

Criada no primeiro ato de Salgado após a posse, à Diretoria de Integridade, estudou o caso. A divisão funciona como uma espécie de comitê que passa o verniz ético nos contratos recentes celebrados pelo Clube. Segundo Salgado, a pasta é um “organismo independente para garantir a governança, a transparência e a lisura dos atos de nossa administração”. 

Indicado pelo presidente, Luís Aragão, está à frente da Diretoria de Integridade e analisou o uso de uma sala de um atual integrante da direção. E, ao lado do departamento jurídico, auxiliou na elaboração do contrato.

– Existem diversos fatores para que tenhamos tomado a decisão temporária de mudança da sede administrativa do Vasco, mas os principais são a integração entre as áreas, a maior eficiência dos gastos da sede, e o aumento de produtividade de nossas equipes executivas e seus times internos. Especificamente no que se refere ao local oferecido por comodato pelo primeiro VP Geral, Carlos Osório, o clube solicitou que o modelo de locação fosse passado pela Diretoria de Integridade, que já deu parecer favorável, e pedimos também que fosse avaliado pelo Conselho Fiscal. Apenas após esses dois pareceres favoráveis daremos prosseguimento à assinatura do contrato. Analisamos outros imóveis no Centro e aquele com melhor custo-benefício por metro quadrado para o clube foi o que escolhemos – explicou o CEO do Vasco Luiz Melo, em nota enviada pela assessoria ao ge.

Questionado pelo portal se o caso não era um conflito de interesse, Osório respondeu:

– Quem tem de definir se há conflito de interesse são as estruturas formais do clube, como a Diretoria de Integridade e o Conselho Fiscal. O fato de eu achar se há ou não é irrelevante no caso. Quem tem de analisar é o Vasco, com absoluta independência, isenção e transparência. Eu não quero fazer nada ao clube que possa ter conflito. Se o Vasco entender que pode, ótimo. Se entender que não pode, sem problema algum. É uma ajuda ao Vasco. Não há cláusula de multa para saída antecipada ou qualquer coisa do gênero. Até o final desta administração, o local estará à disposição. Eu achei que era uma oportunidade ao clube, que terá a palavra final e sem custo algum.

Mudança movimentou o cenário político do Vasco

A situação gerou polêmica entre alguns vascaínos. O grande benemérito Denis Carrega Dias protocolou, em 15 de março, um pedido de explicação por parte da Diretoria Administrativa no Conselho de Beneméritos.

– A gente quer saber como vai funcionar, quais os critérios para a mudança, como isso se deu. Foram medidas que simplesmente foram tomadas sem explicação aos poderes do clube. Queremos saber quais as implicações e se isso não vai gerar mais despesa.

O pedido, contudo, ainda não foi analisado pelo presidente do conselho, Antônio Peralta. Candidato da chapa “Somamos”, Luis Roberto Leven Siano também publicou no Instagram críticas à medida. Assim como outros personagens dos bastidores políticos do Cruzmaltino.

Gigante justifica mudança

A medida, segundo o Vasco, economizará recursos, por unificar os serviços das salas. Atualmente, cada uma delas tem o seu ar-condicionado, a sua alimentação e a sua limpeza, por exemplo.

Mudar a sede foi um tema abordado na campanha por integrantes da Mais Vasco, grupo que elegeu Salgado. A saída de São Januário possibilitaria que pequenas obras de manutenção de algumas áreas do estádio sejam feitas. E, além disso, no entender da direção, facilitaria o trabalho no dia a dia.

O Vasco entende que, atualmente, os departamentos estão distantes uns dos outros, e cita como exemplo o ex-presidente Eurico Miranda, que com as limitações da idade avançada, precisava usar um automóvel, dentro do Clube, para se locomover da presidência ao futebol – atualmente, este departamento está no CT do Almirante.

Na gestão

Salgado, como em todas as outras, quando há uma reunião marcada parte da direção tem de caminhar de uma extremidade do estádio a outra. Há o entendimento de que a integração e o trabalho em conjunto ficam prejudicados. Na mudança, cerca de 100 estações de trabalho estarão em um mesmo local.

Até a pandemia do novo coronavírus dificultou o trabalho administrativo em São Januário. Por conta do protocolo da CBF, em dias de jogos, o estádio tem de ser desocupado com quatro horas de antecedência tanto em partidas profissionais como da base. Ou seja, nesses dias, o expediente tem de acabar mais cedo.

6 comentários
  • Responder

    Muito estranho, a pouco tempo fechou a sede do Calabouço, dizendo que era para economizar e agora quer alugar salas , estas que pertencem a um diretor do clube, em tempo a sede do Calboucofica o Centro do rio

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    Vamos aguardar, não julgamos antes do acontecido. Se for bom para o Vasco tudo bem, mas que isso seja para diminuir custos operacionais. Temos que encarar a realidade, economizar para montar um time competitivo. Apoio a ideia mas que seja para o bem do clube.

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    Tão brincando com fogo.

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    Que putaria é essa??? Vocês estão esculachando a torcida do Vasco!!!!
    Cambada !!! Não valem a água que bebem!!!! Fora corja!!!!

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    Isso é uma pitaria!!! Essa farra do Boi tem que acabar!!!!! Isso não são gestores, são um bando!!!!!

  • Responder

    OS DIRIGENTES DO VASCO SÃO MUITO BURROS E BABACAS

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