Integrante da Vasconha fala sobre os objetivos do grupo e comenta críticas

A Vasconha, criada por torcedores do Vasco da Gama, virou xodó e tem o objetivo de desmitificar consumo da cannabis.

Torcida Vasconha
Torcida Vasconha (Foto: Reprodução Facbeook)

Quando São Januário explode aos gritos de que “sem maconha, o Vasco não ganha” — momento que se tornou uma das marcas da caminhada nesta Série B — é como se a polarização que divide o Brasil perdesse força, ao menos por alguns instantes. Afinal, em tempos de pauta de costumes tão em voga, um estádio inteiro falar sobre um tabu é sinal de que um dos objetivos da Vasconha, o de desmitificar o consumo e defender a descriminalização do uso da cannabis, está sendo alcançado.

A tarefa caiu no colo de torcedores como Vinícius Santos, 40 anos. Integrante do grupo que se reúne desde o fim dos anos 1990 para assistir às partidas do Vasco no Rio, ele viu o debate e a repercussão em torno da pauta crescer ao logo do campeonato, depois que o streamer Casimiro usou o boné da torcida em uma de suas transmissões, em maio. Foi quando o negócio ficou sério.

— Tivemos de nos organizar, criamos um CNPJ para a loja em que vendemos o boné da torcida. A procura cresceu muito. Se não fizéssemos isso, alguém faria no nosso lugar e poderia usar o nome da Vasconha de forma inadequada.

Objetivos e críticas

Ao mesmo tempo, a Vasconha tenta manter a simplicidade de antes da fama. Não quer virar uma organizada e não tem e nem pretende ter relação com a diretoria do clube. Antes dos jogos em São Januário, estende suas bandeiras, uma delas com o rosto de Pepe Mujica — ex-presidente do Uruguai responsável pela legalização da droga no país vizinho. Eles fazem churrasco do lado de fora do estádio, bebem cerveja, vendem bonés. E fumam um baseado quando dá vontade. Nem todos do grupo são usuários. Quando a bola rola, procuram pontos altos da arquibancada para não incomodar.

Vinícius conta que nunca tiveram problemas com outros torcedores nos jogos ou do lado de fora da Colina. No ambiente virtual, porém, a receptividade é um pouco diferente.

— Lemos muitas críticas quando repostam matérias a nosso respeito. Faz parte. Respeitamos a opinião.

Provavelmente a mais popular no momento, a Vasconha não é a única torcida no país a se vincular à droga. Existe a Porconnabis, do Palmeiras, a Coxapados, do Coritiba, a Flagrante, do rubro-negro, entre outras. No próprio cruz-maltino, a Rasta é tradicional, anterior à Vasconha. Sua bandeira verde, vermelho e dourada tem lugar cativo em São Januário, com a imagem de Bob Marley e o slogan “Cabeça Feita pelo Vasco”.

A impressão de Vinícius é que ainda existe pouca articulação entre esses torcedores defensores do consumo. Acredita também que nem todos que surgem dispostos a assumir essa identidade tem compromisso necessário com a pauta.

— A Vasconha é uma ideia — diz Vinícius: — É muito bom quando chega um vascaíno de mais idade para conversar. É a chance que temos para uma troca.

Fonte: Extra

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