Morais revela torcida para o Vasco em Maceió e conta como criou drible exclusivo

Morais fez juras de amor ao Vasco da Gama e garantiu que estará nas arquibancadas do Rei Pelé na torcida pelo Clube.

Morais em ação pelo Vasco
Morais em ação pelo Vasco

Em um esporte inventado há quase dois séculos como o futebol, é difícil ver alguma coisa sendo feita pela primeira vez. Morais, revelado na base do Vasco e com passagens por Athletico e Corinthians, é conhecido por muitos torcedores por ter batizado um drible. Até que se prove o contrário, a letra seguida de uma caneta no pobre Moradei, do Bragantino, foi inventado naquele dia 20 de março de 2008.

Nascido e criado em Maceió, onde o Vasco enfrenta o CSA nesta quarta-feira, Morais foi a estrela de um evento organizado pelo clube para sócios e torcedores na noite de terça. Por esse motivo, não pôde receber a reportagem do ge em sua casa. Mas fez juras de amor ao clube do coração em conversa por videochamada e garantiu que estará nas arquibancadas do Rei Pelé na torcida por uma vitória no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil – ele e os filhos gêmeos, Caio e Davi, vascaínos como o pai.

A bola rola às 19h (de Brasília), com transmissão exclusiva do Premiere e do Sportv.

Foi em um jogo de Copa do Brasil que Morais pela primeira vez levou para um jogo oficial o drible que costumava arriscar em peladas e rachões nos treinos. Ele garante que o único objetivo naquele momento foi progredir no campo. Não houve firula.

– Eu fazia esse drible novinho, com 11, 12 anos nas peladas. Eu fazia em São Januário também, em dia de rachão. Mas eu nunca imaginava (que faria no jogo), né. Tinha que ser uma situação ali para progredir, para não ficar um negócio fantasioso, de palhaçada. Então eu fazia muito na resenha, brincando. E acabou que na hora aconteceu a situação – contou Morais.

– Eu fiquei apertado no canto, eu vi que, se eu puxasse a bola com a perna direita, o marcador ia ter que dar a passada, eu ia entrar com a letra e ia dar certo. Estava confiante e vi que, se eu fizesse aquilo ali, eu ia levar vantagem – disse, antes de completar:

“É um drible meio louco, até hoje ninguém faz”.

Vasco e Bragantino empataram aquele jogo em 2 a 2 – na volta, a equipe venceu em São Januário e avançou na competição. Mas o assunto nas rodas de debate nos dias seguintes à partida foi o drible drible inédito de Morais.

O Globo Esporte na ocasião promoveu uma enquete para que os torcedores batizassem o lance. As opções selecionadas foram: “caneta de ouro”, “desmoraislizante”, “letra do samba”, “soletrando” e “danos morais”. Numa época em que a produção de conteúdo para a internet ainda engatinhava, mais de 80 mil pessoas votaram.

  • Caramba, eu não sabia – reagiu Morais, espantado com o número.

“Danos morais” foi o nome escolhido para o drible.

“Se eu pudesse, estava no Vasco até hoje”
Nascido em 1984, Morais é de uma geração sobre a qual os torcedores do Vasco depositou muitas expectativas. Afinal, eles subiram para o profissional entre 2001 e 2002, no momento em que o clube sofria uma enorme transição e se desfazia do supertime campeão de praticamente tudo que disputou nas temporadas anteriores (Brasileiro, Libertadores, Mercosul…).

“Eu tive a felicidade de ser projetado pelo clube que eu amava, então foi mais fácil para mim de jogar e de colocar o coração”, conta ele.

Morais era um meia-atacante franzino, de pouco porte físico, mas muita técnica e velocidade. Ele é lembrado com carinho até hoje por torcedores que se identificavam sobretudo com sua entrega em campo. Nunca escondeu que morria de amores pelo Vasco, um sentimento herdado do pai.

– E eu era muito apegado, não tinha vontade de sair do Vasco, não tinha. Eu era aquele molecão que, se deixasse, eu ficava ali no Vasco a vida inteira. O Eurico me chamava, vinham propostas, ele dizia que não ia vender, que iam travar o dinheiro na Justiça. E eu concordava, ele rasgava meu contrato, fazia um novo, prolongava – contou.

– Só que chegou uma hora que, como os títulos não vêm, a pressão é grande num clube como o Vasco. Eu ainda suportava, eu gostava de jogar, de vestir a camisa do Vasco. Estou com a camisa do Vasco aqui, ó – completou Morais, apontando para a camisa que ganhou de um amigo pelo aniversário de 41 anos, comemorado no dia 17.

Morais saiu do Vasco em 2008 para jogar no Corinthians, onde jogou ao lado de Ronaldo e foi bicampeão brasileiro e conquistou, também, a Copa do Brasil. Antes disso, sua passagem em São Januário foi interrompida por um empréstimo curto ao Athletico. E, quando voltou, viveu o seu melhor momento individual. O auge foi em 2006, quando disputou 50 jogos e marcou 14 gols, números que o colocaram na lista de Dunga da pré-convocação para a Copa América do ano seguinte.

Olhando para trás, orgulhoso de tudo que fez pelo Vasco, Morais reconhece que só o que faltou foi um título. E isso por muito pouco não aconteceu na Copa do Brasil de 2006.

– Faltou um título. Não dá para fugir disso. Eu tenho minha consciência tranquila, tenho muito orgulho da minha passagem, com toda humildade. Sempre fiz de tudo para representar. E fiz bons jogos, tive bons momentos no Vasco. Em 2006, chegamos na final da Copa do Brasil. Mas o vice ninguém lembra, ainda mais que a gente perdeu para o nosso maior rival (Flamengo) Ninguém lembra – lamentou.

– A gente queria ser campeão, né. Eu me lembro que a gente estava muito bem. A gente não tinha essa expectativa de chegar na final. O Vasco vivia um momento difícil, não contratava jogadores de peso, a gente ia se juntando ali, o Renato (Gaúcho) ia dando o jeitinho dele, trazia um jogador do Madureira, daqui a pouco chegava um desconhecido. Lembro que a gente fez uma semifinal contra o Fluminense muito boa, nos dois jogos. E o Flamengo tinha pegado o Ipatinga. A gente estava muito preparado pelos jogos que a gente enfrentou, enquanto o Flamengo teve um caminho um pouco mais tranquilo. E acabou tendo a parada da Copa, acho que foi um mês. Não é dando desculpa, mas aquilo ali deu uma derrubada boa na nossa preparação. E na final acabamos perdendo.

Ex-jogador?

Aos 41 anos, Morais já perdeu as contas de quantas vezes disse que ia parar de jogar. Ele se considera bem fisicamente. Treina, joga futevôlei. Por isso, não descarta a possibilidade de voltar a jogar no ano que vem.

Neste momento, confidenciou ele ao ge, ele está inclinado a disputar o Campeonato Alagoano pelo Murici, clube pelo qual atuou em 2022, 2023 e 2024. E só não jogou o estadual deste ano porque a esposa já havia marcado uma viagem em família para Orlando.

– Quando acabou o estadual no ano passado, minha mulher já comprou as passagens. Disse “não tem como você não ir”. E quase que eu não vou (risos) – brincou ele, fominha de bola.

– A gente está se falando aqui no momento em que estou virado para jogar o estadual no ano que vem novamente. Se bobear, eu jogo. Mas vamos ver como eu vou estar em novembro, dezembro. Se estiver perto ali e eu estiver bem mentalmente, querendo, eu vou jogar – concluiu.

Fonte: Globo Esporte

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