Leven Siano abre jogo sobre SAF, reforma de São Januário e futuro do Vasco

O candidato Leve Siano ainda falou da possibilidade de revisão dos contratos com a 777 e planos para o Vasco associativo e São Januário.

Leven Siano, candidato à presidência do Vasco em 2020
Leven Siano, candidato à presidência do Vasco em 2020

Os sócios do Vasco escolhem, neste sábado, o próximo presidente do clube para o triênio 2024-2026. Dois candidatos – Leven Siano e Pedrinho – disputam o pleito. O ge conversou com ambos.

A entrevista com Leven foi realizada na tarde desta sexta-feira, em formato de live, no estúdio do ge. Pedrinho também foi convidado e chegou a confirmar presença, mas na quarta-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, cancelou a participação alegando “imprevisto na agenda”.

Entre outros temas, o candidato da chapa “Somamos” falou sobre como pretende se relacionar com a 777, a possibilidade de revisão dos contratos e planos para o clube associativo e São Januário. Além disso, revelou que convidou o ex-vice de futebol da gestão de Roberto Dinamite, José Hamilton Mandarino, para ocupar a segunda cadeira no Conselho de Administração da SAF, em caso de vitória nas eleições. Abaixo seguem os principais tópicos, mas você pode assistir à entrevista na íntegra no vídeo acima.

Pontapé inicial na relação com a 777

– Acho que avaliar o que está errado e montar um planejamento estratégico. É isso que falta ao Vasco e, na verdade, ao futebol brasileiro. A gente precisa se encontrar, e esse encontro precisa ser entre acionistas. O Lúcio Barbosa é um CEO, mas ele é um empregado, um funcionário da Vasco SAF. Então precisamos sentar com a 777 e fazer com que eles entendam que a coisa não está funcionando. Falta eles colocarem mais a cara. No Botafogo, por exemplo, você sabe quem é o acionista majoritário, ele tem uma cara. Com a 777 isso não acontece. Ou eles nos empoderam para fazer esse papel se preferem ficar mais tempo nos Estados Unidos ou nomeiam alguém para ser mais efetivo aqui. Está faltando essa pessoa de contato no dia a dia.

– O pontapé inicial com a 777 é fazer com que eles entendam que a transparência é necessária. Vai gerar credibilidade com o torcedor, que hoje não chega tão junto porque foi perdendo a confiança. O Vasco já teve mais de 180 mil sócios e hoje tem 40 mil.

Revisão de contratos e possibilidade de ruptura

– Isso será uma consequência possível da mediação do conflito. Pode acontecer, mas não é o nosso objetivo. Nosso objetivo é buscar espaço de mediação e, se necessário, revisar o contrato sim. O contrato foi feito de uma maneira de que a contrapartida para a venda do futebol é acabar com o clube associativo? O clube não pode ser sufocado pela venda do futebol. Hoje a gente não sabe se a gente pode usar a nossa marca para replicar as Casas Vasco, que seria uma espécie de franquia para os torcedores fora do Rio de Janeiro. Não sabemos se podemos usar essa marca Vasco. Não sabemos se podemos ter royalties de camisas do basquete, remo… Acho que foi um erro estratégico. O contrato não poderia ter sido assinado como foi, com cláusulas de confidencialidade. Sou advogado e sei disso.

– O sócio estatutário é coproprietário da SAF. Você até poderia alegar que existisse uma cláusula de confidencialidade em relação à imprensa e ao público, mas nunca com relação aos sócios estatutários, porque eles são donos. Todo sócio estatutário deveria ter tido acesso ao contrato na íntegra. E pretendemos corrigir esse erro histórico. Não é um processo de ruptura ou afastamento, mas um processo de busca por lisura do processo.

Planejamento estratégico

– O planejamento estratégico tem que partir inicialmente de estabelecermos objetivos. Quais são os nossos objetivos para 2024, 2025, para os próximos cinco anos? O que pretendemos dos pontos de vista financeiro, social e esportivo? Isso não vem acontecendo. O Vasco está sendo administrado a deus-dará. As coisas vão acontecendo, e o Vasco vai reagindo. Então a gente pretende pensar e refletir, isso não vem acontecendo. Vejo o Vasco hoje como uma caravela no meio do oceano. Pode vir o vento positivo que for que não vai ajudar o Vasco, porque o clube não sabe onde está e não sabe o que quer.

São Januário

– Temos dois projetos para São Januário, um de uma grande empresa sueca e outro da gigante de construção de estádios Populous. A Populous tem mais de três mil projetos de estádios e arenas assinados no mundo, fez a Arena das Dunas, a revitalização do estádio de Wembley, o estádio da Luz, o estádio Emirates, o estádio do Monterrey, o estádio do Tottenham. É muito interessante para o Vasco ter ela como parceira, é uma assinatura de marca. Com um estádio assinado por uma empresa reconhecida mundialmente você consegue um valor maior de naming rights. O que entendo que será mais saudável será submeter ao vascaíno uma votação livre para ele escolher qual é o projeto da preferência dele.

Eu, particularmente, gosto muito do projeto da Populous, é o formato da caravela São Gabriel, eu acho icônico, vai ser um ponto turístico na cidade, tem total viabilidade, não é um projeto muito mais caro que esse. O financiamento de um estádio não é um grande problema, não é barato, mas um estádio se paga com venda antecipada de camarote, de cadeira cativa, naming rights e agora se paga também com a transferência de potencial construtivo. Não é um design que vai fazer o Vasco perder o potencial construtivo. É uma alternativa de financiamento muito inteligente, reconheço que é um bom feito dessa gestão. Mas não acho correto fazer uma escolha política de design de estádio. É uma obra que vai durar mais 100 anos, é o design que o vascaíno democraticamente entender como melhor para o futuro do Vasco.

Relação com o investidor

– A gente vai administrar com criatividade, inteligência, sempre com a necessidade de dar segurança e estabilidade negocial, institucional para o clube. Evidente que o conflito pode aparecer e vamos tentar mediar isso de maneira a fazer a todos entenderem que no final os interesses podem converger, e é isso que quero trazer para o Vasco. Essa experiência dessa capacidade de conseguir mediar esses conflitos e buscar interesses convergentes. A 777 colocou dinheiro, mas eles não querem tirar um dia? Não querem melhorar o ativo? Não querem o clube dando resultado financeiro positivo? Temos que gerar processo de confiança.

– Não vai ser fácil, mas são desafios que um presidente do Vasco associativo tem que se esforçar, acabar com o conformismo. Não vejo o Vasco associativo adotar uma postura de cobrança ao que foi combinado. Como o Vasco chegou a um transfer ban? Fazer eles entenderem que não estamos ali para criar ruptura, mas sim para criar convergência, desde que eles entendam que a gente tem o que colaborar também. Entendo que para eles o Vasco é só mais um negócio, para a gente não, o Vasco é o nosso amor, algo que queremos ver bem e saudável.

Fonte: Globo Esporte

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