Jogadores esperam que a diretoria cumpra prazo e quite os salários
Embora garantam que o profissionalismo jamais será deixado de lado, os jogadores não escondem a impaciência com mais uma fase de salários atrasados.
No dia a dia, o Vasco trabalha com empenho e mantém a rotina de bons resultados. Mas, fora dele, o momento é delicado. Embora garantam que o profissionalismo jamais será deixado de lado, os jogadores não escondem a impaciência com mais uma fase de salários atrasados – são dois meses da folha de pagamento e três de direitos de imagens para alguns atletas -, a exemplo do aconteceu no início do ano.
Em reunião com os jogadores no último sábado, ainda em São Paulo, a diretoria prometeu o máximo de esforço para quitar a dívida até o fim desta semana. O atacante Alecsandro disse confiar no empenho, mas admitiu que o elenco não aceita mais um capítulo desagradável em 2012.
– Seja em qualquer profissão, se você não recebe, não tem como estar satisfeito. Então, estamos fazendo a nossa parte, que é jogar futebol, e esperando que a diretoria faça a dela. É uma diretoria inteligente, que tem bom convívio com os jogadores, na qual nós confiamos e que é representada pelo maior ídolo do Vasco. Coloco todas as minhas fichas nele. Se até agora não regularizou é porque as coisas não aconteceram do jeito que ele quer. Espero que o Vasco seja grande não apenas no nome, mas também na estrutura – disse Alecsandro, referindo-se ao presidente Roberto Dinamite.
Outro líder do elenco, Fernando Prass torce para que a situação seja normalizada no período de pausa do Campeonato Brasileiro – que vai até a próxima quarta-feira. O goleiro disse concordar com a política de interromper as contratações até que os salários sejam pagos, mas admitiu o temor pela saída de alguns jogadores, seja por insatisfação com as dificuldades financeiras ou pela necessidade do Vasco de negociar atletas e fazer caixa.
– Desmanche só acontece se não houver reposição à altura. Os contratos de alguns jogadores estão terminando, como Fellipe Bastos, Eder Luis e Renato Silva. Outros têm mercado, como Dedé e Romulo, mas tem rescisões altas, e se forem vendidos podem acabar ajudando o clube. É preciso tomar cuidado, porque o Vasco voltou ao caminho dos títulos e não se pode perder isso. Se o clube perder jogadores e conseguir repor, manterá a regularidade. Mas não pode perder muitos, pois para manter o nível seria necessário um aporte financeiro alto, e hoje isso não é possível – explicou Prass.
Alecsandro, entretanto, garantiu que os atrasos salariais não são um problema específico do Vasco e lamentou que a situação seja relativamente comum no futebol brasileiro.
– Tenho amigos em outros clubes, meu irmão joga no Atléitico-MG (o volante Richarlyson). Aqui no Rio, sei que Flamengo e Botafogo atrasam salários. O Fluminense, não me atrevo a dizer. É muito ruim ver que o Brasil está muito atrasado em termos de organização. Para mim isso não é tão grave, porque vou parar daqui a cinco ou seis anos. Mas para os garotos é pior. Infelizmente, daqui a algum tempo vamos ver grandes sem jogar até mesmo a Terceira Divisão – observou.
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