Mario Pitanguy conta detalhes da produção da estátua de Dinamite

O artista plástico Mario Pitanguy contou alguns detalhe sobre o processo de produção da estátua do ídolo do Vasco da Gama, Roberto Dinamite.

Roberto Dinamite abraçado à sua estátua em São Januário
Roberto Dinamite abraçado à sua estátua em São Januário

Em um pomposo e emocionante evento, o Vasco inaugurou ontem a estátua de Roberto Dinamite no gramado de São Januário. A obra foi instalada no lado oposto à de Romário e de frente para a curva da arquibancada.

O trabalho está assinado pelo artista plástico Mario Pitanguy, que levou entre seis a sete meses para deixá-lo pronto. Em entrevista ao UOL Esporte, ele deu detalhes e destacou a preocupação em torná-lo “instagramável”, com o torcedor que for visitar São Januário tendo a oportunidade de tirar foto de modo a ficar adequada às suas redes sociais.

“A escolha da imagem foi a parte mais fácil, porque quando você conhece o Roberto, vê que é uma pessoa do povo, que gosta de ter contato com o torcedor, então a gente optou por criar ele correndo para torcida e sempre o mais próximo do solo possível, porque a estátua tinha que ser instagramável, para o torcedor que vier visitar São Januário poder tirar foto, abraçar….”, explicou.

O material utilizado foi um “bronze nobre”, como o próprio Pitanguy quis ressaltar. Na escultura, somente a cruz de malta possui cor, um chamativo vermelho que, segundo o artista, foi uma “homenagem ao torcedor”.

Além das questões técnicas, Pitanguy procurou imergir no “universo Dinamite”, para dar alma à estátua do ídolo.

“Uma escultura de retratação, de homenagem, não são apenas cálculos matemáticos da face do retratado e simplesmente esculpir ou modelar. Precisa aprisionar parte da alma, o que a gente chama de ‘presença’ no mundo da escultura. E para isso é imprescindível ter um contato mais próximo do homenageado. Vi muitos vídeos, entrevistas, mas também fui na casa dele, ele foi no meu ateliê uma duas ou três vezes e o pessoal do marketing do Vasco também me ajudou bastante”, declarou.

Em tempos de smartphones e redes sociais, uma das maiores preocupações do Vasco e do artista plástico era que a imagem da estátua não fosse vazada antes do tempo, objetivo este que eles conseguiram atingir.

“Todas as mensagens eram no temporário do Whatsapp para não ter vazamento, tínhamos muito cuidado com quem entrava e saía do ateliê, sempre guardando celular e câmera no bolso… Fiquei muito feliz que o único vazamento que teve foi falso. Uma escultura que achavam que era real e não era. Espero que tenhamos surpreendido a torcida de forma positiva”, disse Pitanguy.

Apesar de já ser um artista plástico renomado, Mario Pitanguy admite que, pelo fato da obra ser destinada ao maior ídolo da história do Vasco, há um certo “friozinho na barriga” sobre a opinião dos torcedores.

“A maior pressão que senti foi exatamente a crítica da torcida. A torcida de futebol tem essa característica, o famoso corneteiro, que é muito crítico, não importa o que você faça [risos]. Eu estava um pouco apreensivo de como a torcida iria lidar com o resultado. Espero que eles gostem. Estou muito ansioso para ver o feedback da torcida”, admitiu.

Fonte: Uol

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