Juninho Pernambucano relembra títulos pelo Lyon

Juninho Pernambucano não só é um dos maiores nomes do Vasco, como também o maior ídolo de todos os tempos do Lyon.

Na hora marcada, Juninho Pernambucano estava a postos na sala de imprensa de São Januário para a entrevista. Precisão. Educado, puxou a cadeira para a repórter sentar, sem cair no degrau. Detalhe: tudo isso em silêncio. Estas são três características que acompanham o jogador desde a cobrança de falta que, em 1998, rendeu ao Vasco uma vaga na final da Libertadores daquele ano, que o time acabaria conquistando.

Aos 36 anos, Juninho Pernambucano não só é um dos maiores nomes do Vasco, como também o maior ídolo de todos os tempos do Lyon. Seja por atingir a marca de cem gols em 344 jogos oficiais com a camisa do clube, por assinalar 17 gols em Liga dos Campeões ou por sua rotina de conquistar títulos: ele foi heptacampeão francês pela equipe, entre outras conquistas.

– Tenho certeza de que nenhum time da Europa conseguirá bater esse feito, até mesmo Real Madrid e Barcelona, na Espanha – afirmou.

Daí vem a pergunta: Juninho Pernambucano era a alma daquele Lyon? Do alto de sua humildade e com um sorriso encabulado no rosto, o garoto de Recife responde:

– É muito para mim. Era uma peça fundamental, sem dúvida alguma. Mas cheguei em um bom momento no clube e dei a minha contribuição. Sempre digo que demos ao clube a mentalidade vencedora, porque o Lyon era um time aceitava facilmente as derrotas e sabia que tínhamos um potencial muito grande – conta o jogador.

Nesta quarta-feira, pela Liga dos Campeões, o antigo time de Juninho Pernambucano vai pegar o Real Madrid, de Kaká, Cristiano Ronaldo e Özil, que vem embalado por oito vitórias consecutivas – seis no Campeonato Espanhol e duas na própria Liga.

– Apesar de ter levado uma goleada no Bernabéu (o time perdeu por 4 a 0 na partida de ida), acredito que, jogando em casa, o Lyon se defenda bem, pois tem o contra-ataque muito rápido, sabe usar bem a bola parada.Vai ser uma tarefa muito difícil vencer o Real Madrid, que para mim, é um dos melhores times do mundo. Mas, se não vencer, que pelo menos não tome uma goleada muito grande – brinca Juninho.

Dos oito anos que passou na França, Juninho teve que enfrentar o Real Madrid quatro vezes, entre 2005 e 2006, todas pela Liga dos Campeões da Europa. Não foi nada fácil para a equipe francesa encarar uma das grandes potências do futebol europeu. E foi difícil para os Merengues engolir duas derrotas para o Lyon. Porém, o gosto amargo de não ter levado nenhum título do maior campeonato europeu para casa permanece até hoje.

– Nós ficamos com aquele gostinho de não termos sido campeões da Champions League. Batemos na trave algumas vezes, quando fomos eliminados nas quartas de final – lamentou.

Nas duas vitórias e nos dois empates, Juninho Pernambucano teve papel fundamental: dois gols e bons passes para finalizações certeiras. Mas, para ele, esse embate extrapola as quatro linhas do campo. A capacidade de analisar friamente os atos de quem está à sua frente – seja ele um goleiro e suas traves, ou algumas perguntas na mão de um repórter – é característica peculiar do garoto de Recife.

– Quando nós falamos de Lyon e Real Madrid, diria que a maior diferença são 150 milhões de euros no orçamento. O Real Madrid é um time que tem condições econômicas de contratar. Se na Champions o Lyon tivesse um jogador a mais como um de Real Madrid, Milan ou Barcelona, nós teríamos sido campeões da Champions League – garante o jogador.

O bom vocabulário e a boa visão administrativa também fazem Juninho enumerar outras características da equipe francesa. E distingui-las das do Vasco, sua equipe atual.

– Hoje o Lyon luta para continuar a ser competitivo. Tem um time muito bom ainda, capaz de ganhar o Campeonato Francês. A diferença é que, na Europa, há uma dificuldade muito grande de renovação, não é como no Brasil. Aqui a gente tem a dificuldade econômica, mas temos a possibilidade de formar um jovem jogador. Na Europa você precisa ter o capital – explica.

A entrevista poderia continuar por mais uma hora. Mas Juninho precisava cumprir um compromisso de ídolo. Na manhã desta quarta-feira, a Colina amanheceu nublada, como o tempo. Era o velório de Pai Santana, primeiro massagista do clube, que faleceu após uma insuficiência respiratória.

Fonte: globo esporte

Comente

Veja também
Vegetti brinca e Tchê Tchê abre o jogo sobre treta com Diniz

Tchê Tchê explicou como está a relação com o Fernando Diniz, após treta e projeta melhora do Vasco com o técnico.

Artilheiro do Brasileiro, Vegetti revela papo com Diniz

Autor de dois gols na vitória do Vasco da Gama contra o Fortaleza, Vegetti assume a artilharia do Brasileiro e revela conversa com Diniz.

Diniz revela que Jair pode ser negociado

Fernando Diniz revelou que permanência de Jair está sendo avaliada no Vasco, após justificar ausência do jogador.

Diniz elogia elenco e se diz feliz com retorno ao Vasco

Na sua reestreia em São Januário, Fernando Diniz exalta qualidade do elenco do Vasco da Gama e cita felicidade de estar de volta.

De pé em pé: Diniz destaca gol do Vasco que começou com Léo Jardim

Treinador do Vasco da Gama, Fernando Diniz demonstrou sua satisfação ao comentar a atuação do Cruzmaltino na vitória sobre o Fortaleza.

Diniz analisa vitória do Vasco contra o Fortaleza; veja a entrevista coletiva

O técnico Fernando Diniz analisa o desempenho da equipe após conquistar sua primeira vitória no retorno ao Vasco.

Fernando Diniz estipula data para volta de Payet

Em tratamento de uma lesão no joelho, Payet já está em transição física e Diniz estipula data de retorno do francês ao Vasco da Gama.

Sálvio Spínola critica atuação de Daronco em Vasco x Fortaleza

Comentarista de arbitragem, Sálvio Spínola reprovou a performance do juiz Anderson Daronco na vitória do Vasco sobre o Fortaleza.

Notas dos jogadores do Vasco contra o Fortaleza

Confira as notas dos jogadores do Vasco da Gama na partida deste sábado, contra o Fortaleza, pelo Brasileiro.

Felipe Melo rasga elogios a Diniz e pede paciência à torcida do Vasco

Comentarista do Sportv, Felipe Melo destacou a evolução do Vasco da Gama na segunda partida sob o comando de Fernando Diniz.

Sair da versão mobile