Em uma época não tão distante, Juninho, ainda longe de ser Reizinho, fazia sua estreia com a camisa do Vasco. No Brasileiro de 1995, contra o Santos, ele, ainda desconhecido, recém-contratado junto ao Sport, era uma aposta do técnico Jair Pereira. Situação bem diferente de toda a expectativa que há por trás de sua reestreia, amanhã, contra o Corinthians.
Hoje, aos 36 anos, o Reizinho, com títulos importantes pelo Vasco, retorna como um dos maiores ídolos da História do clube e referência para os mais jovens. Em 1995, aos 20, ele, ainda plebeu, buscava espaço em um time em reconstrução, que contava com astros como Valdir Bigode e Ricardo Rocha. Na estreia em jogos oficiais, atuando como meia – e com a camisa11 – o jogador fezumdos gols da vitória por 5 a 3 sobre o Santos.
– Assim que Juninho chegou, foi bem nos treinamentos. Garoto novo, cheio de gás e com personalidade. Contra o Santos, começou jogando e foi muito bem. Fez um golaço e mostrou que já poderia ser um grande jogador – disse Valdir, que, naquele jogo, fez dois gols.
O gol de Juninho saiu aos 29 minutos do segundo tempo. Jogando na Vila Belmiro, o Vasco saiu perdendo por 2 a 0, mas virou. Nos instantes finais, ele deixou o gramado para entrada do ídolo Geovani, o “Pequeno Príncipe”, que estava prestes a encerrar a carreira.
– Eu já estava velhinho, o Juninho comendo a bola. Como ia reclamar de ficar no banco? Ele surpreendeu a todos, tinha muita qualidade – lembrou Geovani.
Com status de rei, Juninho quer começar com o pé direito novamente. Se como plebeu fez o que fez…
RICADO ROCHA: ‘EU INDIQUEI JUNINHO’Zagueiro do Vasco em 1995, o pernambucano Ricardo Rocha garante que foi o responsável pela chegada de Juninho ao clube. Ele lembra que, na época, o vice de futebol Eurico Miranda o consultou para saber de alguns reforços para o time. Foi quando o defensor indicou um trio do Sport.
– O Eurico me consultava, conversava comigo, pela minha experiência, talvez. Eu indiquei o Juninho, o Leonardo e o Chiquinho e acabamos contratando os dois primeiros. Ou seja, sou responsável pela chegada do Juninho. Se não fosse por mim… – lembrou Rocha.
Se alguns jogadores ficaram surpresos com os primeiros passos de Juninho no Vasco, o ex-zagueiro diz que já sabia que o jogador poderia virar um grande ídolo.
– Pelo Sport ele já arrebentava. Não fiquei surpreso. Se hoje ele é o que é no Vasco precisa me agradecer também – brincou o ex-zagueiro.
COM A PALAVRA, GEOVANI
Ex-jogador do Vasco
Nem parecia um jogador estreante
Em 1995, começava o ciclo do Juninho e terminava o meu. Tinha acabado de voltar do futebol mexicano e havia assinado um contrato de um ano com o Vasco. Já estava em fim de carreira e tive poucas oportunidades de ser titular naquele ano. Vi de perto o surgimento do Juninho. Logo na estreia, mostrou bom futebol. Garoto com bom toque de bola, nem parecia um atleta estreante.
Naquela época era difícil dizer até onde Juninho chegaria, mas, sinceramente, sabia que ele chegaria muito longe. Não era um jogador comum, não.
Hoje, como torcedor, espero que Juninho tenha o mesmo sucesso que teve em seu primeiro jogo, que faça um gol, jogue bem. É o que todos esperam.
