Losango com Paulinho, Praxedes e Payet não funciona contra o Inter; veja análise

Com francês atuando centralizado, atrás de Gabriel Pec e Vegetti, e Paulinho e Praxedes pelos lados no meio, o Vasco da Gama teve má atuação.

Payet em ação pelo Vasco contra o Internacional
Payet em ação pelo Vasco contra o Internacional (Foto: André Durão)

Encaixar Payet no time titular do Vasco tem feito o técnico Ramón Díaz testar algumas alternativas a cada jogo. A da noite desta quinta-feira, no entanto, não deu nada certo. O Gigante da Colina perdeu a boa coletividade encontrada desde a chegada do treinador argentino e ofereceu muitos espaços ao organizado Colorado.

A mudança não é exatamente uma novidade. O esquema foi utilizado no 2º tempo do empate com o Bahia e durante alguns minutos do 1º tempo contra o América, mas o jogo diante do Internacional teve outras exigências. E o funcionamento da plataforma tática adotada comprometeu demais a equipe. O Inter, dentro daquilo que já está habituado a fazer, foi superior em boa parte do duelo.

Escalações

Ramón Díaz repetiu a escalação da derrota para o Flamengo, mas alterou o desenho tático. Montou um losango no meio-campo, com Payet por trás da dupla de frente Gabriel Pec-Vegetti. Marlon Gomes e Rossi seguiram como desfalques. Já Eduardo Coudet não teve desfalques para escalar sua equipe ideal.

O jogo

Bastou o Internacional abrir o placar com Maurício antes dos 20 minutos, aproveitando passe genial de Alan Patrick após desarme de Renê em Paulinho no campo de ataque, para o Vasco confirmar que a mexida tática feita por Ramón Díaz e ilustrada acima não funcionou.

O Cruzmaltino até havia chegado com perigo em duas ocasiões, ambas a partir de rápidas trocas de passe pela direita e a verticalidade empregada por Paulo Henrique, um dos poucos a se salvar na 1ª etapa, mas não conseguia ter o volume esperado dentro de São Januário. Parte disso ocorreu em virtude da mudança.

Com o losango no meio, os movimentos ofensivos da equipe, já automatizados a partir do 4-3-3, não tiveram a mesma naturalidade. Gabriel Pec esteve sempre muito centralizado. Praxedes e Paulinho não tiveram as ”janelas” de infiltração – provocadas pelos pontas – entre lateral e zagueiro adversário. As dobras e triangulações rápidas pelos lados não surgiram.

Payet tentou buscar o lado direito e conseguiu alguns bons passes ao receber aberto no setor, mas não havia coordenação para gerar a ocupação de espaços correta e aproveitar o cenário. Se com a bola a situação já estava complicada, tudo piorou defensivamente depois do gol.

Primeiro porque o Colorado começou a ficar mais tempo com a posse. Aproveitou o nervosismo e a desorganização dos donos da casa. O Vasco não conseguia flutuar com o seu losango de meio na direção da bola com agilidade. Visivelmente descoordenado, deixava os laterais sozinhos no combate, e num segundo momento abria espaços generosos pelo centro do campo.

Renê brincou de achar passes para Aránguiz, Johnny e Alan Patrick colocarem o Gigante da Colina na ”roda”. Wanderson e Bustos, sempre bem abertos, levaram vantagem, e Enner Valencia chegou muito perto de ampliar. Teve um gol mal anulado. Léo Jardim também fez ótima defesa em finalização do equatoriano.

Nos últimos minutos da 1ª etapa, já de forma tardia, Ramón Díaz reposicionou o Vasco no 4-3-3 costumeiro. Desta vez com Payet na ponta-esquerda e Pec na direita. A mudança causou efeito positivo no retorno para o 2º tempo. O time foi ao encontro do funcionamento natural dentro de casa e chegou com perigo duas vezes em dez minutos. Rochet e Vitão evitaram o empate.

O Inter parecia acuado e passou a apostar nas ligações diretas para se recolocar no campo de ataque. Em uma delas, Léo e Payet hesitaram em duelos com Enner Valencia e Bustos, e o equatoriano fez Medel comer poeira antes de ampliar.

O centroavante colorado ainda perdeu duas grandes chances para fazer mais antes do Vasco se recuperar de um novo abalo anímico. Na base do ímpeto e das muitas bolas alçadas sem tanta na área, o time carioca pressionou. Viu o Inter repetir um padrão de comportamento de outras partidas nas últimas semanas.

O Colorado abdicou totalmente da bola. Tentou defender o resultado apenas protegendo a área, e isso quase custou caro. Alex Teixeira balançou as redes em linda cabeçada após cruzamento de Erick Marcus e, não fosse as expulsões de Paulinho e Erick Marcus nos acréscimos, os cariocas poderiam ter empatado.

Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho – Globo Esporte

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