Léo Jardim brilha e garante empate do Vasco com o Flamengo

Em tempos de supremacia do Flamengo diante do Vasco, o Cruzmaltino conseguiu interromper a sequência de vitórias do maior rival no clássico. O empate sem gols na noite deste sábado, no Maracanã, teve o goleiro vascaíno como principal destaque. Fez quatro defesas importantes para manter a meta de sua equipe sem ser vazada depois de cinco Clássicos dos Milhões seguidos.

Rossi também trabalhou de forma decisiva nos primeiros minutos, mas foi menos exigido do que o seu companheiro de posição. O Vasco conseguiu se defender um pouco melhor na 2ª etapa. Controlou o produtivo lado esquerdo do Flamengo, que perdeu ritmo depois do intervalo. Pedro voltou a entrar bem e quase marcou o gol da vitória rubro-negra.

Escalações

Fabio Carille não pôde contar novamente com Lemos. Lucas Freitas seguiu no time. Jair fez dupla de volantes com Hugo Moura na ausência de Tchê Tchê. Garré foi para o banco e Rayan assumiu a ponta-direita. Filipe Luís chegou bem perto de repetir a equipe que bateu o Grêmio no último domingo. A única ausência foi Alex Sandro. Ayrton Lucas foi o lateral-esquerdo.

O jogo

O esperado amplo domínio rubro-negro antes de a bola rolar, algo justificável pelas últimas partidas das equipes, acabou não acontecendo na 1ª etapa. O Flamengo foi superior ao Vasco antes do intervalo, mas correu alguns riscos nos primeiros 15 minutos. Paulo Henrique e Nuno Moreira chegaram perto de abrir o placar. A trave direita e o goleiro Rossi, em grande defesa, impediram o feito.

O Cruzmaltino teve alguns méritos importantes no início do jogo. Um deles foi tirar a bola da zona em que o Flamengo conseguia pressionar. Coutinho somava o seu talento com passes nessa estratégia. Outra virtude foi a concentração e a rapidez para tentar definir os ataques. Chegou perto de aproveitar duas falhas rubro-negras na reocupação dos espaços no campo de defesa.

O Mais Querido, por sua vez, manteve a proposta de valorizar a posse de bola e tentar atrair o Vasco para descobrir lacunas atrás de cada setor. Conseguiu desequilibrar o sistema defensivo do arquirrival pelo lado esquerdo. Com Michael sempre aberto, fixava Paulo Henrique mais distante de João Victor, o que abria lacunas de infiltração na área entre os defensores.

A própria agressividade do ponta rubro-negro, somada a inteligência de Arrascaeta, que se aproximava por dentro, fez o Flamengo criar bons ataques no setor. Léo Jardim fez duas ótimas defesas em finalizações de Michael e Gérson. De la Cruz e Bruno Henrique chegaram a se mover também na lacuna aberta entre Paulo Henrique e João Victor.

Os volantes do Vasco controlavam pouco o cenário. Um deles poderia minimizar o problema chegando mais perto do lateral. Rayan também não ”dobrava” com Paulo Henrique um pouco mais atrás.

Ayrton Lucas também começou a aparecer depois da metade da 1ª etapa. Participou da origem de um lance em que o Flamengo teve novamente superioridade contra o lado direito de defesa do Vasco, e que terminou em arremate de Gérson por cima, após tabela com Bruno Henrique. Com a maioria das jogadas terminadas pelo lado esquerdo do ataque, o camisa 8 pôde atacar a área e finalizar três vezes.

A clássica jogada de Piton e Vegetti só foi acontecer em contragolpe do Gigante da Colina aos 37′, mas o cruzamento não favoreceu a finalização do centroavante. Na volta para o 2º tempo, Jair e Rayan aumentaram o foco no auxílio a Paulo Henrique. O Flamengo foi mais lento na circulação da bola, perdeu mais vezes a posse nos primeiros minutos e voltou a correr riscos em ataques rápidos.

Ayrton Lucas teve atuação segura e fez bons apoios pontuais, mas saiu com câimbas antes dos 15 minutos. Varela entrou improvisado na esquerda mais uma vez. Everton Cebolinha e Plata também substituíram Michael e o apagado Bruno Henrique. Fabio Carille teve que sacar Nuno Moreira para a entrada de Garré. Rayan foi jogar na ponta-esquerda.

Logo depois foi a vez de Pedro entrar no lugar de Gérson. Plata passou para o lado direito. Com menos poder de penetração na área vascaína na 2ª etapa, o Flamengo levou perigo em cruzamentos. Bruno Henrique e Plata já tinham levado certo perigo em escanteios cobrados por De la Cruz. E Pedro obrigou Léo Jardim a fazer grande defesa após cruzamento de Wesley.

Philippe Coutinho e Rayan chegaram ao limite físico logo depois dos 30 minutos e deram lugar a Alex Teixeira e Zuccarello. A última substituição de Filipe Luís foi a saída de De la Cruz para que Allan fosse a campo. Já Carille renovou a ”fechadura” de seu sistema defensivo ao trocar Hugo Moura e Jair por Mateus Carvalho e Paulinho. O Vasco era só defesa neste momento, mal passava do meio-campo.

O arqueiro cruzmaltino voltaria a justificar o título de melhor em campo ao pegar uma bela cabeçada de Everton Cebolinha nos acréscimos e encaixar um forte chute de Pedro após bela trama do Flamengo. Mesmo criando menos do que costuma na 2ª etapa, o rubro-negro só não venceu porque parou em Léo Jardim.

Fonte: Globo Esporte