Judô: conheça o projeto Umbra/Vasco realizado na Barreira do Vasco
A Umbra/Vasco realiza um projeto social com moradores da Barreira do Vasco, onde revela talentos para o judô.
Na comunidade da Barreira do Vasco, em São Cristóvão, Zona Norte da cidade do Rio, o projeto social Umbra vem revelando talentos para o cenário nacional e internacional do judô. Em meio tantas conquistas, a iniciativa busca ajuda financeira para continuar dando oportunidade a jovens periféricos de ingressarem no esporte.
Na Rua do Bonfim, número 411, há mais de 10 anos, fica a sede da Equipe Umbra de Judô. A famosa cruz de malta no brasão do escudo da equipe faz menção a uma parceria entre o projeto e Clube de Regatas Vasco da Gama. Além disso, representa também a ligação com a comunidade da Barreira. Os primeiros atletas foram ex-alunos do projeto de judô do cruzmaltino carioca, lá em 2008. Atualmente, 150 moradores, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos, formam a Umbra.
A estrutura simples das instalações engana quem pensa que ali é somente um espaço de esporte. O tatame é recheado de títulos, campeões e promessas do judô brasileiro.
Uma dessas promessas é o morador da própria Barreira do Vasco, Victor Santiago, de apenas 12 anos. O adolescente conquistou o nacional de judô em 2019 e, com isso, classificou-se para o sul-americano no Chile, onde foi vice-campeão. “Eu cheguei aqui pequeno e gostei logo de cara. A equipe me ajuda muito, os professores me fazem acreditar nos meus sonhos. Quero disputar as olimpíadas um dia, sei que aqui eu posso conseguir”.
A mãe de Victor, Bianca Santiago, ressaltou também a importância do projeto na vida de tantas crianças da comunidade. “Assim como o crescimento do meu filho, e a oportunidade dele correr atrás dos seus sonhos, o projeto ajuda as crianças daqui a terem uma opção de futuro, seguindo por um bom caminho, isso que todo pai deseja”.
O esporte muitas das vezes é a porta a um futuro melhor para as pessoas de maior invisibilidade social. A equipe Umbra possui cerca de 50 a 60 atletas de alto rendimento no esporte. Dentre este grupo, boa parte conseguiu através de muito esforço e treino o benefício do plano Bolsa Atleta. Esse é um programa do Ministério do Esporte brasileiro, criado em 2005, que patrocina atletas de alto rendimento em competições nacionais e internacionais de sua modalidade. Além de ajudá-los a permanecerem na prática do esporte, em algumas situações o plano é a única fonte de renda para a família daquele atleta. Sem contar as bolsas de estudos que os alunos conseguem graças ao desempenho na equipe.
Fabrício Amorelli é o atual coordenador do projeto. Ele assumiu o posto deixado pelo pai, conhecido por todos na região como Andrezão, que faleceu no final de 2020 e foi o fundador da Umbra. A mãe e o irmão também integram a coordenação. Toda a família tem dedicado a vida na realização do projeto. O professor ressalta que, mesmo com a humildade de toda a iniciativa, a equipe hoje é a segunda melhor equipe do Rio de Janeiro e a quarta melhor do Brasil.
“Trabalhamos muito para que esse projeto continue crescendo. Meu pai deu a vida por isso aqui, e nada mais justo do que nós (família) darmos continuidade. Queremos que eles sejam atletas olímpicos, mas antes de tudo tenham uma oportunidade na vida através do esporte”, diz ele.
Para este ano de 2021, a equipe busca recursos financeiros para começar um polo na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Marcos Antônio, “Wil”, e Bianca Pacheco são participantes da equipe Umbra na Barreira do Vasco, mas são moradores da Vila Cruzeiro. Entre 2018 e 2019, os dois jovens tinham um projeto na comunidade.
Porém, após a falta de recursos, tiveram que encerrar as atividades e Umbra os acolheu. Há pouco menos de 2 anos, tiveram a oportunidade de voltar a sua favela com um polo da Umbra (que também tem atividades na Mangueira).
A dupla criou uma vakinha para ajudar com os custos desta mudança que só será possível quando a equipe se equilibrar financeiramente. Para ajudar a Umbra por meio de alguma doação, basta acessar o site da vaquinha oficial do projeto.
Fonte: Voz das Comunidades