Janeiro foi o pior mês da vida de Ramon
Ramon era uma das apostas para um bom desempenho no Campeonato Carioca.
Ramon teve o mês mais inusitado de sua vida. Querido pela torcida do Vasco, o lateral era uma das apostas para um bom desempenho no Campeonato Carioca. Mas aí vieram os maus resultados, as vaias e um gesto impensado que pôs em cheque seu relacionamento com o torcedor (o jogador fez gestos obscenos após ser substituído contra o Flamengo). Um pedido de desculpas e duas rodadas depois, lá estava de novo o lateral sendo aplaudido. Ah, sim. Em meio a esse tumulto o jogador ainda se casou.
– Nunca tinha vivido nada assim. Foi o mês mais louco da minha vida. As coisas começaram a dar errado, o PC foi demitido, o Carlos Alberto e o Felipe afastados…Aí eu fiz besteira, pedi desculpas e acabei aplaudido de novo. Muita emoção em tão pouco tempo – revela.
Tudo isso, segundo Ramon, o fez crescer. Como jogador e como pessoa. Desde 2009 no clube, o lateral sempre foi visto com muito carinho pelo torcedor que, mesmo nos piores momentos, não o criticava. Isso começou a mudar com os maus resultados na Taça Guanabara.
O destempero de Ramon estremeceu a relação que parecia muito forte. Por isso, o jogador fez questão de pedir desculpas em uma entrevista coletiva.
– Quem nunca agiu de cabeça quente? Fiz uma besteira, mas tive a capacidade de admitir. Jogar futebol mexe com a gente, com a paixão. Não tive medo de como ficaria a relação com a torcida, mas bateu uma insegurança. Sabia que dependia de mim resolver isso. No final das contas, isso foi bom para crescer. Tenho 22 anos e sei que ainda vou cometer muitos erros. Tenho é que aprender com eles.
OS NÚMEROS DE RAMON NO VASCO | |
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79 JOGOS COM A CAMISA DO VASCO 77 PARTIDAS COMO TITULAR 44 VITÓRIAS 18 EMPATES 17 DERROTAS 15 VEZES FOI SUBSTITUÍDO 6 GOLS 33 O NÚMERO QUE USA |
A crise serviu também como um primeiro teste para o casamento. Segundo Ramon, o novo casal passou com louvor.
– A gente não deve levar os problemas do trabalho para casa, mas no dia do jogo contra o Flamengo eu cheguei e fui direto para o quarto. Nem conversei com minha esposa. Ela percebeu e foi atrás de mim. Conversou comigo e me acalmou. Disse que eu me cobro muito e que não dá para ser assim. Acho que nos saímos bem (risos).
Identificação, futuro e o 33
Com o fim da crise com a torcida e a volta dos aplausos, Ramon relembra a identificação que conquistou na Colina. Apesar da má fase do time, o lateral aposta que a equipe vai se recuperar rapidamente e conquistar novamente um título da elite do futebol nacional (fato que não acontece desde o estadual de 2003).
A conquista de títulos, aliás, é imprescindível para o projeto do jogador. Ramon diz que quer se eternizar na Colina e conta que a escolha do número 33 já foi um passo para isso.
– Quando passaram a lista dos números disponíveis, eu não quis a 6. Achei melhor o 33 porque a soma dos números dá 6, que é usada normalmente pelo lateral-esquerdo. Assim, eu criei uma marca pessoal. Espero poder conquistar muitos títulos no Vasco e eternizar esse número.
Fonte: globo esporte