Ministério Público cobra o clube, vê má-fé e se diz decepcionado com a

Em 2010, a intenção era fazer do Vasco o clube-modelo dos acordos que o Ministério Público ainda quer assinar com todos times cariocas sobre as divisões de base.

Em 2010, a intenção era fazer do Vasco o clube-modelo dos acordos que o Ministério Público ainda quer assinar com todos times cariocas sobre as divisões de base. Na primeira visita, porém, veio o choque com as más condições. Das negociações para o Termo de Ajustamento de Conduta, vieram as promessas. Depois, as decepções.

– O MP nunca pediu luxo. Quer assistência integral, como manda a Constituição – diz a promotora Clisanger Gonçalves, que acompanha o caso desde o início.

– Todos os clubes repetem: “melhor estar aqui do que na rua, traficando”, “esses garotos não têm nada” – conta o promotor Afonso Henriques, que perguntou ao então diretor do Vasco Cristiano Koehler se deixaria o filho naquele alojamento (“De jeito nenhum”, respondeu o ex-diretor, hoje no Grêmio).

Para a promotoria, há “contraste muito grande” entre as reformas em São Januário e a estrutura oferecida aos garotos da base.

– Quanto mais novos os atletas, piores as condições para eles. O clube diz que não consegue patrocínio. Não dá para entender. Deveria ser prioridade – afirma Afonso.

ABAIXO O FATO

Junho de 2010

O MP vai a São Januário e constata péssimas condições nos alojamentos, que abriga 61 adolescentes.

Pouco cumprido

Só seis meses depois o clube fez a transferência dos garotos do alojamento embaixo da arquibancada de São Januário para os antigos quartos dos profissionais. “Estavam em ótimo estado”, diz a promotora Clisanger Gonçalves.

MP vê “má-fé”

O Vasco mostrou refeitório novo, mas era usado só pelos funcionários, segundo o MP. “Banheiros estão em obras, mas estão trancados”, diz a promotora.

A morte de Wendel

Termo de Ajustamento de Conduta estava prestes a ser assinado quando Wendel morreu, dia 09/02. Laudo com a causa da morte saiu mais de 100 dias depois, apontando problema cardíaco.

Obras em Itaguaí

Situação do CT preocupa. Local fica distante de posto de saúde e de colégio.

Última visita

Dia 4 de junho, o MP voltou a São Januário e só viu mudança na alimentação e no ônibus: “Reformas dos alojamentos estão inalteradas”, diz Clisanger.

Série “A raiz do futebol” começou a ser publicada no domingo

Em obras desde a morte de Wendel, o CT de Itaguaí fica em uma área praticamente rural, sem acesso a serviços e transportes públicos próximo aos campos. Ao lado de São Januário, uma espécie de pensão se beneficia da falta de estrutura para acolher garotos em avaliação no Vasco. O Ministério Público ainda quer assinar acordo com o clube, mas se diz perplexo com a resistência às melhorias.

Nesta terça-feira: A situação de outros clubes do Rio e mais ações do MP.

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