Léo Matos admite que cogitou o fim do seu ciclo no Vasco: ‘Causou estranheza’

O lateral-direito do Vasco da Gama, Léo Matos, ainda revelou que perdeu parte dos movimentos da perna após uma pancada contra o Flamengo.

Léo Matos em entrevista coletiva no CT Moacyr Barbosa
Léo Matos em entrevista coletiva no CT Moacyr Barbosa (Foto: Divulgação / Vasco)

Após um período de ostracismo, em que sequer vinha sendo relacionado, Léo Matos reapareceu bem no último domingo, contra o Sport. Na ausência de Gabriel Dias, o lateral recebeu uma oportunidade, agradou e deixou boa impressão.

Nesta quarta, em entrevista coletiva, Léo abriu o coração. Reconheceu que ficou chateado por ter virado a terceira opção na posição, admitiu que pensou que seu ciclo no clube tivesse encerrado e revelou que chegou a perder parte dos movimentos da perna após uma pancada sofrida em um jogo contra o Flamengo, pelo Campeonato Carioca, sua última partida antes de reaparecer contra o Sport.

– No jogo contra o Flamengo, tomei um chute na coxa que pegou em cima do nervo ciático. Naquele momento paralisou minha perna, tanto é que depois tentei ficar no campo imaginando dor ia passar, mas tinha perdido um pouco da agilidade. Um pouco não, muito. Vi que era momento de sair, poderia tomar um gol por falha minha, condição física.

– Não perdi 100% do movimento, mas sentia muita dor para correr, perdi 60% dos movimentos, não conseguia acelerar. Depois do jogo passei uns 10 dias no DM. Felizmente não tive lesão, foi um chute em cima do nervo, comprimiu, perdi bastante do movimento. Fiquei cinco dias sem treinar e mais uns cinco até voltar a treinar com o grupo – revelou Léo Matos.

Nesse jogo citado por Léo Matos contra o Flamengo, ele foi substituído pelo Weverton aos 37 minutos do primeiro tempo. Depois disso, foi relacionado para três jogos da Série B, todos sem sair do banco: contra Vila Nova, Brusque e Operário. Voltou a campo contra o Sport quatro meses depois da sua última atuação.

Léo Matos também falou sobre o período que ficou sem jogar. Disse que foi opção de Zé Ricardo, admitiu não ter gostado, mas seguiu trabalhando para quando surgisse nova oportunidade.

– Foi uma questão de escolha do Zé Ricardo. Quando iniciou o ano, fiz questão permanecer no Vasco pela minha vontade de recolocar Vasco na primeira divisão. Chegou o Weverton, sabia seria natural uma disputa entre nós. Comecei com Covid e já comecei atrás. Ele começou bem, é natural, tem que esperar meu momento. Depois me causou estranheza que sai de titular para terceira opção com chegada do Gabriel Dias.

– Imaginaram que briguei com alguém, com Zé ou sei lá. Pelo contrário, minha relação com Zé é excelente. Por mais naquele momento tenham optado por outros jogadores, nunca deixaram de me respeitar, nunca me excluíram. Todos os trabalhos eu praticava, nenhum momento faltei com respeito, sou muito grato por isso. Levo com muita naturalidade, levo com normalidade. Fiquei treinando, se eu não fizesse isso no domingo eu tinha passado vergonha, um jogo com intensidade, só mostra para todos o quão profissional eu fui. Ainda que eu não concordasse com o que vinha acontecendo. Mas são decisões a serem tomadas.

Foi nesse período, longe dos gramados, que Léo Matos pensou que seu ciclo no Vasco tivesse acabado. Com contrato até o fim do ano e sem oportunidades, o lateral cogitou procurar um novo clube.

