Membros da Mais Vasco comentam liminar que invalidou decisões da Junta
Uma liminar da Justiça invalidou as decisões da Junta Deliberativa em relação aos sócios com direito ao voto no Vasco da Gama.
Na última segunda-feira (10) a juíza Camila Prado, da 41ª Vara Cível, concedeu uma liminar que anulou as decisões da Junta Deliberativa em relação aos sócios votantes do Vasco da Gama.
A Junta Deliberativa, formanda pelos presidentes dos 5 poderes do Vasco, havia decidido, por 3 votos a 2, pela inclusão de sócios não recadastrados e a exlusão dos que participaram do processo de anistia em 2018.
Com a liminar, os anistiados estão de volta à vida política do Vasco e os não recadastrados fora. A ação foi movida pela chapa Mais Vasco, e o seu representante jurídico, José Cândido Bulhões, explicou o motivo do movimento.
– O estatuto, no artigo 61, diz que a competência da Junta Deliberativa é verificar os sócios elegíveis. Em novembro de 2018, o Conselho Deliberativo aprovou o regimento interno da Assembleia Geral. A pretexto de regulamentar, expandiu o poder da Junta para a lista de votantes. Só que quem tem essa competência é o Musa, o representante do sócio e eleito pelo sócio.
O conselheiro Carlos Fonseca, membro da Mais Vasco, tem sido um dos mais críticos às decisões tomadas pela Junta Deliberativa. Também em contato com o site, ele destacou que as decisões da Junta Deliberativa foram ‘convenientes’ para mexer no quadro eleitoral às vésperas da eleição, e afirmou que a chapa luta pelos direitos dos sócios.
– Essa é a primeira vez que de fato o regimento interno está sendo utilizado. Foi utilizado em detrimento e prejuízo do sócio. O clube ficou em silêncio. Com o flagrante desrespeito, a gente viu o prejuízo que estava sendo causado. Nos pareceu uma mera conveniência eleitoral de mexer no quadro de votantes. A gente briga pelo sócio. Se ele fez anistia, tem direito a voto. Agora, quem deveria fazer o recadastramento e não compareceu ao clube, perdeu o direito de cessar essa punição.
Vasco havia sugerido que liminar fosse indeferida
Na última sexta-feira (07) o Vasco havia se manifestado na ação sugerindo que ela fosse indeferida, em documento de 2 páginas do advogado Rafael Cabral Macedo, no entanto, não acabou acontecendo. O jornalista Bruno Braz, do site UOL Esporte, divulgou o documento em questão na íntegra.
Na última sexta, o Vasco havia se manifestado à Justiça pedindo o indeferimento da liminar que hoje foi concedida e anulou as decisões da Junta Deliberativa pic.twitter.com/YLyI59yqYl
— Bruno Braz (@brazbruno) August 11, 2020
Campello se diz a favor dos sócios anistiados do Vasco
Mesmo com o Vasco se colocando contra a liminar, o presidente Alexandre Campello, em publicação no Twitter, se disse a favor de que os sócios anistiados participem das eleições do Clube. O mandatário vascaíno, ao lado de Faues Mussa, havia votado contra a exclusão dos sócios que passaram pela anistia em 2018 e inclusão dos não recadastrados no mesmo ano.
– Votei a favor dos direitos dos anistiados de participarem da AGE e farei o mesmo agora. Todo processo de anistia que fiz foi transparente, deixando o Clube ainda mais democrático. O direito do anistiado precisa ser respeitado.
É possível recurso?
Os outros poderes, a favor da exlusão dos anistiados e inclusão dos não recadastrados em 2018, o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, o presidente do Conselho Fiscal, Edmílson Valentim, e o presidente do Conselho de Beneméritos, Silvio Godói, tentaram ingressar contra a liminar da juíza Camila Prado, mas não obtiveram sucesso e, com isso, em tese, não podem mais recorrer.
Em meio à confusão, a realização da Assembleia Geral Extraordinária que votará a reforma do estatuto e as eleições diretas, não deve ser mais ser mais no dia 25. Tudo isso porque o edital de convocação da reunião só pode ser publicado após a listagem de sócios votantes ser fechada.