Júlio César comenta situação do Vasco: ‘Hoje tem a pior política dos clubes no Brasil’
O ex-lateral-esquerdo Júlio Cesar comentou a situação do Vasco da Gama e afirmou que a política afeta dentro de campo.
Na briga pela permanência na elite do Campeonato Brasileiro, Vasco e Botafogo ganharam um respiro neste final de semana ao vencer suas partidas. Em São Januário, o Cruzmaltino bateu o Santos, enquanto o Alvinegro venceu o Coritiba de virada, fora de casa. Com passagem pelos dois clubes nos últimos anos, o ex-lateral Júlio Cesar conversou com ‘O Dia’ e comentou a situação dos clubes no torneio.
“O momento do Vasco não é bom, nem dentro, nem fora de campo. Os jogadores tem que se unir e esquecer os problemas políticos do clube. O Vasco tem hoje a pior política dos clubes no Brasil e isso acaba afetando dentro de campo. Se não tiver atletas experientes, afeta ainda mais. Os jogadores tem que esquecer isso e focar no campo, porque tem time para se livrar do rebaixamento”, disse o ex-atleta.
Pelo Cruzmaltino, Júlio Cesar somou 80 partidas, marcou dois gols e conquistou o título Carioca de 2016. Em 2015, participou do elenco que acabou rebaixado para a série B. Em 2020, o Vasco está na 17ª posição, com 28 pontos, a um de deixar o Z-4. Há duas semanas, um grupo de torcedores invadiu o treinamento no CT do clube e cobrou os atletas por rendimento. Júlio comentou o assunto:
“Eu sou contra esse tipo de cobrança. Os atletas estão no trabalho, e chegam torcedores invadindo, cobrando. Graças à Deus não teve nenhuma agressão, mas é perigoso do mesmo jeito. Acho que o fato do torcedor não estar indo ao estádio contribui para isso. Ele não está lá, torcendo, cobrando, gritando, extravasando, como tem que ser. Então esse tipo de coisa fica mais frequente”, analisou.
A situação do Botafogo é mais complicada que a do Vasco. Mesmo com a vitória sobre o Coritiba, o Alvinegro ainda está a seis pontos de deixar a zona de rebaixamento. Um dos pontos que pode explicar esse momento é a excessiva troca de técnicos em 2020. Só nesta temporada, o Alvinegro teve Alberto Valentim, Paulo Autuori, Bruno Lazaroni, Ramón Díaz e Eduardo Barroca, atual comandante.
“Troca de treinadores é sempre ruim, e quando acontece desse jeito que foi no Botafogo, é pior ainda. O momento do clube é complicadíssimo, não vai ser fácil para escapar do rebaixamento, mas eu acredito que vai se livrar. Tem camisa, torcida e um bom técnico agora. Sou fã do Barroca, trabalhei com ele no Botafogo. Ele tem tudo para ser um grande treinador”, comentou Júlio Cesar.
Com o Botafogo, o ex-lateral de 38 anos viveu bons momentos em 2013. Naquela temporada, com Julio Cesar de titular, o clube foi campeão do Carioca e conquistou uma vaga na Libertadores via Campeonato Brasileiro. No entanto no ano seguinte, o ex-jogador acabou rescindindo contrato com o Alvinegro antes de terminar a temporada. Segundo Julio, a crise financeira e política daquele ano era pior do que a vivida pelo clube em 2020.
“Por incrível que pareça, eu acho que em 2014, fora de campo, as coisas estavam piores do que em 2020. Muitos problemas, clube sem dinheiro, salários atrasados. Foi muito complicado o extracampo daquele ano. Nesta temporada eu acho o contrário. Acho que dentro de campo que as coisas não funcionam. O elenco não encaixou, não vejo reação dos jogadores. Dentro de campo está pior do que em 2014”, disse Julio, antes de encerrar:
“Vivi momentos muito bons com o Botafogo em 2013, tínhamos um grupo muito qualificado, mas infelizmente as coisas não funcionaram do jeito que gostaríamos em 2014. É muito triste ver o Botafogo nessa situação em 2020. Tenho grandes amigos botafoguenses. E além de tudo, é muito ruim para o futebol carioca. Torço para que o Botafogo saia logo dessa crise”, finalizou.
Fonte: O Dia