– Passa, passa pela cabeça, sim. De repente que meu ciclo tivesse se encerrado, precisava buscar outro clube. Mas são coisas passa na cabeça de qualquer jogador momentaneamente sem jogar. Não posso chegar e falar que está tudo bem, o importante jogador ter discernimento. No meu caso, o Gabriel se lesionou, e optaram por mim naquele jogo. Não estava sendo relacionado, e do nada caiu no meu colo uma oportunidade. Estava feliz da vida, mas você fica receoso. Única coisa pedi a Deus meus companheiros tivessem uma boa performance e eu pudesse acompanhar. Muito do meu rendimento dependeu deles, eles estiveram bem e eu acompanhei o ritmo deles. Se não fosse no Vasco, teria que ser em outro lugar, precisava estar pronto, chegar e jogar. Eu sou muito tranquilo para esse tipo de coisa, vou completar 20 anos como profissional, já aconteceu muita coisa na minha carreira. O que eu passei agora há muito tempo não passava. Ficar fora de jogo, parecia que estar fora de contexto. Felizmente joguei bem, todo mundo jogou bem.

Outros trechos

Desânimo sem jogar?

– Momento de desânimo, não. Essa palavra não se encaixa muito bem. Não estava sendo aproveitado, desanimar nunca desanimei. Estava me preparando para algo, não sabia o que era. Tinha muita fé em Deus. Mas eu tinha no fundo do coração esperança que seria aqui. O Maurício (Souza) me chamou para conversar no sábado para entender minha vontade. Eu falei que todo mundo aqui tem vontade de subir o Vasco, todo mundo tem. Imagina eu que cheguei com o clube na Série A, cai com o clube, fiz um acordo de uma mãe para permanecer e fiquei. Você imagina o quanto eu não quero subir o Vasco, oportunidade apareceu para mim tentei aproveitar da melhor maneira possível.

Clima após tropeços

– Realmente os resultados não foram bons, mas a confiança em nenhum momento se abala. Depois do jogo contra o Operário, realmente a equipe não se apresentou tão bem, por mais que tivéssemos empatado último jogo. Não abala em nenhum momento, a gente confia muito no que tem sido feito.

Dá para buscar o Cruzeiro?

– Dá para buscar, vamos ter confronto direto contra eles. Nossa preocupação nesse momento é somar o maior número de pontos possível. Nesse momento de instabilidade, o time quer continuar respirando, mas claro que gera um alerta. Não é agradável perder um jogo e depois empatar, estava acostumando com vitórias. Mas tem muito campeonato pela frente.

Quer ficar no Vasco?

– O maior objetivo nesse momento é subir o Vasco, objetivo coletivo, mas é individual também. Eu preciso, se for o caso de encerrar o ciclo em dezembro, sair do Vasco da mesma forma que entrei. Tenho alguns objetivos individuais com certeza, que é subir o Vasco, continuar jogando até o fim do ano. Tenho mais dois ou três anos de carreira, se eu conseguir realizar isso seria maravilhoso para mim. Tenho familiares vascaínos, amigos vascaínos, se puder continuar jogando na minha casa seria maravilhoso. Meu objetivo pessoal é provar para todos tenho capacidade de jogar pelo menos mais um ano aqui.

Por que time está melhor nesse ano?

– Pergunta difícil. No ano passado, de repente a nível de nome e tecnicamente, não posso dizer que é melhor, pelo menos no papel e vivência dos jogadores, parecia ser melhor. Mas nesse ano chegaram muitos jogadores com objetivo de mudar a vida deles com essa oportunidade no Vasco. É matar ou morrer. Talvez ano passado para alguns jogadores seria só mais um clube.

– Não estou definindo como é o que deu errado ou certo, mas talvez para esse ano a coisa está dando liga dessa forma, porque jogadores estão querendo algo maior na carreira e isso está contaminando todo mundo. No ano passado, o trabalho vinha sendo feito muito bem, não tenho motivo para me queixar. No futebol às vezes, nem sempre a equipe que parece melhor vai subir. Então talvez seja isso, os que estão aqui hoje talvez estão dando 1% a mais para que as coisas aconteçam. Acredito muito que esse ano vai dar certo porque entendemos a linha que devemos seguir, todos já entenderam. Vamos seguir assim até o final.

Fonte: Globo Esporte

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